quarta-feira, 23 de abril de 2014

Um homem predestinado em salvar vidas.

Um homem que salva vidas como médico, salvou o meu irmão de uma morte que não era sua especialidade. 
Domingo Marcolino Braile, consagrado médico cardiologista rio-pretense, com sobrenome nobre, "braile" é um sistema de leitura com o tato para cegos inventado pelo francês Louis Braille no ano de 1827 em Paris. Médico pesquisador, filósofo, professor, empresário, humanista, vou parar por aqui porque seu currículo é fantástico. Mas quero resumir em apenas um substantivo próprio, masculino singular: santo.
Há muitos anos atrás, creio que seria na década dos 80. Todos nós, como de costume, fomos ao rancho do Tio Maquininha na fronteira entre os estados de S. Paulo e Minas Gerais, tanto que a cidade chama-se Fronteira, terra famosa e conhecida pelos interioranos daquela região, pois possui duas grandes obras. A Usina hidrelétrica do Marimbondo, barragem das águas do Rio Grande, que separa os dois estados e a estátua do Bernardão. Estavam todos comendo e bebendo, pois de pescaria nada se fazia, era muito raro. A farra era o programa principal. Serem felizes não importava quem perdia no truco, era o lema. Vivi muito isso. Os amigos de meu pai sempre foram movidos a festas, churrascada, chopada, jogo de bocha, discursos e muitas estórias dos clubes, onde a maioria já havia passado pelas ostes dos clubes como Rio Preto, Palestra e Ameriquinha. 
 
Meu irmão Hatim Jr., eu (Jorge) e o Vinicius.
Meu irmão não bebia álcool e não gostava de muita farra, super reservado nos acompanhava e ficava isolado num canto com poucos amigos que realmente o compreendiam, um deles o saudoso Vinicius Cucolichio. Lá pelas tantas meu pai deu pela falta do filho mais velho, o Hatim Jr. Me procura e pergunta por onde anda o meu irmão. Digo que não estava com ele por perto, fazia outras coisas, já que o rancho era enorme e sua extensão ia até às margens do Rio Grande, bem abaixo das barragens. É soado o alarme, todos param e seguem em busca de meu irmão. Já estava caindo a tardinha, o silencio imperava, onde se ouvia os pássaros e as cigarras. Também é hora de alguns predadores saírem à caça. Meia hora, quarenta e cinco minutos e chega a uma hora, nada. Caia a tarde. Alguém acaba descendo o barranco e encontra um homem amparando o nosso irmão. Ambos sujos de barro, molhados e próximos da margem difícil de se escalar. Os corajosos ou desesperados, diria eu, vão ao encontro deles. E o nosso médico diz: – Vi esse rapaz cair de lá de cima e corri, cheguei em tempo, pois ele estava sem sentidos. Poderia ter morrido afogado. Aqui cabe uma explicação, meu irmão sofria de epilepsia e após ter tido uma convulsão por febre alta quando era guri aos 11 anos de idade, tinha os desmaios imprevisíveis, sem controle, apesar de tomar medicamentos diários para controlar o mal. E isso provavelmente ocorreu e ele caiu barranco abaixo. O Dr. Braile, a quem chamo de santo, estava por lá e socorreu meu irmão e impediu que ele falecesse. Agradecemos naquele momento e ficamos eternamente gratos. Voltamos para o rancho, tudo se encerrou antes do tempo e voltamos para casa em S. J. do Rio Preto. Passados estes anos todos. Papai e meu irmão, hoje estão juntos lá no céu. E eu aqui me rendo mais uma vez, e louvo esse homem santo que salva os cardíacos com suas invenções conhecidas como prótese valvular, enxertos arteriais tubulares e anéis valvares, e que também salvou uma pessoa, sem estar na sala de cirurgia, seu habitat profissional. Longa vida, dr. Braile. Obrigado mais uma vez.  


Turma dos amigos leais
Estátua do Bernardão em Fronteira, MG.

Frase de sabedoria do "Pensamentos do Dr. Braile sobre a Medicina".
Somos médicos e devemos nos orgulhar de nossa profissão. Tais palavras podem soar vazias no contexto dos dias atuais, mas devem ser resgatadas, não só para a valorização da nossa profissão, como também para a segurança da Sociedade. O conceito moderno de saúde é o perfeito bem-estar físico, psíquico e social da comunidade. No centro da constelação, responsável pelo funcionamento harmônico do sistema, está o médico. Não o médico mercenário, indiferente, simples operador de máquinas, mas o médico humano, caridoso, carinhoso, competente e líder por excelência. Assim devemos ver e sentir a nossa profissão. Não somos frutos apenas de estudos especializados, mas de uma vocação que devemos seguir de forma simples e voluntária. O verdadeiro médico sempre existiu. Ele já nasce médico. Com o progresso tecnológico, simplesmente foi possível aperfeiçoá-lo.


terça-feira, 22 de abril de 2014

O mundo é uma bola.

As minhas copas do mundo.
Nunca fui assistir a nenhum jogo de Copa do Mundo no campo onde as seleções jogam. Porém, fui conhecer algumas cidades-sede por onde a seleção brasileira jogou. Gosto de futebol desde criança. Tive dois tios boleiros e o meu pai, além de ter sido juiz de futebol na várzea de S. José do Rio Preto, foi mais tarde dirigente de clubes ajudando na fundação do Palestra E. C. e América F.C., ambos em Rio Preto. Meus tios jogaram pelo Palestra na década de 40. Muitos times de S. Paulo passaram por lá. O grande Palmeiras, irmão do nosso Palestra, pois tinha sido Palestra Itália antes da II Grande Guerra. O Corinthians de Teleco e Friedenreich com o São Paulo, ambos segundo os antigos, melhores jogadores do que o Pelé, meu pai dizia isso também, concordando com os entendidos da arte do futebol. 
Meu irmão,  o presidente do Santos e Cabralzinho.
Mas vamos às cidades-sede que conheci, justamente porque gosto de futebol como havia dito. Além de conhecer os estádios do Pacaembu, em São Paulo e Maracanã, no Rio de Janeiro, palcos da Copa do Mundo de 50, comecei a buscar aqui na América latina, as cidades como por exemplo, Viña del Mar e Santiago no Chile, palcos da Copa de 62 onde o Brasil se sagrou bi-campeão. Depois fui a Londres, palco da Copa de 66, onde fracassamos e voltamos após as oitavas de finais, ou seja, na primeira fase. Em 70, o palco foi o México, na capital, cidade do México, no estádio Azteca, quando nos sangramos tri-campeões e levamos a taça Jules Rimet em definitivo, mais tarde roubada e derretida no Rio de Janeiro. Seguindo o cronograma, em 74 na Alemanha. Fui até Stuttgart, Munique e Dusseldorf, lá fomos desclassificados pela Laranja Mecânica (Holanda) de Cruijff, depois vice-campeões, a Holanda acabou perdendo para a dona da casa, Alemanha Ocidental. 
Palestra E.C. em 1946. Meu tio é o antepenúltimo.
Em 78 na casa dos nossos hermanos, a copa da vergonha. Jogamos em Rosário, fomos desclassificados por gol average e depois a final em Buenos Aires, no Monumental de Nuñes. Pulamos 82, Espanha, não fui a nenhuma cidade-sede espanhola. Em 86 voltamos ao México, cidade que vim a conhecer bem mais tarde. Pulamos a Itália em 90. E em 94 nos Estados Unidos acabei conhecendo quase todas as cidades-sede, exceto Boston e Dallas que ainda não fui. Porém as outras sedes como New York, Orlando, Los Angeles, Detroit, Chicago, Washington e San Francisco já enjoamos de visitar. Em 98 na França, igual Espanha e Itália, não fui a nenhuma cidade-sede ainda. 2002, Japão e Coréia também não. Na volta para Alemanha em 2006, de novo já havíamos visitado anteriormente Munique, Stuttgart, Frankfurt e desta vez Colônia (Koln). Em 2010 na África do Sul, nunca fui. E finalmente agora no Brasil. Cidades como Brasília, Salvador, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza e São Paulo. Ficando fora os estados do Amazonas (Manaus) e Mato Grosso (Cuiabá). Pois é, amigos da rede Globo, foi assim que fiz essa narrativa curiosa pelo mundo, conhecendo as cidades e aproveitando para ver algumas peculiaridades destas cidades fora do momento do futebol, e às vezes bem longe do clima de jogo. Agora vamos ver se acabarei completando as cidades europeias que faltam e quem sabe, ver a Copa na Rússia em 2018 e depois no Qatar em 2022. Será que terei a chance quando estiver com mais de 66 anos na Rússia e 70 no Qatar? Como diz o Milton Leite: " - Meus Deus, que beleza, segue o jogo..."

sábado, 19 de abril de 2014

Luciano do Valle que eu conheci.

 
O Luciano do Valle que eu conheci.
Morto hoje o locutor Luciano do Valle. Também chamado de Luciano do Volley.
Marcou a sua presença em pessoas que gostam dos esportes como eu.
Fez de sua voz, a marca da emoção e de suas ideias uma revolução nas modalidades de esportes que não tinham vez na mídia.
Boxe com Maguilla, Fórmula Indy com Emerson Fittipaldi, Gil de Ferran, André Ribeiro, Hélio Castroneves e Tony Kanaan.
Rui Chapéu no bilhar, Magic Paula e Hortência no basquetebol feminino, voleibol com a geração de prata com Willian, Renan, Montanaro, Xandó, Bernard e Bernardinho.
Inventou bordões nos saques no vôlei como Jornada na Estrelas e Fundo do Mar.
Trouxe a Fórmula Indy para o Brasil. Encheu o Maracanã para um jogo, pasmem, de voleibol. Ousou enfrentar a poderosa Globo e Silvio Santos no SBT com a Bandeirantes num domingo. E muitas vezes venceu os poderosos donos da audiência dos domingos.
Fez Pelé voltar a jogar bola depois das duas despedidas; no Brasil pela seleção e o Santos e pelo Cosmos nos EUA. Fez a sinuca ser assistida na televisão.
Pegou atletas que não tinham chances nenhuma e virarem celebridades como por exemplo, o boxeador Maguilla. Deixou um verdadeiro legado no mundo dos esportes mostrados pelas emissoras de televisão.
Mas como disse no título deste blog, falarei do Luciano que eu conheci. Foi em 1988. Fazia a minha primeira grande exposição, criada, planejada e organizada por mim para a agência de turismo Dimensão, umas das maiores de São Paulo que levava mais de 5 mil passageiros mirins para a Flórida, Miami e Orlando nos parques Disney. Chamava-se Florida Free Emotions. E lá estavam na exposição as lojas de compras dos Estados Unidos e algumas eram representadas pelo grupo do Luciano. Se não me engano, a Carol Eletronics e para ajudar na difusão da marca, lá veio o Luciano. Trouxe junto dele, o Elia Júnior, a Silvia Vinhas e mais o inesquecível jogador Roberto Rivellino, o Rui Chapéu, o Juarez Soares, o Christian Fittipaldi e outros. Não é preciso dizer que a feira decolou, mas não pela nossa ideia e sim pela presença dele e dos seu staff.
Ele é um midas do esporte. Ele punha a mão e tudo vingava, virava bronze, prata e ouro, muito mais ouro.
Fique em paz, Magic Luciano do Valle.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sheherazade, vamos linchar alguém nesse sábado?



Quem não queimou o Judas?
Reprodução
Estamos próximos do sábado da aleluia. Se não for os poucos tradicionalistas da região do Cambuci, na rua Lavapés, não vejo mais notícias sobre a queima de bonecos de Judas. Lembro-me de quando menino pequeno em Rio Preto, eu e meu irmão quase não dormirmos nos dias que antecediam ao sábado. Já na sexta-feira santa, quando minha mãe me levava a procissão que saia da Basílica da Boa Vista, do momento máximo que era o canto de uma senhora beata, nossa vizinha, que mostrava o rosto de Jesus impresso no pano e paralisava a todos. Depois de vela comprida na mão, com um copinho de papel para se proteger dos pingos da parafina, voltávamos ao recinto da igreja e via-se o padre encerrar a procissão e rezar a missa da Paixão. Voltava para casa de alma lavada. Menino ansioso, não fechava os olhos para que o sábado nascesse logo. Cheio de pano velho e palhas, montávamos costurando uns três bonecos. Naquela época não dávamos nomes, mas ouvia-se muito os adultos comentando que poderia ser um Jânio Quadros, Adhemar de Barros, Carvalho Pinto, Carlos Lacerda, João Goulart e outros muitos políticos da época, coisa que não mudou, pois até hoje, se formos queimar algum boneco, os nomes serão Lula, Alckmin, Dilma, Haddad, Kassab, serão lembrados. Mas como moleque, espírito de porco como meu tio Elias me chamava, fomos amarrando os bonecos no poste para aguardar ansiosamente a chegada da noite e começar a pancadaria. Sempre com os olhares atentos de meus pais e alguns vizinhos, zelosos pela segurança da gente e da rede elétrica, pois poderiam ficar se energia caso o fogo subisse e atingisse a fiação. Escurece, coloca-se fogo e começa a malhação. Os olhos atentos e os sorrisos de criança na maior diversão. Paulada pra todos os lados, e os pobre bonecos se despedaçando. Sinto agora o que se passou na cabeça da jornalista do SBT, Sheherazade, quando disse que concordava que a população fizesse justiça com as próprias mãos na ausência das autoridades, quando um ladrãozinho pé de chinelo ficou amarrado no poste. A ira contagia os mansos, a histeria coletiva é forte que até cega as pessoas e assim um grupo pode se entusiasmar e descer o cassete. Pena que a tradição está acabando. Pena que não podemos descer o pau nos bonecos, assim descontaríamos nossa decepção neles.
Reprodução
Às vezes a sociedade tem a válvula de escape e não se apercebe. Mas fica o convite, amanhã é sábado da aleluia, pegue seus amigos e monte um boneco, dê um nome pra ele e desça o cassete. Verás que sua decepção naquele momento possa encontrar uma solução por mais momentânea que seja, extravasando tudo que há de ruim na sua mente. Quem você gostaria de malhar, hem Sheherazade?  Algum político?

terça-feira, 15 de abril de 2014

Fui declarado oficialmente um idoso.

Idoso, porque sim!

Quem tem vergonha do nome? Levanta a mão. Alguns poucos.
Quem tem vergonha da raça? Levanta a mão. Quase nenhum.
Quem tem vergonha da idade? Levanta a mão. Quase todos.
1999. Nessa época havia saído da Abras e fui tentar um projeto de marketing esportivo. Era a Âmbar Sports, nela estava o meu amigo e sócio Dado Leme e Ruy Brizolla Júnior, filho do todo poderoso Ruy Brizolla da Traffic e Band Sports.
As coisas começaram de vento em popa. Ganhamos em poucos meses, o que eu ganhava em anos na Abras. E em dólares. Viagens nem se fala e em classe executiva. Almoçávamos todos os dias no Empório Ravioli no Itaim. Carros importados, computadores Mac da Apple, valet no estacionamento, charutos cubanos, e de repente do nada, após uns 14 meses de atividades, começamos a ver nossos negócios a afundarem com um Titanic tupiniquim num brejo seco da Vila Olímpia.
Quebramos. Vendi carros, linhas telefônicas, chácara em Jarinú, SP. Os amigos desapareceram como fumaça, dívidas nas escolas das crianças, taxas do condomínio se acumulando, parcelas semestrais do apartamento de 220 m2 na nata do bairro de Moema, não foram quitadas. Dívidas se avolumando. Pimba, quebrei mais uma vez.
Nesta época
 ainda vivia com a minha segunda ex-esposa, Sílvia, que após trancar matrícula na faculdade de Fisioterapia em Guarulhos para ter a caçula Micaela em 1997, voltou a estudar para finalizar o curso.
Com 48 anos de idade, cabelos que teimavam em ficar grisalhos, barba mesclando fios negros e brancos. Volto para casa e começo a rever meu futuro. Planejar uma recolocação no mercado? Fazer o que sempre fiz? Marketing, mas não mais o esportivo, mas sim no turismo e/ou de eventos na área de alimentação, ou voltar para o mundo editorial dos tempos da SuperHiper?
Após um período de várias incertezas e alguns bicos, encaixo na Gapnet, estória que já contei. Mas escrevi tudo isso para dizer sobre um ponto que me marcou muito. Com quase 50 anos de idade é tarde para recomeçar? É claro que não. Tanto que estou completando 63 e fiquei 13 na Gapnet com o fogo de um jovem iniciante.
Mas o que pegou mesmo foi quando um dia, eu fui buscar a minha ex-esposa na faculdade, lembram dessa narrativa?

E fiquei a espera dela na saída dos alunos. Ela veio com uma colega de classe e pediu uma carona onde ela desceria num certo ponto do caminho da nossa volta. Seguimos e nas conversas entre nós, ela me chamou de "senhor" uma dezena de vezes. Ora, eu marido de uma colega de classe que ela chamava de você, e eu era justamente senhor. Me senti um velho, um verdadeiro idoso pela primeira vez, inapelavelmente.
Hoje por coincidência, quando declarei oficialmente que estou lançando um instituto, a ONG Vital voltada aos idosos, fui na sub-prefeitura da Lapa e tirei o meu documento oficial de idoso. O senhor Jorge Luiz Salim, é declarado um velho, sim senhor. Quem tem medo de ficar velho, levanta mão!

domingo, 13 de abril de 2014

Quem saudou no domingo, condenou na sexta.


Domingo de Ramos.
Mais um domingo de ramos. Mais um dia que celebramos a entrada dos cristãos na Semana Santa. Jesus foi recebido em Jerusalem pelos populares que em menos de sete dias pediram a sua crucificação. Tanto lá, quanto hoje a manipulação das massas sempre coloca algo ou alguém na berlinda. E depois vem o inevitável. O arrependimento. Os seguidores mais próximos de Cristo foram perseguidos e mais tarde viraram heróis. O mesmo ontem, o mesmo hoje e que será o mesmo amanhã. Na política brasileira, nas religiões, nas corporações, sempre haveremos de assistir crucificações, arrependimentos e mais heróis. 
É do próprio homem. É parte inevitável da humanidade. Mas uma coisa não é tão comum. A ressurreição. Neste domingo de ramos fizemos mais uma viagem no passado, ouvimos tudo que já sabíamos, mas que ainda não aprendemos e já faz um tempo hem, pessoal? Passaram-se menos de dois mil anos e ainda somos o povo que crucifica, arrepende, elege os heróis, pede perdão e acorda no dia seguinte se comportando como nada tinha acontecido. Já pensou nisso?

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Minha missão social.

De Redes Sociais para Assistência Social.
Não sei porque, mas há um tempo, creio que desde 2007, venho pensando em fazer algo na linha da assistência social.
É um fator que me completaria como ser humano. Devemos ter em mente essa missão.
E após perder meu irmão, éramos ele e eu como filhos. 
E logo em seguida perder o meu querido pai, que partiu oito meses após meu irmão ter falecido. A família Salim ficou restrita em minha mãe e eu. O que restaram, além de mim e minha mãe, foram os três filhos para preservar o nome da família.
Com o meu filho portador da síndrome de Down e duas mulheres, restam apenas eu e minha mãe com o sobrenome. Meus herdeiros não levarão o sobrenome em diante. O menino ficará impossibilitado e as meninas ao se casarem passam a ter o nome do marido e por aí vai.
Pois bem, pensei em uma Fundação Salim. Mas meu legado moral é maior que os fundos necessários, já que é o volume econômico que mantém uma Fundação, daí desisti. É muito para a minha pretensão. Resolvi então fundar um instituto sem fins lucrativos. Esse sim manterá a chama da clã dos Salim.
Quem sabe um dia as filhas seguirão o que pai lhes deixará. Uma trilha de buscar fazer o bem aos outros. Como disse em outros posts, desejo fazer um trabalho de cunho assistencial.
Não é assistencialismo, não seria o meu papel. Isso os governos e entidades tradicionais devem fazer por dever de ofício. Buscaremos fazer uma pequena parte de ajuda na área da promoção social. E apenas voltada aos idosos. Como disse não pretendo abraçar o mundo. Buscaremos a linha da educação, conscientização e respeito aos idosos. O instituto terá várias frentes de atuação. A primeira, interna teremos um Centro de Estudos com aplicação de pesquisas, coleta para bancos de dados, central de controle de doações, agendamento de palestras e acordos juntos aos meios de transportes coletivos, trens urbanos, Metrô e ônibus.
A segunda parte será de ação voluntária e com participação em campo. Um verdadeiro exército de estagiários e voluntários nos shoppings, logradouros públicos e nos meios de transportes coletivos.  Nesse segmento de atuação, também estaremos lançando um aplicativo revolucionário, onde a ação terá uma resposta online, algo que apostamos todas as nossas fichas e que fará a grande diferença em relação aos outros projetos similares juntos aos idosos. E a terceira parte, com atuação junto às esferas governamentais e políticas em todos os âmbitos, municipais, estaduais e federais.
Já estão em estudos adiantados a regularização do instituto, formação do board, estatutos e encaminharemos muito em breve aos orgãos competentes, as nossas credenciais.
E para os muitos amigos e parceiros, me coloco a disposição para mostrar o projeto e ao mesmo tempo os convoco para essa jornada, vou precisar de muita gente.

Pensamos que em meados de junho, estejamos com tudo adiantado e para quem não quiser saber da Copa do Mundo, venham para o Instituto Vital, projetos Limiar e a nossa maior ação, "Agradecemos a Preferência", porque a Copa dura 30 dias, a velhice permanece por mais tempo.

- Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir.
(1 Timóteo 6:18)

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ônibus, pura diversão.

Andar de ônibus é muito mais diversão.
Volto a narrar mais um episódio nas minhas andanças de ônibus. Desta vez o interessante e surpreendente foi o comportamento de um garotinho com a avó.
Tenho utilizado desse expediente de ir ao trabalho através dos meios de transporte coletivo para conhecer melhor a relação dos idosos, já que pretendo trabalhar num instituto no terceiro setor (assunto já pautado para um post especial), ainda este ano.
Portanto me sirvo dos ônibus que saem do Terminal da Lapa, linha 8000 que tem o seu ponto final na rua Xavier de Toledo. Desço na praça da República e vou a pé até ao trabalho. 
Esse trajeto é uma espécie de laboratório para mim, pois acabo fazendo uma pesquisa informal de como os idosos são desrespeitados em seu direito de assento preferencial. 
Ao entrar no ônibus fico estrategicamente posicionado antes da catraca, há uma configuração interessante no lado direito do busão, pois existem bancos solitários, onde você fica sem ninguém ao seu lado e pode olhar através da janela os movimentos externos tornando a viagem mais rápida.
Além disso, me coloco com um guardião dos idosos que via de regra se defrontam com outras pessoas mais jovens ocupando o assento preferencial. Muitas vezes peço que eles desocupem e cedam o lugar para os mais velhos. A relação de sucesso é alta, 80 contra 20%, mas isso não é regra geral.
Já ouvi muitas queixas e que alguns saem no tapa com esse tipo de abordagem. Tive sorte até hoje. 
Mas a minha estória de hoje é sobre o gurizinho com a vovó. Na saída do terminal o nosso motorista animado com a manhã ensolarada já saiu fazendo uma longa curva e bem rápido para aproveitar o semáforo verde, deixou a todos apreensivos, menos o menino. Ele já foi gritando: – Huhuuuuuuuuuuu. 
Seguimos em frente, pára no ponto, sobe mais passageiros, sai, vira segunda à esquerda, entra na avenida Clélia e segue no corredor do Haddad. Passam-se dois pontos, o asfalto totalmente ondulado, o veículo já castigado sem amortecedor, pula igual um cabrito e o menino feliz da vida, gritando "huhuuuuu". Passa mais um ponto, rua toda esburacada, ônibus pulando daqui para lá, e a vovó diz pro motorista, vamos descer no próximo ponto. O motorista chega, a vó espera o ônibus parar de vez, pega na mão do netinho, o motorista abre a porta e aí para a surpresa de todos da frente, o menino diz para vó.  – Vó, não quero sair, tá muito divertido. Gargalhada geral. A vó diz que ele não estava acostumado a andar de ônibus, por isso a satisfação. Mas enfim, descem. 
Ainda estupefato, um senhor idoso no banco da minha frente, com os seus mais de 80 anos, de chinelo de dedos, camisa bem batida, calça velha e larga e dobrada nas barras, fala para o motorista e para mim.  – Vocês viram a expressão do menino? "Está muito divertido!" - ele não deve ter mais de quatro ou cinco anos, completa.

"Só as crianças e os velhos conhecem a volúpia de viver dia-a-dia, hora a hora, e suas esperas e desejos nunca se estendem além de cinco minutos." (Mario Quintana)

Essa é a vantagem de se misturar com o público. Você fica cada dia mais rico, mais feliz, acreditando que a vida tem mais lances de alegria do que de tristeza. Nos transportes coletivos não temos só encoxadas, para os inocentes ainda é uma imensa DIVERSÃO.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Numerologia, você acredita?

Cabala neles!

Parece que de louco e supersticioso todo mundo tem um pouco. Tem gente que conheço que não faz nada sem consultar os números. Quer saber quem? Vou mantê-los no anonimato, mas digo para você que é curioso, olhar bem as placas dos carros no estacionamento Área Park no prédio onde temos as instalações da Gapnet, MMT, Conexxe, Chanteclair, Vai Voando e outros mais.
Os números é que prevalecem, tem gente que vai mais longe e atribui valores numéricos às letras e faz a soma total. Antes porém uma pequena definição sobre o assunto. Numerologia é uma pseudociência segundo a qual números e operações matemáticas baseadas em caracteres (principalmente do nome) podem ser interpretados de forma a predizer ou modificar o futuro ou caraterísticas de personalidade.
Pincelei essa definição do Wikipedia, muito interessante: "A numerologia moderna contém muitos aspectos de uma grande variedade de culturas e antigos professores, incluindo a Babilônia, Pitágoras e seus seguidores (na Grécia, 6º século a.C.), filosofia astrológica da Alexandria helenística, o sistema da Cabala dos Hebreus, os antigos Cristianismo místico e Gnosticismo, os Vedas Indianos, o "Círculo dos Mortos" da China, o Livro dos Mestres da Casa Secreta (Ritual dos Mortos) do Egito. Pitágoras e outros filósofos da época acreditavam que pelo fato dos conceitos matemáticos serem mais “práticos” (fáceis para classificar e regular) que os da física, eram mais reais"E mais a Cabala, código dos judeus. A cabala é o sistema hebraico de interpretação bíblica por meio da combinação de letras do alfabeto. Mediante o valor numérico das letras hebraicas, suas combinações e anagramas, pretendem obter uma interpretação esotérica das Sagradas Escrituras.
Bem, depois de feita esse pequena introdução, vamos às curiosidades dos meus conhecidos e suas estórias. Um amigo de longa data, Luis Eduardo Leme, o Dadão pros íntimos me apareceu um dia dizendo que um grande cara do mundo dos esportes, hoje trilhardário, havia perguntado se ele sabia algo sobre números. Ele logo me chamou e fomos ao encontro do nosso grande interessado. Eu, como curioso, sabia de horóscopo chinês, asteca, zodíaco e mapa astral, me meti a fazer a tal assessoria numeróloga. Não sei o que fiz, mas o cara ficou rico seguindo a nossa primeira previsão. Até hoje o Dadão me lembra desse acontecimento. Diz ele, em tom de decepção: – Deixamos o cara rico e nóis sif..... É claro que não fizemos milagres. Sei muito bem de como o cara ficou rico. Não foram os nosso palpites, isso só foi apenas a azeitona na torta toda. 
Mas deixemos esse assunto pra lá. Outros episódios também vivi. Vamos aos relatos. Na época do meu primeiro casamento, 1978 (soma 25, número final 7), acabei comprando um sobrado no Tucuruvi, seu número 44, diziam que 4 era o número da morte, mas rebati dizendo, 44 dá 8 na somatória e significa Poder e Sacrifício, além do mais para alguns o 4 significa Criação. E aí? Deu no que deu. Acabei me separando.
Quando casei de novo, fui morar num prédio cujo andar era o número 13 (azar) e a soma dava 4, de novo! Tive as minhas duas filhas maravilhosas e o casamento durou 18 anos, logo esse 18 que na soma dá nove e é o número da sorte dos judeus. Hoje moro com a minha terceira esposa e o apartamento é 44! Ah, mas é do bloco 2. Ah, o número do prédio é 252 (nove na soma) e aí? Meus carros tem as placas que somadas dá o nove. Ah, os carros dos meus amigos na garagem (o que disse no começo), todos tem o nove como o número da soma. Eles são poderosos e eu nem tanto. Mas uma coisa eu sempre digo, se não fosse esse papo de numerologia não teríamos assunto para jogar conversa fora. Conversa fora eu disse, dinheiro e fortuna, não! Não é meus amigos judeus?
Anotem os números para hoje. 09 - 15 - 18  - 27 - 44 - 51


segunda-feira, 7 de abril de 2014

O primeiro terremoto a gente nunca esquece.


"O terremoto de Antofagasta, 1995 - foi um terremoto ocorrido em 30 de julho de 1995 às 01:11 hora local (05:11 UTC ), que foi percebida entre a Região de Antofagasta e Região de Coquimbo , sendo mais intensa em Tocopilla, Taltal, Mejillones e Socaire .De acordo com o Escritório Nacional de Emergência do Ministério do Interior (ONEMI), o epicentro foi a 20 km para o mar, entre Antofagasta e Mejillones, 33 km de profundidade. Ele tinha uma magnitude de 8,0 graus (na escala de Richter, medido no centro Sismológico, EUA) 1 e entre VI e VII na escala Mercalli. Há registro de apenas três mortes.

Pois é este foi o relato do cismo que presenciei quando estava em Santiago. 
Eles, os chilenos, já sabem o que fazer durante o evento. Todos saem para as ruas. Caso alguém esteja em algum local fechado, a ordem é ficar debaixo do batente dos edifícios, hotéis, restaurantes, hospitais, bancos, enfim dizem que são os locais mais apropriados para se proteger na eventualidade de não se atingir as ruas.
Estava fazendo o meu trabalho de acompanhar o fechamento da revista SuperHiper (da Abras) nas dependências do complexo gráfico da Editora e Gráfica Antárctica, mais tarde comprada pelos canadenses. Era começo da tarde em Santiago, no bairro-cidade de Maipo quando de repente vi as pessoas, os funcionários saírem numa corrida desvairada para fora da planta, como diziam do local.
Como eram divisórias de vidros, notei de longe que as pessoas pediam para eu sair. Era o único ser vivo dentro das dependências. Totalmente alheio ao que se passava. É claro que notei a vibração das divisórias, mas nada se quebrou ou caiu. Enfim, passam uns minutos, atendo aos clamores e saio lentamente. Ao chegar na parte externa, senti o chão se movimentar de forma ondular, foram aproximadamente dois minutos de estranha sensação.
Os postes vibravam e os cães latiam sem parar. Diziam: – Jorge, no ha sentido el temblor? Entendi que aquilo era o tremor de terra, mas terremoto? Nem pensar. Bem, não voltamos para dentro, pois diziam que poderia haver as tais réplicas. Ou seja, mais tremores, que poderiam variar de mais leves ou fortes.
O pessoal local me leva para o hotel que ficava bem longe de onde me encontrava. Hotel Tarapacá, na parte nobre da cidade à avenida de Apoquindo e no centro de toda a atividade comercial, tourista e financeira de Santiago. Os brasileiros que lá estavam hospedados eram os mais falantes e agitados. Ao adentrar no lobby do hotel, o staff me avisa que deveria dormir na cama já devidamente colocada sob o batente de madeira com uma espessura no mínimo de meio metro.
Já estava cansado e após um breve banho, caio no sono quase que incontinente, pois iriam me buscar logo cedo para verificar a impressão e acabamento final das revistas.
Logo "temprano", após o café da manhã, corri para comprar os jornais locais e foi ai que caiu a ficha. Só catástrofe. Danos horríveis que jamais imaginaria que passaria perto de mim. Realmente é chocante para nós brasileiros. Fui na banca e comprei todos os periódicos que pude encontrar e os trouxe para cá. Era um tipo de souvenir bizarro. Mais tarde o meu motorista passa para me buscar, chega um pouco tardio e se desculpa pelo inconveniente, e justifica dizendo que a causa foi o caos do trânsito. Segundo ele, havia acontecido mais de cem réplicas durante a noite e aquela hora. Fomos ouvindo uma rádio local. As narrativas eram só de danos e prejuízos para todos. Chegando na Editora não se falava em outra coisa. E para mim, ficou aquela sensação. O primeiro terremoto a gente nunca esquece. E neste dias de hoje, com a repetição em escala maior, vejo o mesmo povo chileno passar por mais uma dessas catástrofes outra vez. Quem sabe outros brasileiros, assim como eu, passaram pela primeira vez por essa sensação e sobreviveram.

sábado, 5 de abril de 2014

O Wilker que eu conheci.

O Wilker que eu conheci.
Apesar de respeitarmos o ator José Wilker, reconheço que é um daqueles de mão cheia.
Seus trabalhos o gabaritam. E neste momento todos os elogios são louváveis. Quem trabalhou com ele, quem contracenou ou foi dirigido, expresam com conhecimento de causa ao elogiá-lo.
Eu porém vi o cidadão José Wilker em três oportunidades. E por isso não tive boas lembranças da maneira com  que ele se comportou. Me pareceu muito estrela e insensível a nós pobres mortais. A primeira vez, há muito tempo atrás, creio que era 1984, naquele momento era casado com Renée de Vielmont, quando estava no antigo restaurante Dinho's Place do Arouche, a família estava completa, pois a filha, Mariana e esposa o acompanhavam. Tratou tudo e a todos, garçons, maitre, fãs e até a própria filha, bem pequena e portanto impaciente na mesa, de forma áspera. Estava hiper tenso, muito estressado. Nessa situação fui expectador, vi de longe. 
A outra, já em 1996 no Riocentro, num evento da ExpoAbras, em que eu atuava na organização, teríamos uma apresentação sobre os números do setor dos supermercados.
Antes de iniciar os trabalhos, fomos passar o texto com ele. Olhou bem para nós e disse:
– Sou ator! Não é preciso passar este texto. Saiu direto do camarim, subiu ao palco, mandou o recado e pronto, foi embora. Senti naqueles instantes um pouco de desprezo por nós, míseros organizadores de evento sem a menor expressão para ele. Por exemplo, a título de informação, naquele mesmo dia o Serginho Groisman também iria apresentar outros números e passou o texto sem nenhum ataque de estrelismo. 

E a última em 2008, dentro do avião no voo da antiga Continental, hoje United, na classe executiva, onde viajamos com um grupo de pessoas, dentre elas, a nossa copeira, dona Odete. Fomos pedir uma foto com ele, e um tanto cansado de tietagens no voo e prestes a chegar no Galeão, depois de uma longa e cansativa viagem de 10 horas, negou-se a posar na foto.
Entendo tudo nessa vida. Mas é difícil compreender que pessoas públicas, artistas e celebridades de talento, às vezes pisam na bola. Dele levarei estas três situações negativas, apesar do Brasil estar chorando por ele. Sou cristão e desejo sinceramente que ele esteja bem a caminho da luz. 
Na oração do Pai dizemos: "perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido....

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Selfe-se quem puder.

Choque de paradoxo.
Parece besteira, mas tem coisa estranha no ar. 
São tantas informações que não conseguimos observar e chegar a conclusões óbvias. Nem demoradamente e muito menos rapidamente. Mas uma coisa já tenho certeza. Nem uma velocidade de 500 megabits por segundo faria o papel de compreender o nosso tempo. 
É preciso inteligência natural, emocional, intuitiva, cognitiva e não artificial. 
A experiência, o saber adquirido ao longo dos tempos está perdendo lugar para o imediatismo, para versão mais barata. Busca-se tudo por resultados imediatos.
E infelizmente não sabemos onde ir. Onde isso vai acabar?  E essa correria, nos deixa cegos. 
Busca-se soluções sem previsões ou planejamentos satisfatórios. Fracassos e fracassos estão sendo contabilizados e não se tem a fórmula da salvação. 
Não vou aqui enumerar, mas casos recentes de fracassos do Big Brother, programas de auditórios, coberturas do tipo carnaval, invenções como do Thiago Leifert, de apresentador esportivo em horário alternativo, vira apresentador de programa enlatado, e é colocado para ser comentarista, colocar figurões do passado e misturar gente nova, no caso da Globo, não deu certo, pelo menos na cobertura carnavalesca.
Por quê? Hei você? O mundo mudou! Quem não conseguir a "receita mágica" vai ficar paradão na história, nos negócios, na estrada digital, vai ficar a ver navios...
Recentemente um selfie patrocinado pela Samsung no Oscar movimentou 25 milhões de comentários e compartilhamentos. O nosso carnaval, informa o Olhar Digital, movimentou 125 milhões de interações no Facebook.
O PT, se depender das redes sociais, já era. A Dilma não implaca a reeleição. Hoje é mais fácil criar rejeições do que soluções. O povo incrêdulo é a mistura fina para o caos. 
As instituições falidas são trilhas para os desmandos e terreno fértil para os aproveitadores. 
As primaveras árabes, os governos sírios, ucraniano, argentino e venezuelano, sentiram que não podem mais sufocar a opinião pública, e as janelas ficaram escancaradas. 
E países que se fecham como Coréia do Norte, China e Cuba, uma hora dessas vão ver o clamor da massa silenciosa, sufocada, pronta para bradar e explodir.
Será que tem gente observando tudo isso, analisando e tirando alguma conclusão, encontrarão a tal receita? E o mundo corporativo? Está sabendo e vai seguir as tendências mundiais do mundo tecnológico? A velocidade dos anos 60 foi atropelada nos anos 80 e 90 num processo muito lento aos padrões de hoje. A era do milênio engoliu tudo e a todos. O que se fazia como resenha, virou piadinha quando se repete a informação. Hoje é necessário estar permanentemente conectado. Acabou a escrita impressa em meio de papel (jornais e revistas). Acabou a cultura de se ver a informação repetida relatada nos pormenores, salvo um fato muito relevante, impactante, tipo um evento mundial. Passando uns três ou quatro dias, some. Vejam o caso do voo MH370. Acontece, sabe-se no dia e pronto, vai-se para a próxima e assim sucessivamente. Tudo é efêmero. A TV que era a toda poderosa, hoje  não detém mais que 30% da audiência cativa de expectadores. Somos online, individualistas e tribal na mesma vipe.
Esse é o paradoxo, viver fechado na necessidade de ser antenado, mostrar-se e ao mesmo tempo que é visto (selfie), buscar os créditos dessa individualidade, alojar-se numa ilha e acenar para um transatlântico cheio de amigos e seguidores, que passa por perto.
Enfim, quem conseguir ler a bola de cristal virtual, vai se dar bem.
Você arrisca algum palpite para os próximos países que sucumbirão ao clamor popular desgostoso e insatisfeito? Arrisca a algum palpite para as eleições no Brasil? Será que alguém sabe o que vai acontecer no Brasil após a Copa? E durante?
Você está sintonizado? Você está preparado para o Day After? 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Pratique o bem. (1.Timóteo 6:18)

Há uns dois ou três anos atrás participei de um seminário sobre comunicação. A Gapnet me proporcionou esta participação junto com a mentora de RH da época, Sara Masson.
Lá fomos nós. Chegamos de manhã, café de boas vindas. Distribuição de crachás, material de apoio e em seguida sentamos na sala. Tinha gente de toda a gama de profissões. A maioria das pessoas de fora de S. Paulo. Alguns de prefeituras do interior do estado de São Paulo, alguns de Minas e dois psicólogos de Goiás.
O outro contingente era daqui mesmo. Tinha até algumas pessoas de agências de turismo. 
E começa o seminário. Blá, blá, blá, comunicação é isso e aquilo. Confesso que tudo que se falou e foi apresentado era de meu conhecimento.
Justamente o que eu lecionei no passado não tão distante nas faculdades onde trabalhei. Estava chato demais. Nada de novo. Mas fiquei caladinho. A minha colega, balbuciou:
– Salim, você está quieto demais. Está com sono? Sorri! – Claro que não, mas o assunto está maçante, disse.

Chato demais. Acho que depois do almoço não voltarei, pensei. Porém depois da pausa para o coffee-break, o palestrante, se apercebendo do clima de marasmo, sem feed back por parte dos integrantes do seminário na sala, foi logo avisando. – Depois da paradinha para o café, voltaremos com uma dinâmica de grupo e escolho este senhor aqui (por acaso eu) para ser questionado.
Perguntei, logo eu? Sim, você me parece a pessoa talhada para ser o centro da dinâmica. Pensei, lá foi a minha escapada! Voltamos e começou a batalha. A dinâmica era a seguinte.
Quais são os seus três maiores desejos para o seu futuro? O que será preciso para realizá-los. A dinâmica era para que eu fizesse os comentários sobre os temas propostos e as pessoas da sala iriam me questionar, após a rodada de todos contra um, a coisa mudaria, passava a ser eu contra todos. Eu iria questionar um por um sobre as questões levantadas.
Ai vocês perguntariam. Que confusão? Pois é. Isso é um processo de comunicação. Deveríamos seguir as regras estabelecidas nas informações iniciais, na primeira parte do seminário. Estava tudo ali, na apostila fornecida. Mas como se diz no manual da publicidade. NUNCA ENTREVISTE UM PUBLICITÁRIO. NÃO SE FAZ PESQUISA COM PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO. Eu completaria. Não convide um publicitário para uma dinâmica de grupos tipo uma sessão de terapia de grupo. Alguém pode sair ferido. O caos poderá ficar inadministrável. Dito e feito. Como não houve uma prévia para dirimir dúvidas. Causei a maior confusão em dizer sobre as três coisas que gostaria de fazer no futuro e como as tentaria viabilizar. Falei categoricamente. As três coisas desejadas para o meu futuro era apenas uma. Ter uma fase idosa com dignidade. Não se tornar um fardo para os herdeiros e saber administrar a velhice com sabedoria. Como viabilizá-la? Começando agora junto aos filhos e entes queridos. Primeiro mostrando como fazer com os nossos idosos do momento, por exemplo minha mãe.

1 Timóteo 6:18 - Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos  prontos para repartir.

Eu faço a minha parte, zelando para que ela (a vó) tenha um final de vida decente, com qualidade e generosidade, mostro para as minhas filhas como é, elas aprendem para fazer comigo, quando eu me tornar um idoso e elas exercitam já se preparando para a fase idosa delas, quando esta fase chegar. Seria uma espécie de ciclo virtuoso. A geração de hoje cuida a de ontem e mostra para a de amanhã como será o futuro delas.
Isso foi suficiente para causar o maior problema de comunicação que eu já presenciei. Ai começou a discussão, os assuntos se multiplicaram como poder aquisitivo, educação, famílias em litígios, filhos que abandonam os pais e vice-versa. Doenças degenerativas com Alzheimer, Parkinson e Esclerose Múltipla, sem contar os casos de acidentes que levam ao coma, eutanásia e outros mais. 
Viu só o que dá chamar um geminiano publicitário para ser o foco de uma dinâmica de grupo. Não havia mais tempo para as discussões e análise de resultados do processo. Não havendo prorrogação, e nem tempo para a decisão nos pênaltis. A peleja foi encerrada sem saber quem venceu e quem perdeu. Ao final não houve vencedores e nem vencidos.
Pegamos o certificado e fomos embora para casa. Os que moram longe, lá no interior de Goiás, voltaram decepcionados.
Foi uma verdadeira aula de panaceia verbal. Até poderemos alterar a velha máxima do Chacrinha. Ao invés de "quem não se comunica, se trumbica", passamos para "quem muito se comunica, se trumbica". Alô, alô Teresinha....




Nota de rodapé: estou fazendo a minha parte, apesar do final do seminário não ter dado certo. Estou fundando um Instituto* para Orientação da 3a. Idade. Nome, missão, valores e princípios já estão definidos. Quem quiser me ajudar e caminhar junto, é só falar comigo. Os velhinhos agradecem a preferência. Obrigado!
*Em princípio deverá se chamar INSTITUTO VITAL.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Ah, esse calendário gregoriano.

Ironia mensal entre 1o. de abril e 1o. de maio.
Quis o destino que eu me desligasse da empresa onde trabalhei durante 13 anos, neste mês de abril. Este mesmo mês de abril que tem no seu primeiro dia, o emblemático dia consagrado à mentira. Mas é verdade. Começo o mês de abril como se fosse a última volta da minha corrida de Fórmula 1.
Comecei na Gapnet no dia 22 de abril de 2001 e encerro meu trabalho no dia 30 de abril. E tem mais uma ironia. Ficarei desempregado no dia seguinte do final deste mês. O dia 1o. de maio, dia consagrado e mundialmente festejado como o Dia do Trabalho. Hehehe, Comemoro o dia de trabalho sem emprego definido. Dai o título. Ironias mensais. Mas a minha vida foi recheada de ironias e coincidências.
Quando moleque, a maioria dos meus aniversários tinha a concorrência das Festa Juninas, inúmeras comemorações afetaram a minha festa de aniversário, ninguém aparecia.
Muitas vezes as pessoas não dão por si ou não se atentam. Mas a semana de saco cheio, por exemplo, é comemorada por quê? Você conhece a Semana do Saco Cheio? Quem faz aniversário dia 12 de outubro, então. Pode até ganhar dois presentes, aniversário e o Dia das Crianças. Mas a festa deve ser feita antes ou depois.
No Brasil, este costume começou por volta de 1982 e foi uma invenção de estudantes universitários que já estavam cansados nessa época do semestre. 
O dia 12 de outubro é feriado de Nossa Senhora Aparecida e Dia da Criança, logo em seguida vem o dia dos professores, em 15 de outubro. 
Os estudantes decidiram emendar essas datas e daí surgiu a semana do saco cheio. 
Eu, por exemplo, antes de 1982, tinha um desgaste muito grande, nessa época como professor universitário, lecionava em duas universidades e ficava estafado e nós professores, dizíamos entre nós, que era uma moléstia chamada outubrite. Dai prepararmos as provas e não as aulas, pois o stress era imenso. Depois veio a tal semana, substituindo o nome da época, mas o efeito era o mesmo. Cansaço e mais cansaço. Eu por exemplo, quase morria.
E os feriados quando caem no sábado e ou domingo. Decreto de morte. Mas em contrapartida, nos anos seguintes caem e provocam os tais feriados ponte, quando a gente prolonga os dias de folga, isso adoramos, né? Viva a ironia! Ou seria paradoxo?
Há uns anos passados, quando cuidava do marketing, tomei a iniciativa de promover na empresa, juntamente com o  RH, uma ação para premiar o melhor funcionário do mês.
Foi intitulado como "A Folga do Leão". O destaque do mês ganhava um dia de bônus. O colaborador poderia usar quando quisesse, porém deveria ser naquele ano vigente. Azar do último destaque do ano, o de dezembro. Por isso, mais uma ironia mensal.
A nossa coligada, a operadora MMT dava um dia de bônus ao aniversariante do mês. 
No dia em que completava anos, o colaborador tinha folga. Azar de quem fizesse aniversário no feriado ou no final de semana, mais uma ironia. E quem nasceu em dias em que a data é feriado mesmo? Casos de Ivo Lins, que nasceu a 7 de setembro e Julio César (TI), que nasceu no dia 31 de dezembro. Conheço pessoas que nasceram a 12 de outubro, 02 de novembro (Finados), 15 de novembro (República) e 25 de dezembro.
Os natalinos, setembrinos, juninos, pascoalinos, januários, aparecidas, agostinhos, não se importem, o que vale é a comemoração, mesmo que tardia, o que conta são os amigos não faltarem à festa. O que conta é a lembrança, um telefonema, um e-mail, uma notinha nas redes sociais. E se for presencial e com um presente, ai fica muito melhor.
Aos meus amigos excluídos e incluídos, aos empregados e desempregados, continuem a caminhada. Lutem contra as ironias, por mais paradoxal que seja, quer das pessoas, quer da vida. 
O que vale é a perseverança. Persistir com esperança. Lá vamos nós. Que venham os próximos meses de maio, junho, julho de 2014, Copa do Mundo e eleições. Xô, zica.