sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

2017 - Estamos voltando.

Aos amigos queridos do trade. Há um mês fui consultado por uma aérea e um grupo de amigos para analisar propostas. A aérea não progrediu, no entanto, a do grupo foi quase que imediatamente aceita. Portanto, em 2017 voltarei a frequentar as hostes turísticas de S. Paulo e futuramente no Brasil. 
 Trata-se de um projeto pensado e que nasce vitorioso não somente pelo profissionalismo, mas pelo time de pessoas éticas, onde a confiança e a vontade de fazer o melhor, superam conhecimento, pois atitude é superior à conhecimento, por isso aceitei esse meu retorno. Ex-colegas do mercado e da antiga Gapnet, daqueles tempos que agitava a concorrência e o mercado num todo. Já pensaram, portas abertas? Com maior experiência e domínio tecnológico, entrosamento e conhecimento de uma nova realidade? 

Vem aí um time graúdo de gente que vai provocar um tremendo rebuliço. É isso, eu gosto. Desafio é pra ser enfrentado. Time que não fugirá à raia. Se não puder ser o maior, deverá ser o melhor, por que não? Manter-se ativo, será o nosso norte. 
Portas em automático, voaremos em 2017 em altura de cruzeiro no céu de brigadeiro. Azul, como cor, será nossa guia cromática. 
Keep Going, que na tradução já explica para que viemos, não desistir e fazer a diferença !
Aguardem. Teremos novidades bacanas.
Voltamos para o futuro!



















segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Dubladores, quem ouve a voz, não vê a cara.


Se existe algo que 'adoro' é tratar desse assunto. Dublador. Para a mim a principal lembrança que tenho desde a minha infância.

Acabamos nos apaixonando por um personagem primeiramente pelo som que ouvimos. O timbre da voz. Lembro-me do seriado Bonanza, não perdia um.
Sempre aos sábados à noite na extinta TV Tupi. Adorava o Hoss, mais alto e um pouquinho gordo. O seu chapéu era o maior charme. A música até hoje é um hit. 
Pernell Roberts como Adam Cartwright, Michael Landon como Little
Joe, Dan Blocker como 'Hoss' e Lorne Greene como Ben Cartwright.
O som, parte da música e as vozes, é que cativam primeiro aos fãs. 
E vem dai a minha predileção pelas vozes e o encanto que ela nos trazem. Sempre gostei da dublagem e por isso as memorizo muito. Às vezes me pego criticando algum seriado que muda as vozes. Vem sempre a comparação. É o caso do seriado do Chaves. 
Mas estou tratando deste assunto porque razão?
De novo me recorro aos meus infindáveis passeios, no uso do transporte coletivo. 
Os ônibus. É lá que encontro essas pérolas do dia-a-dia. Uma usina inesgotável de histórias ricas do cotidiano desta mega cidade de S. Paulo. 
Se você deseja ver a vasta diversidade, então adentre num 'busão' e fique observando.
De repente algo lhe fará ficar boquiaberto. Então vamos a nossa história. Os dubladores e a velhice. Temas que domino muito, portanto fico mais atento ao que acontece.

Outro dia desses pego o ônibus da linha Itaim Bibi, 847P10. Esse trecho é muito longo, pois passa na Lapa debaixo e segue até a Vila Olímpia, atravessando toda a Vila Madalena, cruza a avenida Faria Lima, que depois vira Hélio Pellegrino e vai até o ponto final, quase na avenida Santo Amaro. Provavelmente, dependendo dos congestionamentos nos cruzamento críticos, esse trajeto é de 45 minutos a uma hora. 

Depois que entrei, cerca de uns 10 pontos à frente, sobem no coletivo, dois homens. 
Um baixinho e outro com cabelos grisalhos, presos formando um rabinho. 
A dupla logo me chamou a atenção. O baixinho irritadiço, nervozinho e o outro calmo. 

Lá pelas tantas começam o assunto. São pessoas que conviveram com os dubladores. Não consegui saber se eram técnicos de som, ajudantes de estúdio ou até dubladores de menor expressão. Apenas vi que começaram a falar do passado.

Não por coincidência o papo começou e falou-se de quem havia morrido, assunto recorrente em conversas reservadas com pessoas bem idosas, diria. O primeiro nome citado foi de um dublador famoso que havia morrido, Walter Santos. Só fiquei sabendo dele mais tarde em pesquisa no Google. Mas na hora não me lembrava dele. Mas os dois só se derretiam pelo caráter dele. E em seguida foram desfilando nomes. Nelson Machado, Borges de Barros, Flávio Dias e Sergio Galvão, todos já falecidos. 

Estava encantado ouvindo e nem vi o tempo passar. Falaram de algumas mulheres, só gravei a Gilmara Sanches, creio. Chegou o meu local de descida e os deixei, fiquei muito pensativo. Queria ter me aproximado deles e pedido por uma foto, aliás fiz uma sem a autorização deles. Estou publicando.

Mais tarde ao voltar para casa, pesquisei e não achei nenhum deles. Mas encontrei-me no bau dos eternos ídolos do 'farwest', nas séries de ação, nas comédias e grandes filmes. Revi os donos daquelas vozes, anônimas, que emprestavam aos atores estrangeiros dos seriados e filmes que nos ajudaram a montar o nosso inconsciente coletivo sobre o bem e o mal.

Era ali que aprenderíamos a ser mocinhos ou bandidos. A escolha de trilharmos pela justiça ou pela vilania. Do gosto de tratar bem os animais, a natureza, de gostar dos campos, montanhas ou da cidade, progresso, da ficção. De querer se locomover de diligências, trens, carrões, foguetes, aviões. Foi através destas vozes que nos tornarmos seres criativos, produtivos, amáveis e românticos. Também já flertarmos pelo ilícito, pela justiça feita pelas próprias mãos, flechamos, atiramos, fuzilamos, enforcamos, enfim tivemos as escolhas à nossa frente.

Que bom foi ter visto estes dois personagens que me transportaram no túnel do tempo. Obrigado, vozes anônimas. Nos encontraremos no futuro. Ao infinito e além.