quarta-feira, 1 de junho de 2022

Vem devagar, vem devagarinho…

 Hei cara-pálida, o mundo está mudando e você ainda não percebeu.

Até os filmes de ficção e de Super-Heróis estão começando as transformações a respeito do comportamento de gênero.

Não só de cunho político-social, mas como de comportamento. Exibido recentemente nos cinemas, o filme Dr. Estranho, o multiverso da loucura, já deu sinais fortes da mudança. A menina, América Chavez, que será a próxima heroína da franquia, foi gerada de um casal homoafetivo, ou seja, duas mulheres. No mesmo filme, a vilã, Wanda, a Feiticeira Escarlate, tem dois filhos em outro multiverso, numa pacata família sem demonstração que foram gerados tradicionalmente como um casal, homem e mulher. 


Outro dia destes os roteiristas informaram que o Super-Homem era gay. Já havia aquela dúvida sobre o Fantasma, Batman e Robin, Mandrake e Lothar, SH, e outros ícones dos quadrinhos que foram levados a 7a arte. Parece que se trata de uma explicação um tanto desconexa e que nem mesmo é lembrada atualmente.

É meu amigo o futuro será um verdadeiro multiverso, acostume-se. Não atoa que o dono do Facebook mudou o nome de sua empresa holding para trabalhar o novo conceito do Metaverso. A era digital nos proporciona construirmos vários avatares. No fundo, são ensaios para se co-habitar com as diferenças e nos tornarmos mais tolerantes.


Já foi o tempo que a Doutrina moral católica institucionalizada pelo Vaticano prega em seus dogmas. A família com o homem, chefe do lar e a mulher submissa. Esse código binário está mudando de forma acelerada. O que a religião nos impôs ao longo de séculos como único padrão de aceitação da sociedade, está em franca transformação. Como um amigo diz: “o povo saiu do armário”.



Ter um universo com grandes transformações é inevitável. Entrar num novo espaço com status de Regeneração que a Doutrina de Allan Kardec, deixando o período de Provas e Expiações, fará o que já sabemos como estudiosos do Espiritismo. Tempo de mudanças, transformações onde o Amor que Jesus Cristo tanto pregou há 2 mil atrás, será mais exercido por todos os novos encarnados deste tempo em diante. E uma forma de amar, será respeitar todos os ‘diferentes’ daqueles modelos tradicionais. 


Numa época nem tanto longa, provavelmente nos anos 80, surgiu um termo que foi aceito sem preconceito, a palavra Unissex, usada em salões de cabeleireiros, já foi aceita de pronto. O inconsciente coletivo foi visto em padrões vibratórios positivos, diria civilizado.

Nesta mesma época na música tivemos grupos que quebravam os paradigmas do politicamente correto e atingiam sucesso em todas as camadas da sociedade. Lembram-se do grupo musical Os Novos Baianos? Segunda onda de baianos talentosos, sucedendo os primeiros movimentos de protestos de outro grupo baiano, Tropicalistas. 

Não seremos mais só masculino ou/e só feminino, nos tornaremos melhores, como dizia a música de Pepeu Gomes:

Ôu! Ôu!
Ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino...


É claro que este processo não se pode mudar por decreto, ou imposição de um segmento social, ou grupos poderosos na mídia, ou organizações engajadas na sociedade que forçam a barra, impondo uma normalização em adotar novos costumes ainda assumidos por minorias. Aceitamos, respeitando o devido tempo de maturação e da transformação natural que virá através dos tempos. 


Lembremos do que Jesus disse a seus apóstolos quando questionado sobre sabermos (ou entendermos) mais coisas. 

Na época perguntado, Jesus disse: Eu ainda tenho muitas verdades que desejo vos dizer, mas seria demais para o vosso entendimento neste momento. Está lá em João 16:12. Mas tem em Marcos 4:33, Coríntios 3:1-2 e Hebreus 5:11-14, textos parecidos. E ainda hoje continuamos néscios para certos tabus. A natureza divina vai se encarregar disso, acreditem. O conhecimento chegará no seu devido tempo e hora. Por enquanto precisamos respeitar, sermos tolerantes e auxiliar quando pudermos, esclarecendo, se nos permitirem e ouvirem. Bom senso e canja de galinha não faz mal para ninguém, ainda mais nestes tempos frios e sombrios.


*Nota de rodapé: Há alguns comerciais na TV de produtos de consumo popular que já estão com a bandeira da diversidade de gênero. A Natura foi uma das pioneiras em fazer isto nas vendas de produtos no Dia dos Namorados. A cerveja Amstel está atualmente com um comercial com dois rapazes homoafetivos juntos. Que apresenta um foco no futebol, claramente de cunho machista. Novelas e séries brasileiras da Rede Globo já fizeram muitas inserções nesse campo delicado para a extensa maioria conservadora dos telespectadores da telinha.