sábado, 22 de maio de 2021

A que ponto chegamos.

 Confesso que não irei entender, digo, compreender jamais as atitudes do ser humano, principalmente a nossa sociedade brasileira.


A pandemia está mostrando esse cenário escabroso de parte da nossa sociedade, parte essa, que podemos afirmar que seja uma elite, classe privilegiada, com posses, empregos, empresas e/ou bens. 


O coronavírus foi noticiado no seu período inicial como um problema geral que não escolhia classe social, cor da pele, homem ou mulher, jovem ou idoso, embora os idosos tenham sido os mais atingidos no início.


Pois bem, passados quase um ano e meio, as máscaras caíram, não só as máscaras de proteção ao contágio, como as máscaras que cobrem as informações e comportamento da população brasileira.

A CPI mostra, apesar de ser um palanque político, as falhas que todas as autoridades no trato com a população mais carente, que na falta de poder aquisitivo, se vale do SUS, serviços médicos oferecido pelo governo federal.


E o que mais me deixa transtornado é o comportamento da dita classe média (será que ainda existe?), que apesar do agravante de ter diminuído os ganhos, quer no trabalho por home-office, comércio limitado por número de atendimento, etc. No entanto, o que ainda vemos, são as atitudes claras de escárnio desse segmento da sociedade. Um bom exemplo é o Turismo da Vacina. Quem tem poder aquisitivo e passaporte com vistos, viaja para ter esse privilégio.



Agora estamos vendo a corrida aos postos de saúde para terem a aplicação da vacina da farmacêutica Pfizer. Vemos pessoas voltando da fila por saberem que a vacinação daquele determinado local é das vacinas fabricadas pelo Butantã e/ou Fiocruz, com um menor índice de eficácia do que a Pfizer. 


Por que o ser humano não aprende? Por somos egoístas a esse ponto? Por pensamos com o umbigo? Será que haveremos de amargar essa pandemia e conviver com pessoas individualmente limitadas que só pensam em si e não no coletivo? Vemos nos noticiários todos dias. Fura-filas da vacina, simulação que vacinou e não foi feito, carteirada de autoridades, roubos de vacina, perdas por falta de cuidados na refrigeração, falta da vacina da 2a dose, perda do prazo da imunização, falta de coordenação federal, estaduais e municipais.


Se escaparmos dessa situação precisamos agradecer à Divina Providência. Porque conviver com essa realidade de uma sociedade doente, sim, enferma no sentido geral, que mesmo procurando se vacinar nos EUA, ou receber a vacina da Pfizer, vai continuar doente, mas doente de sua mente, do entendimento de vida, da compreensão de seguir o que nosso Pai, através de Jesus, ditam que é necessário amar o próximo como a ti mesmo. 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Ubatuba não merece esse desprezo.

 Sem vacina, sem dinheiro, sem rumo, aonde vamos?

Hoje, após ter completado o período recomendado pela vacinação das duas doses, e seguir as recomendações de isolamento, máscaras e limpar as mãos com lavação com sabonete e álcool em gel, pois sou grupo de risco, beirando os 70 anos. Resolvi sair do casulo após 10 meses. 


Desço a Serra do Mar numas estradas mais sinuosas de S. Paulo, rodovia Oswaldo Cruz. Três horas da capital. Na entrada já vejo a população caiçara andando de bikes e pasmem. Todos sem a máscara. Ligo o alerta. Seria por isso que a pandemia não diminui. A teimosa da população?


Já instalado nos aposentos da casa de um parente que mora na região denominada Itaguá, próximo do projeto Tamar. Local onde existem várias pousadas, colônia de férias de sindicatos, restaurantes, lanchonetes, barracas nas calçadas de frente ao mar, pontos de saídas turísticas de barcos, botes e canoas. Tudo fechado! Nada de nada.


Ninguém nas praias, ninguém nos passeios, lojas, bares, botecos, hotéis, todos desertos. Alguns com os serviçais limpando os vidros da fachada destes estabelecimentos. Poucos turistas ou locais andando pelas calçadas. Carros com placa de fora, poucos. Já os que se utilizam de bikes, cortam as vias e corredores exclusivos. Porém o resto, tudo fechado.


Pergunto para mim próprio. O que será destes proprietários de pousadas, bares, restaurantes, lojistas, shopping, das barracas, do artesanato local? Onde iremos com essa situação de paralisia do comércio normal e informal? Quem emprega não tem condições de manter os seus empregados com o estabelecimento trancado. Tirei algumas fotos. Hoje com a permissão do Plano S. Paulo, com certas regras mais liberadas do Fase Vermelha, não vi nenhum lugar aberto.


Vi um estabelecimento aberto. Uma loja de material esportivo, roupas para a prática marítima, brinquedos aquáticos, maiôs, biquínis, sandálias, moda íntima, toalhas de banho, guarda-sol, bóias, etc. Entrei e falei para o primeiro funcionário que veio me receber. - Cadê os fogos? Não seria o caso de comemorar ao ver dois turistas ao ingressarem lá?

Apesar de irônico, percebi um ar de contentamento por parte de outros funcionários. Ficamos por uns 10 minutos conversando com eles. Mas, certamente é um momento de calamidade.


Para onde iremos? Sem rumo. Tudo por causa de um desgoverno federal e estadual, como também estendido até em falhas de governos municipais. 

Sem vacina. Sem dinheiro. Onde iremos parar? Aqui em Ubatuba sinto nestes dias uma verdadeira tristeza. Local que já foi considerada umas praias mais badaladas do estado. Um IPTU dos mais altos do país. Empreendimentos imobiliários bem pujante. E agora? Enquanto esse momento, deixa tudo desértico e sem movimento, contrapomos a locais periféricos que adotam os pancadões e onde corre solto bebidas, drogas e ilicitudes mil.


Repito, cadê as ações das autoridades para evitarem essa quebradeira do comercial legal, pessoas de bem que movimentam o comércio, pagam impostos, geram a economia local?

Secretarias ou Ministério do Turismo, Comércio e  Infra Estrutura, é hora de arregaçar as mangas e fazer algo para esse momento. Deixem a política de antagonismo e picuinhas de quem só pensa em 2022. O momento pede socorro. Salvem os nossos locais. Por favor. A cidade e as pessoas não merecem esse desprezo oficial.


Escrito por Jorge Salim, publicitário, aposentado, 70 anos, blogueiro do nosso cotidiano, entusiasta do 3o setor, decepcionado com a atual situação do Brasil.

Fotos próprias. Dia 11/05/21 15:00 h.

sábado, 1 de maio de 2021

Propaganda boca-a-boca. Mito ou verdade?

 Propaganda boca-a-boca. Mito ou verdade?

Desde a minha adolescência em Rio Preto com cerca de 15 anos, quando em uma conversa com uma professora, da. Ana no 1o ano do colegial, defini que seria um publicitário, ouvia muito uma lenda, que dizia que a melhor propaganda, é a que era feita de boca-a-boca. Será?


1971 - Vim para São Paulo, depois de ‘perder um ano’ tentando estudar Engenharia em S. Carlos, SP. Acabei fazendo um curso preparatório de propaganda, na FAAP. Só depois cursei a ESPM. Nos dois ouvia a mesma história: a propaganda boca-a-boca é a melhor. A mais eficiente. Será?


Depois de anos, formado, atuando e mais tarde como professor, a lenda sempre me perseguia. A propaganda boca-a-boca é uma das melhores. Nunca admiti esse conceito nas aulas ministradas. Só que, nestes longos 40 anos, ensinando e aprendendo, não vi uma campanha de produtos se valer do sistema boca-a-boca. Tudo é pesquisado, planejado, desenvolvido, divulgado, estudado, corrigido, relançado e seguido de novos trabalhos, tudo bem acertado entre os comunicadores e os veículos, e nada de boca-a-boca. Mas a fama não acabou. Será?


Hoje com o mundo das plataformas e redes sociais, cada post vai nos surpreendendo e as opiniões pessoais, fake ou não, vão fazendo seus efeitos colaterais. As mesmas agências que faziam aquele planejamento, mercado-teste, lançamentos em mercados menores, pesquisas, etc... Agora possuem departamentos ou setores exclusivamente para atenderem às demandas das relações sociais. Será que esse efeito seria o nosso, velho e bom, efeito boca-a-boca? Ou melhor, dedo-a-dedo! Será?


Hoje, neste mundo digital quem manda são, o influencer ou blogueiro, os fenômenos do mundo da comunicação e consumo. Influenciadores digitais (ou digital influencers) são pessoas que se destacam por meio de um ou mais canal na internet. Entre eles, estão as redes sociais e os blogs. Por meio de sua posição de prestígio, afetam o comportamento e as decisões de compra de seus seguidores.


De repente me vejo olhando para trás. Lembrando dos conselhos da professora, da. Ana. Olha bem, Salim, siga os teus instintos e a vocação, não ouça o que os pais exigem, não faça Medicina ou Engenharia, se isso não for o que você escolheu. Pois então, segui minha vocação. Estudei e me tornei um publicitário. Estudei e compreendi que tudo deve seguir ao planejado. Lembro de uma frase que li num desses livros da Teoria da Comunicação. Lá dizia, “...gastar dinheiro é coisa séria. Respeite o seu cliente”. 


Então, o que vemos hoje?  Estude, escolha uma boa faculdade e se forme? Ou seja um influencer. Ouça o clamor da sua vontade, escolha o nicho e parta para a web. Acho que o boca-a-boca hoje é uma realidade. Mito? Só se você, ignorar os likes das redes sociais. 

Bora comprar um ‘ringlight’, um bom smartphone, contratar um especialista e ouvir aquela frase: Câmera, gravando! E bota a cara na web, saia correndo atrás do inesperado sucesso. Hoje ouço, que se deve atingir ao maior número de seguidores e receber as quantias, fruto do volume desses mesmos seguidores. Será?