sexta-feira, 20 de abril de 2018

Uma marca, uma história, a decadência e por fim, a falência.

Triste fim de uma marca tradicional, o triste suspiro de um moribundo.

Hoje passando pela região da Lapa, próximo do mercado municipal e terminal de ônibus e trens, me deparei com tristeza a queda de uma empresa tradicional. Esquina com o shopping da Lapa, irmão pobre e mais velho do Iguatemi, quando foi inaugurado nos anos 70, rua Catão com Guaicurus, o Supermercado Futurama estava fechado.
Agonizou por meses e agora cerrou as portas. Triste fim de um supermercado tradicional e que atendeu esta região da zona oeste por décadas.

Parece mentira, o que eu estou falando? Até porque, muitos pensam que eu vim do mundo do turismo, mas não, trabalhei por 15 anos aproximadamente no mundo do serviço de distribuição. Fui integrante da Abras, Associação Brasileira dos Supermercados, editando a Revista SuperHiper e colaborador direto das Feiras no Rio de Janeiro e Meetings em S. Paulo em cidades pelo Brasil, que fizeram a cabeça dos supermercadistas dos anos 80/90.

Ao lado de pessoas competentes, dirigentes, profissionais do mundo da Distribuição e Serviços, mais jornalistas especializados, acompanhamos a performance dos supermercados (hiper) com o Ranking dos Melhores do ano. Conhecedores do mundo do varejo vimos fusões e incorporações, a passagem de empresas tradicionalmente familiares, atravessarem o processo de profissionalização, para sobreviver. 

O mundo global, os investimentos em tecnologia e o Plano Real fizeram surgir grandes empresas, apesar das grandes redes mundiais virem aqui e passarem a régua nos pequenos. Passado o milênio, muitas indústrias e empresas familiares sobreviveram, foram incorporadas e seguia-se a rotina da guerra de mercado, estilos do atendimento, prestação de serviços, preços baixos, promoções, entrega à domicílio e os supermercados médios acabavam resistindo.

O Futurama foi um desses. Tinha lojas na avenida Angélica, próximo da alameda Barros, em Pinheiros e este na Lapa. 
A sacolinha do Futurama era vista com cada cliente que circulava no Terminal de Ônibus e trens metropolitanos. Um ponto fantástico, creio que dava inveja para outros 'hipers' que nem ousaram concorrer, pois os pontos comerciais são escassos e caros nesta região. 
Quem permaneceu travando lutas foi o Mercado Municipal, porém com os seus clientes cativos e que procuravam compras diferentes. O convívio eram normal.

Mas o que ocorreu foi esse descaminho que levou o Futurama para o fosso. Ninguém explica o porquê. Há boatos, mas tudo é uma conversa triste e melancólica.
Os funcionários nada sabiam, nem o dia que cerrariam as portas. Atendentes grávidas, funcionários com olhares perdidos, tristes e decepcionados com as perguntas sem respostas.

Que isso sirva de alerta para todos, os governos no Brasil, federal, estadual e municipal, estão ceifando a população. O buraco está ficando grande e não sabemos onde iremos parar.
E a população? Salvem quem puder. O leite das crianças está secando.