sexta-feira, 24 de abril de 2015

Jornal Nacional 50 anos - digno de aplausos, porém com algumas pequenas ressalvas.

A redenção do Willian Bonner.

Não sou fã da nostalgia. Porém gosto, por exemplo, de rever grandes clássicos do cinema. Aprecio músicas clássicas, morro de paixão por operas, músicas que me fazem voltar aos tempos de criança, pois quando jovem adolescente, ouvia os compositores clássicos todos os dias, ao ponto de memorizar as músicas de Bach, Beethoven, Lizt, Chopin, Tchaikovsky, Bizet, Verdi e outros monstros.

Revi nesses últimos dias, quando estive em Rio Preto, minha terra natal, na casa onde vivi meus primeiros 15 anos de vida,um quadro que pintei numa tábua de compensado, cujo título "O Sonho do Pequeno Lizt", ainda permanece pregado na parede da edicula no fundo do quintal.
Meu finado amigo, Vinicius Nucci, adorava e odiava esse quadro. Não consigo esquecer dos comentários que ele dizia, quando estava perante esse trabalho. "- Brilhante, mas esse cowboy com o chapéu não combina com o cenário que Lizt viveu", bradava. 

Hoje, o tempo castigou a madeira, além de infiltrações das paredes, o próprio compensado que se descola, porém a essência permanece intacta. Foi um trabalho onde misturei realidade, através do classicismo italiano das figuras e as imaginações, que beiram o surrealismo de Dali, e justamente nesse imaginário, coloquei um velho cowboy, de quem o Vinicius discordava. 


Divulgação
Pois bem, fiz essa introdução para se chegar ao dia de hoje e pedir desculpas ao Willian Bonner. Como todos sabem, o JN das organizações Globo, completa 50 anos nesta semana. Ele, Willian, editor-chefe do Jornal Nacional, fez um trabalho magnífico neste período que foi completado hoje, sexta-feira, 24/abril/15 com chave de ouro, quando na bancada estavam Cid Moreira e Sérgio Chapelin, além dele, Willian e a Renata Vasconcelos. 

Desde segunda-feira, vimos relatos de vários jornalistas destes últimos tempos.
Por exemplo, o JN conseguiu fazer um fato inusitado, pois vimos o Celso de Freitas na Globo e na Record, ao mesmo tempo, mas com imagens totalmente opostas. Na Globo bem jovem, cabelinho escuro e na Record, mais velho e de cabelo grisalho, fica o registro.

Mas voltando, o JN e Willian Bonner, vimos um repeteco das tragédias, dos fatos históricos na ciência, na política, nos esportes, na religião, na economia, no cotidiano mundial com as narrativas de desastres, catástrofes, ataques terroristas, destaques na literatura, passeatas, enfim, tudo passado em blocos de 10 minutos que tiveram registro nesses 50 anos. Senti saudades, confesso. Revi uma Sandra Passarinho, Pedro Bial, Renato Machado, Ernesto Paglia, Caco Barcellos, e outros jornalistas com J maiúsculo. E vi também um Willian Bonner, saudoso que ainda se emociona com as mortes de um Tim Lopes, Ayrton Senna, Roberto Marinho, o chefe supremo global, pai de tudo e todos. 
Vi um Willian Bonner, generoso com algumas celebridades que deixaram de somente ser jornalistas e passaram a ser grifes como Galvão Bueno, Cid Moreyra, Chico José, Fernando Silva Pinto, Glória Maria, Pedro Bial... 

Se alguém não viu, assista a esse link: http://especial.g1.globo.com/jornal-nacional/50-anos-de-jornalismo/

Finalmente, só não dou dez para ele porque na minha opinião não vi citações importantes de algumas pessoas que mereciam até estar por lá.
Exemplo como Willian Vaack, Cirio Bocaneira, Lucas Mendes, Robert Feith, Paulo Francis, João Saldanha, Arnaldo Jabor, Armando Nogueira, Fábbio Perez e a falta da cobertura sobre as mortes no Carandirú.

De resto, Bonner, parabéns e mil desculpas por ter te xingado muitas vezes nas edições do JN com cobertura da fantasiosa campanha do PT nesta última eleição de 2014 e na brandura que tu tratava a sra. Dilma nas matérias diárias durante o período eleitoral. 
Hoje, desta vez senti a tua redenção, parabéns mais uma vez, você é um verdadeiro jornalista, um contador de histórias.