domingo, 16 de agosto de 2015

Faixas na visão de um petista que adora futebol.

Domingo de passeatas nos estados brasileiros. Hoje estamos vendo a massa da população saindo às ruas todos vestidos com a camiseta dos times de futebol e da seleção nacional. 
Redes sociais e portais da imprensa conclamaram semanas antes que hoje dia 16 de agosto deveria ser o dia das passeatas contra o governo federal e o partido de sustentação da presidenta. 

Qual nada! Hoje a passeata no Rio de Janeiro, por exemplo, estampava faixas negras e vermelhas "FORA ROTH" e "FORA CRISTOVÃO".

Em São Paulo, desde ontem as faixas eram "FORA GANSO", "FORA MICHEL" e "FORA TOLOI", e hoje mais cedo continuavam na região da Barra Funda nos muros tricolores.

Em Belo Horizonte já estão confeccionando faixas de "VOLTA MARCELO OLIVEIRA".

Já pelas bandas do Rio Grande do Sul, às margens do Rio Guaíba vimos as faixas "VOLTA MURICY" que tremulavam há algumas semanas e agora aparecem apenas as tímidas faixas de "SEJA BEM VINDO ARGEL".

Em Santa Catarina encontramos algumas faixas rasgadas que dá perfeitamente para ler "FORA ADILSON" e "VOLTA ARGEL".

No Paraná, além de "FORÇA FURACÃO", aparecem umas dezenas citando um tal MORO, nem sei se é jogador ou dirigente de futebol. 


Na região norte tivemos pouca adesão dessa massa da população. Na verdade vimos em Brasília uma inusitada faixa "VOLTA SARNEY". 

Mas é improvável encontrarmos algo do gênero com a massa gritando "VOLTA FELIPÃO" ou "SOLTEM O MARIN".

Após ter tomado umas gotas de Rivotril nesse madrugada, acordo às 12 horas, ligo a televisão, dou uma zapiada nos canais e vejo outra coisa. Porque eu dormi tanto?

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Ex-marido sim, ex-pai jamais.

Estamos às vésperas do dia consagrado aos pais. Segundo domingo de agosto. Um dia que já foi importante nas vendas do comércio. Hoje nem tanto. Perde até para o dia dos enamorados. E logo no comecinho de agosto, mês de cachorro louco. 
Festinha na escola nem dá certo, não há tempo para ensaiar. Perde para homenagem às mães realizado em maio, a molecada fica pelo menos, três meses ensaiando.
E quem paga tudo? O papai. Paga escola para ensaiar, paga os presentes das mães. 
Hoje nem tanto, a mulher foi à luta, é uma guerreira. Mas antigamente. 
Sou pai de antigamente, aliás pai duplamente divorciado. Dai a minha afirmação no título. Ex-marido sim, mas ex-pai não. Jamais.

Neste domingo é dia de ficar refletindo, como faço há mais de 35 anos. Pai velho, pai jovem, pai gelol, pai chato, pai cansado, pai viajante, pai apaixonado, pai orgulhoso... 
Jorge Arthur, o primogênito.
Nossa! Tem pai pra tudo. Pai herói. Pai exemplo. Pai vivo, pai morto.

Recentemente num almoço perguntei para um rapaz de não mais de 20 anos. Seus pais estão juntos? Resposta lacônica. Não! São separados. E essa realidade em quase geral nos dias de hoje. No colégio onde as minhas filhas estavam no passado, colégio de freiras, mudaram os dias comemorativos aos pais.
Nem Dia das Mães e nem Dia dos Pais. Ficou tudo junto para o começo do segundo semestre como o Dia da Família. Quem ia? Avós, os pais ou as mães, e juntos (milagre!), que era uma exceção.


Nadine e Micaela, a caçula.
Mas a sociedade não é regida como um colégio religioso, o comércio não perdoa, procura as vendas, o lucro pelo lucro. Então fica decretado. Teremos o Dia das Mães e o Dia dos Pais, separados.
Presentes, almoços, fila enormes em restaurantes, clima de confraternização em casa com o tradicional churrasco ou a macarronada da mama, dos avós, os pais e mães em duplicata.

Mas este pai (eu), como disse, fica refletindo. Nada de festa, nada de confraternização, nada de macarronada, nada.... Até hoje, nunca consegui ter TODOS os filhos comigo nestas datas. Quando ficava com o menino, filho do primeiro casamento, não ficava com as duas filhas do segundo casamento. 

Primeiro, por ter tido cada um com um intervalo de nove anos. Nos primórdios, quando tinha a primeira filha, o menino com mais de nove, eu ainda podia mantê-los juntos, mas quando veio a segunda menina, ele já tinha mais de 18 anos e cada ano que se passava tudo ficava mais distante. Neste domingo, por exemplo, terei um dia 35, uma de 26 e outra de 17 anos. Que distância, quer nas idades e na presença física.


Meu irmão, Hatim Jr, meu pai e eu. (Em 1979)
Comemoro em separado e em diversos dias que antecedem as datas propriamente ditas. Sempre digo, para se comemorar basta que seja qualquer dia. Não fixamos datas. Mas fica o dia para reflexão. Às vezes, visito o cemitério para orar pela alma de meu herói, meu pai, caso esteja em S. J. do Rio Preto. Não podendo, faço as minhas orações num culto aqui mesmo.

Se me perguntarem se sou feliz, resignado digo que sim, mas na verdade, sou parcialmente feliz, pois daria tudo para tê-los juntos comigo, não apenas na mente, mas presentes de corpo e alma.
Ser pai é importante. É lindo! Já dizem os antigos. Quem teve filhos, plantou uma árvore e escreveu um livro, pode morrer em paz. E eu só não escrevi o livro (ainda), mas trocaria as árvores que plantei, os manuscritos que já fiz, para ter TODOS os meus filhos, aqui comigo.

Feliz Dia dos Pais a todos.