quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Túnel do tempo. Rodovias de S. Paulo

Como muitos sabem viajo muito. Há mais de uma década, após o passamento de Hatim Salim e Hatim Jr, meu pai e irmão, passei a cuidar de minha estimada mãe, Odete. 
Em razão disso, todo mês vou até Rio Preto, às vezes de carro próprio, avião e em sua maioria de ônibus rodoviário. É longa a viagem, cerca de seis a sete horas. 
Sempre levo comigo um bom livro e por força do hábito, livros espíritas. Muitas vezes me valho dos jogos digitais, um Solitário (paciência) ou FreeCell no celular, melhor e mais fácil quando no ônibus é oferecido Wi-Fi aos passageiros embarcados. Tanto nas idas, quanto nas voltas. Mas isso tudo foi apenas uma introdução. O pano de fundo são as memórias deste trajeto. São Paulo/S.J. Rio Preto e vice-versa. 

Memorizando

Numa dessas viagens entre um cochilo e a leitura, ao me despertar, imediatamente me vieram alguns flashback. Era a década dos anos 60's. Meu pai um ilustre político da cidade tinha algumas regalias e a família toda viajava na base de cortesia das empresas de viação. Anos mais tarde, eu repetiria essas facilidades e viajaria muitas vezes a sós e com a família, mas vamos ao que interessa, dizia que viajamos da terra natal, Rio Preto até Santos, no litoral para aproveitar as férias de janeiro, como fazíamos todos anos, desde 1958. Como disse, viajamos todos para S. Paulo, e depois de uns dias na capital, seguíamos para Baixada Santista pela rodovia Anchieta, depois de um tour pelo bairro do Ipiranga e cortando o ABC. 
Reprodução da internet
Pedágios 

Passando hoje na rodovia Washington Luís, pistas duplas, bem sinalizado, com radares, asfalto bem cuidado, restaurantes e postos modernos e amplos a cada 20 a 30 quilômetros, mas também a cada 40 km, os famigerados pedágios! Hoje uma viagem dessas atinge quase R$ 200,00 (ida e volta) com carros de passeio.
Mas me lembrava do primeiro pedágio que vi. Construção tosca e com não mais do que duas cabines. E pasmem, não havia fila. Pouco movimento, sim. A estrada de mão única, causava calafrios principalmente na serrinha de Rio Claro, ufa... À noite com neblina, então. Por falar na serrinha, lembro da metade do caminho. Era uma alegria, parada no restaurante e auto-posto, refrigerantes, pastéis, coxinhas, croquetes, churrasco no pão e a famosa correria aos sanitários, já que não havia toilette nos ônibus, viva a modernidade. 

Restaurante Auto-posto Castelo em S. Carlos (Arquivo pessoal)
Paradas obrigatórias 

Parada bem no meio do trajeto, restaurante e auto-posto Castelo, km 222. Aqui conto um curiosidade que só os antigos conhecem. Naquela época uma família riopretense, Bonfá, responsável pelo restaurante na beira da estrada, levou para lá o saboroso e famoso lombo da Churrascaria Gaúcha de Rio Preto. 
Pena que só quem vai de carro pode saborear essa iguaria. Passageiros de busão não tem tempo para tal aventura gastronômica, uma pena e fica o convite para uma ocasião quando forem de carro próprio. Vale a pena experimentar e depois podem me cobrar.

O primeiro Frango Assado 

Também fui um 'pequeno guri' privilegiado por ter conhecido um outro restaurante de beira de estrada, na rodovia Anhanguera, km 71, em Vinhedo, SP. Bem rústico e com um grande número de funcionários todos impecavelmente de brancos. Era o primeiro Frango Assado da rede. A qualidade da comida nem é preciso falar, o sucesso do Frango Assado perdura até hoje. 
Primeiro Frango Assado em Vinhedo (Arquivo pessoal)
Este ponto na estrada também permanece no mesmo lugar, porém com uma construção bem maior. Tem até um playground para a petizada dar um tempo pros pais comerem em paz.

Estrada cheia de eucaliptos 

Algo que marcou muito na minha memória, o vasto parque de reflorestamento da Cia. Melhoramentos na região entre Valinhos e a capital, S. Paulo, a estrada nesta época que os veículos trafegavam, era unicamente a rodovia Anhanguera, estrada esta no seu início, diferentemente pavimentada por concreto, cuja inauguração foi em 1948. Linda com um traçado que respeitava a mãe-natureza. Curvas leves e uma topografia com muitas florestas naturais da Mata-Atlântica nas encostas paulistas. 
Hoje com o alargamento da própria Anhanguera e o tráfego permanente fazendo nossos olhos ficarem atentos apenas na direção do veículo e os cuidados pela segurança nos traz uma preocupação a mais. Além disso, a outra rodovia, a Bandeirantes roubou o volume de tráfego por ser mais moderna e mais larga. Bem mais feia no conceito 'homem/natureza', ganha na oferta de segurança e tempo de rodagem, facilitando os usuários mais apressados. 
Parque da Cia Melhoramentos, Região de Franco da Rocha. (Arquivo pessoal)
De qualquer maneira, a rodovia Bandeirantes cortou ao meio aquele tapete de eucaliptos e por esta razão a arrecadação, via decisão judicial do primeiro pedágio da Autoban é toda da Cia. Melhoramentos para o ressarcimento da grande área desapropriada pelo governo do estado de S. Paulo.

Fim da linha 

Bem, é isso que eu tinha para contar e viajar nessas estradas da memória. Agora é hora de desafivelar os cintos e cair na cama, porque cheguei ao meu destino.
Que assim seja, graças a Deus.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Tentar e falhar é, pelo menos, aprender.

Olá, amigos e irmãos espíritas.
Outra vez venho escrever e falar de minha extrema alegria em finalizar mais uma (outra) trilogia em meus ensaios que invariavelmente se transformam em palestras.

Trata-se de uma fase mais introspectiva de minhas inspirações (seria manifestação de mediunidade?) e que me levam a sentar na frente de meu desktop e escrever, escrever, escrever...
Divulgação/arq. próprio
Destaco que nessa trilogia toco muito na encarnação atual, mas que busca explicações nas passadas e com reflexo para as próximas. Tanto minha quanto de milhares de outras pessoas.

O pano de fundo foram essas últimas tragédias que enfrentamos no país. As causadas pela natureza e principalmente pelo homem. Grande sofrimento de pessoas e familiares. Causando uma verdadeira comoção geral. Aqui e fora do país, imaginem no Plano Espiritual? Quanta necessidade de amparo e ajuda aos sofredores.

Trato de entraves, ritos de passagens, lembro que o Espiritismo não aceita nenhum tipo de rito, mas aos que querem fazer o funeral para os entes que partem é um hábito religioso e portanto, nós aceitamos silenciosamente. O acompanhamento da dor do luto, da saudade. É nossa obrigação ajudarmos com amparo fraterno nessas ocasiões, além de vibrações e orações. 


Divulgação/arq. próprio
Falo em a última fronteira, aquela parte em que os marginalizados não possuem mais escolha (na vida terrena) e passam a sofrer todo tipo de limites que o ser humano suporta. São os refugiados, os que vivem à margem da sociedade, abandonados nas ruas, becos e prédios invadidos. 

A marcha do progresso é o arcabouço deste ensaio. Adotamos o que Goethe nos deixou brilhantemente escrito: "O que não se compreende, não se possui".  E Kardec nos diz no Livro dos Espíritos na questão 785, "que o maior obstáculo ao Progresso Moral, são o orgulho e o egoísmo". 
Divulgação/arq. próprio

Lembro que até Saramago, escritor português que recebeu o Nobel de Literatura, ateu convicto cita que "A doença mortal do homem, como homem, é o egoísmo". Precisa falar mais?

Só espero poder dividir com todos vocês estes trabalhos, ou lendo ou ouvindo ou até em discussões em encontros que costumo chamar de "almoço literário" com os amigos de todas as religiões e credos, e até com gente agnóstica, porque não?

Até a próxima, amigos. Um forte abraço e que Deus nos abençoe. Que assim seja.