segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Uma conclusão catastrófica, mas com um recomeço promissor.

Sou um curioso bem maior que estudioso. Acabei me transformando num generalista do que um especialista. Entretanto, após a minha metade de vida, comecei a me aprofundar em estudar a Doutrina Espírita de Allan Kardec. 

Como toda carreira escolar de um estudante, o meu início foi semelhante ao nosso estudo do primeiro grau. Foi no primário, a parte inicial, e assim foi com os estudos na Doutrina. Aliás, vale ressaltar que o Espiritismo deixa bem claro que se trata de um alinhamento definido por Kardec, com um caminho que é chamado de “fé raciocinada”. Não é uma crença pura, acredita-se e ponto final. Sem questionamento. O espiritismo é doutrina de estudos alicerçada em três pilares, Filosofia, Ciência e Fé, distribuída em adquirir auto-conhecimento, comportamento moral condizente com os padrões ensinados por Cristo e compreensão científica de fatos comprovados verdadeiramente.


Muito bem, ao estudarmos vemos que tudo na vida foi criado e disponibilizado por Deus a toda a humanidade. Todos nós temos ao nosso redor, a Natureza. Cabe a nós dar a finalidade adequada as nossas escolhas. Em um dos livros de Kardec, o conhecido Livro dos Espíritos, aborda em um dos seus capítulos, a Lei da Destruição. Também no livro sagrado dos hindus, Vedas, encontramos citações sobre deus Shiva, quando se fala sobre o poder da destruição e a criação.


Falo sobre isto por várias razões. Tenho lido e sabido muito sobre as eras que vivemos. Grandes destruições que as nossas civilizações tiveram. E como é condição inerente, depois da destruição nasce uma nova fase, os hindus dizem que a fase da criação. Está nos registros. Eu chamaria de recriação. Tudo que existia quando é destruído, ao ser restaurado só pode ser recriado, certo? Quem tem o poder da criação é Deus. As possibilidades de restauro só entendemos como recriar, refazer, reconstruir…


Por quê há a destruição? Ou por que tudo deixa de ser preservado? Por quê o homem não mantém nada em pé? Até onde entendi o caos é atingido por pura irresponsabilidade do homem junto ao Criador. Parece que as coisas são tão óbvias que não valorizamos o que recebemos da mãe natureza. Talvez seja mesmo o que dizem por aí. Quando não conquistamos as coisas tudo parece sem valor, por isso desdenhamos. Dizem que só valorizamos o que nos é obtido pelo nosso esforço, em linhas gerais, o que compramos. O que nos é entregue parece não ter valor. Isso é a respeito com as florestas, mares e oceanos, montanhas, ruas e avenidas, mausoléus, cidades, bens públicos como praças, hospitais, centros esportivos…


Notamos que o homem só respeita o que lhe é cobrado. Um bem como um veículo torna-se um objeto de grande cuidado e atenção por parte do proprietário. Mas as árvores da sua rua não tem esse mesmo olhar de zelo. E esse raciocínio serve para tudo nas cidades. Lixeiras, portões de praças, postes de iluminação, centrais de telefonias, vasos decorativos, plantas ornamentais nas vias públicas, e por aí vai. O vandalismo é um tipo de comportamento humano que não pode ser visto como destruição da maneira que entendemos. 



Em estudo de tempos passados que atravessaram as civilizações, vimos muitos fatos históricos de grandes catástrofes oriundas da ação do homem. Porém não podemos ignorar outros desastres naturais. Alguns podem dizer que é necessário esses acontecimentos até porque os desencarnes coletivos são obrigatórios para os resgates individuais do espírito, vivificando o seu desenvolvimento evolutivo.

Entretanto o que podemos notar, são as razões desses ocorridos, quer provocados pela negligência humana ou fenômeno natural. Em sua maioria podemos afirmar nessa narrativa histórica que o nível de vibrações de cada época, muito afetada, principalmente pelo comportamento moral daquela sociedade, deveras muito negativa, imoral, banal e pouco descente.


Nesses momentos vem à nossa mente a questão primordial. Historicamente já tivemos grandes civilizações, até gigantescas em comparação aos dias de hoje. Impérios fantásticos, conquistadores que nos faltam adjetivos de qualificação. Mas, no entanto, conquistas sangrentas, cruéis, desumanas, provocando uma tremenda marca sanguinária nestas ações. Conquistas na base da força. Emprego de armas e equipamentos que atingem seres humanos. Não importa o período na linha do tempo. A ação é idêntica. Uso excessivo da força do império do crime. Os livros e filmes históricos minimizam esses feitos, dourando as narrativas. Crime de morte, é imoral. Ponto. Não importa se feito por um soldado de Alexandre, o grande. Não importa Carlos Magno e suas conquistas territoriais através de invasões. Não importa Cortês e os colonizadores cruéis que devastaram a América espanhola. Não importa os feitos desastrosos de Nero, Ramsés, Augustus, Herodes, Hitler, Saddan Houssein, Sharon, Stálin, Mao TseTung, Pol Pot, Arafat, Khadaf, Assad, Mussolini, Franco, Truman, Nixon, Bush, além de líderes africanos de países que ainda escravizam e segregam pessoas, terroristas do Oriente Médio, países asiáticos que exterminam minorias étnicas. Até podemos incluir países poderosos que sufocam segmentos sociais, em comportamentos anti-raciais, não combatendo e não punindo atitudes homofóbicas, classes sociais, ignorando ajuda aos povos marginalizados.


Aos que negam ajuda humanitária aos povos africanos, asiáticos e latinos, que vivem abaixo da linha da pobreza. O que diferencia o que se fazia aos escravos nos tempos do império egípcio, onde um faraó vivia cheios de riquezas exibindo e levando consigo para tumba imperial todo esse ouro, e hoje, esses dirigentes políticos com malas cheias dinheiro no seu apartamento. Integrantes dos 3 Poderes com as benesses estendidas aos seus familiares e colaboradores corruptos. A falta de moral é igualmente danosa nas duas comparações. 

O que estou tentando vincular é a consequência desse caminho inconsequente. O império faraônico acabou destruído. Aquela sociedade que então mostrava aquelas construções maravilhosas, acabou. Outros impérios também foram destruídos. Impérios como Chinês, Persa, Francês, Romano, Turco-Otomano, Mesopotâmico, Bizantino, Asteca, Britânico, grandes cortes como a espanhola, a portuguesa, a francesa, a holandesa, que colonizaram os outros povos pelo mundo afora na Idade Média, suntuosidade dos tempos passados. Todos foram levados ao fim e acabaram derrotados. Ninguém aprendeu. Povos inteligentes e poderosos, conquistadores, porém deixaram uma trilha imoral. Consequência: acabaram destruídos.


Paralelamente nestes tempos surgiram movimentos filosóficos de muito brilho, fundamentos humanitários, iluminados, de lucidez, colocando questões para serem debatidas e buscando reflexões para a compreensão da ética e moral. Podemos considerar que o homem durante essa civilização sempre se mostrou muito inteligente, capaz de conquistas, desenvolvimentos na engenharia, conhecimento na química e medicina, brilhantismo na matemática, deixando um grande legado filosófico, registros na arte, música, poesia, literatura, e outras manifestações acadêmicas, mas no entanto, com um legado moral e materialista deplorável. Sabemos muito sobre essa dicotomia Moral X Conhecimento, pelo livro Os Exilados da Capela (1949) cuja autoria é Edgard Armond, que foi secretário-geral da Federação Espírita de São Paulo. Espíritos encarnados de outra orbe, vieram com muitos conhecimentos, porém foram expulsos pelo baixo comportamento moral. Essa inteligência foi responsável por feitos no Egito antigo como as pirâmides, cujas construções até hoje nos deixa sem respostas de como foram erguidas. Como povos inteligentes são capazes de arruinar tudo. A decadência chega através das atitudes morais desprovidas de sensatez.

Talvez são atitudes inerentes ao nível de espíritos que habitam esse planeta de Provas e Expiações, certamente. 


Os impérios todos tiveram Ascensão e Queda. Foram todos destruídos. Embora entendemos que depois da destruição, tudo renasce. E esse ressurgimento é permitido por Deus. Por Ele tudo pode. Porém essa chance de renovarmos vêm acompanhada da oportunidade de nos modificarmos, nos evoluirmos. Não repetirmos as atitudes nefastas. Mais nem sempre é assim. Tanto que vemos repetições de derrocadas históricas. Foi assim nos vários Impérios que existiram ao longo da história da humanidade. E recentemente depois da 2a Grande Guerra Mundial, após a queda do 3o Reich, onde registraram as piores ações feitas pelo homem, através do nazismo, imediatamente acabamos de assistir a Ascensão da supremacia americana nos anos 40/50, seguiu-se um grande domínio até os dias de hoje, porém cuja data de queda e destruição estamos sentindo para breve, em razão da maneira que fazem suas ações internas e externas. As expectativas são as piores possíveis. Nada aprendemos. 


E isso não vai mudar por causa das consequências que vemos nestes tempos. São ciclos que se repetem com a mesma dinâmica. Grande domínio sobre uma extensão territorial, domínio sobre a população, domínio sobre outras nações, poderio tecnológico, domínio político, domínio social, enfim domínio geral. O homem se perde nos seus limites diários e o respeito pela vida, às instituições e à Natureza, são colocados em segundo plano diante da ambição mascarada de ser o maior e mais poderoso. Perfil clássico de ditadores, caudilhos, políticos megalomaníacos, tiranos, déspotas, soberanos, todos cruéis.


Depois desta reflexão o que devemos esperar a seguir? Como esses ciclos tem começo, meio e fim, aonde iremos parar? 

O roteiro conhecemos bem, o final idem. Lembro do filme “Assim caminha a Humanidade”, e sabemos também que depois da ascensão vem a queda. E depois que tudo é destruído, das cinzas renasce como a Fênix. Porém, depois de tantos ressurgimentos ao longo da História, estamos no limiar de uma grande era. Trata-se de uma mudança nunca igual vivida. 

Passaremos por uma troca de status planetário. Deixaremos de ser um planeta de Provas e Expiações e passaremos para os tempos da Regeneração. Segundo, Kardec, estamos no período de transição, e tudo leva a transformação lá pelos anos 2.100/2.150. Está tudo previsto. Lembremos a passagem no Novo Testamento e nos Evangelhos, onde Jesus após participar de um encontro com um Rei que celebrava as bodas da filha, pronunciou a parábola: “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22.14). É a intimação de Deus através da mensagem do Evangelho. Este chamado convida homens e mulheres a virem a Cristo por meio do arrependimento e da fé. 

Entendemos que para o mundo de Regeneração teremos apenas a participação dos escolhidos. Tivemos toda a chance de sermos melhores. À todos foram dadas as oportunidades de escolhas. Nos tornamos responsáveis pelas as escolhas. Semeamos o que iremos colher mais adiante, seguindo a nossa evolução espiritual. 

E nesta caminhada fomos nos aperfeiçoando, pelo menos, é que se deveria fazer. Provavelmente os que preferiram amealhar as riquezas através de força brutal, roubos com mortes, desvios de conduta, neglicencias nos julgamentos, falta de compreensão humanitária, solidariedade, caridade, partilha para com os necessitados, e uma série de condutas negativas, nos afastarão de sermos os escolhidos. O povo sabiamente diz: escaparás da justiça dos homens, mas perante a justiça divina terás a sua verdadeira punição. Seremos enquadrados nessa parábola: … poucos serão escolhidos!


Esse caminho é sabido. Não se trata de fazer a apologia aos tempos apocalípticos. Mas todo fim tem o recomeço. Portanto não é o fim dos tempos. E o novo ciclo. Vocês já notaram o comportamento das crianças nascidas após o ano 2.000? As gerações vão se renovando. São novos espíritos, e por consequência são espíritos que retornam com um melhor aprendizado. As gerações X, Y, Z, W, também conhecidas como índigo, milênios, cristal, alpha, estão em atividade espiritual e através de reencarnações surgem para ajudarem na transição de status cósmico da Terra. É assim que seguimos na evolução para sermos transformados. Não será fácil pois existem forças negativas que desejam impedir que essa transição seja pacífica e tranquila. 

Por isso vemos momentos tumultuados, catastróficos, manifestações extraordinariamente marcantes por parte dos homens e da natureza. Assistimos diariamente notícias de calamidade social, escândalos em todas as sociedades organizadas mundo afora. Quer na política republicana quer na realeza. Quer em países totalitários quer nos países democráticos. Quer na Igreja católica quer na igreja protestante ou nas religiões mais antigas como Budismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, novos pentecostais, de raizes africanas, enfim em todos segmentos do extrato social. As laranjas podres existem em qualquer lugar. É a luta do Bem contra o Mal. E podem acreditar, o bem vencerá. Como vemos nas sábias palavras de Jesus Cristo, através de Coríntios 13:13, Paulo diz: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade”.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Tio é mais do que pai?

Estranhíssimo ficar em dúvida com essa questão, não?

Tio ser maior do que o pai. Tio também é pai. Todo tio é pai? Claro que não. Assim como todo pai pode não ser tio. Porém se ele for professor, com certeza é tio. Se ele for ascensorista, garçom, balconista, taxista, informante, toda a maioria de trabalho com o público, virou tio. Pelo menos aqui no Brasil. E também são motivos de bullying quando maldosamente se diz, tiozão do Zap, estabelecendo o preconceito aos mais velhos que não possuem habilidades para manusear a tecnologia avançada.


Estava pensando em situações em que o tio substitui o pai. Basta um homem separado se juntar com uma mulher, separada, viúva, mãe solteira, bastando ter filhos, estes imediatamente passam a chamar o homem que fica com elas, de tio. Aquele que antigamente chamávamos de padrasto, torna-se automaticamente de tio. Também é um tratamento carinhoso que os jovens dão aos amigos de seus pais ou aos pais de seus amigos. 


Tio virou um ser substituto na falta de algo mais específico. Tio é substantivo, tio é adjetivo, tio é sujeito indireto, tio é pronome, tio pode ser tudo. Até tio-avô. Irmão do avô ou da avó em relação aos netos destes. Temos os padrinhos que são foram da família que se tornam tios após o batismo. 

Se há pai-coruja então também tem tio-coruja, não é?


Temos também os tios imaginários. O tio Patinhas, por exemplo. Quem não gostaria de ter um tio milionário? Não tão sovina, mas um tio milionário generoso. E saibam vocês que o Pato Donald também é tio, pois ele só aparece com os seus sobrinhos, Luisinho, Zezinho e Huguinho. Tem também aquele tio, o homem de meia idade que cruza com uma jovem no elevador. O tal tio Sukita e que é convidado para apertar o 21. E assim vamos seguindo e vendo uma enormidade de variações sobre o mesmo tema. Tios, sem eles não haveria boas e engraçadas lembranças.


Tio também é substituto em vida. Caso o pai venha a falecer ou desistir da família. Temos o tio como se fosse um pai! Aprendemos muito com ele e ficamos muito felizes em poder lhe dar um abraço apertado. Há aquelas crianças que sempre reconhecem num tio aquele que os criou, protegeu e ensinou quase tudo que sabemos. Amor de tio é incondicional. É acordar e dormir sorrindo por ter sobrinhos maravilhosos, assim penso eu


Tenho uma história bem particular sobre o termo tio no mundo imaginário dos professores. Sabemos que o fato de tratar o professor de tio, surgiu provavelmente quando houve a necessidade de muitos pais trabalharem, provocando assim a proliferação e necessidade de colocar as crianças menores nas escolas infantis. Lá nascia o termo carinhoso de chamar as assistentes de tias. E mais tarde aquela geração chegou até às faculdades. E eu que lecionava na Universidade Metodista nos anos 80, ao iniciar o ano letivo, nos primeiros dias de aula, um calouro lascou uma fala que eu já temia. - Ô tio, posso sair, vou fumar lá fora.


Ao longo desta vida, tenho outras muitas lembranças, por exemplo de várias histórias de tios postiços. Eu, não sou tio por parte de família paterna. Meu falecido irmão não se casou. Já nos meus três casamentos tenho inúmeros sobrinhos. Como tio-avô então, tenho bastante. E essa geração me acolhe muito bem. Aqui bem próximo de onde moro, um neto de uma amiga da pastelaria, o pequeno Miguel (na primeira foto), me chama caridosamente de “tio-bigode”. Meus sobrinhos-netos de Ubatuba (nas demais fotos) chamam-me de tio Salinho, seria um diminutivo do meu sobrenome Salim. Gosto muito.



Quando criança cresci com vários tios. Dois por parte de pai, inclusive um com o nome de Jorge. Já do outro lado, por parte de mãe tive tios e tias, Nelson e Odila, irmãos de minha mãe, casados com Aparecida e Euclides. Vivem muito com eles. Mas, foi um tio postiço, o tio Maquininha, quem me marcou muito. Palmeirense quase doente, nos agradava, meu irmão e eu, para torcer para o time palestrino. Recusei-me, e por optar em torcedor do Santos FC, de Pelé e Cia. me custou em perder muitos agrados financeiros. Já o meu irmão vivia feliz e cheio da grana. Todavia, eu era feliz com os títulos do time praiano. Bi-campeão mundial nos anos ‘60, duas Libertadores e vários campeonatos Paulista e nacionais.


Enfim, essas são as lembranças do tempo em que ter tios e ser tio, só nos faz sentir o quão é importante ter uma pessoa próxima e que pode ser um substituto valoroso dos nossos pais. Portanto, é válido confirmar o que pergunto no título desta crônica. Tios são tão importantes quanto aos pais. 


Apesar de tudo, ainda hoje ouço de meus parentes e amigos, me chamando de tiozinho. Adorooooo. Já pensaram andando por aí e me encontrar com a tiazinha. Eba.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Admiradores raiz se vão e nos restam os digitais, os nutelas .

Hoje resolvi lembrar de alguns admiradores meus. Não foi nada fácil. Antes de mais nada, vamos entender o que significa o vernáculo admiração.

Trata-se de um substantivo feminino

  1. 1. ato ou efeito de admirar.
  2. 2. disposição emocional que traduz respeito, consideração, veneração.  

Muito bem, isto posto, vamos seguir o meu relato sobre o assunto.


Desde pequeno conheci este sentimento nobre. O ato de admiração. Não é pré-julgar e nem orgulho por parte de um indivíduo para com o outro. No começo de tudo sabemos que o sentimento parte de nós aos nossos entes próximos. Quem não admira o pai ou a mãe, o avô, o primeiro professor, e por aí vai.


Nutrimos esse sentimento naturalmente. Espontaneamente. É uma empatia que os indivíduos expõem ao próximo. Eu diria que é o principal combustível de relacionamento do ser humano do bem. O contrário vira um negócio ruim que chamamos de ‘antipatia’, que muitas vezes nos levam a inveja, o pior sentimento que um indivíduo pode ter.


Recentemente tive uma notícia triste. Há dias atrás me avisaram que um conhecido nosso havia desencarnado. Um senhor, com 89 anos. Ele era trabalhador no Centro Espírita que frequento há uns anos, depois que me mudei para o bairro da Lapa. E me recordo que foi ele, quem me deu as boas vindas quando lá chegamos. Sempre sorridente, nos ensinava como tratar alguém, mesmo que não se fossem íntimos. Aprendi com ele a me tornar uma pessoa melhor. Seu espírito delicado despertava a admiração de todos.


Aí vocês vão dizer. Ah, Jorge, você o admirava? Nada disso. O fato de ser admirado ou admirar outrem, não entra em pauta agora. Volto aos anos 90 quando trabalhava numa redação de um entidade de classe, fiz como editor de uma famosa revista mensal mais de 136 capas. E lá havia um diretor, vou me reservar não citar o nome, mas que exigia que a primeira revista finalizada, fosse enviada pra ele, antes de todos. Mais tarde tocava o telefone, era ele me dando uma nota. E assim foram quase 10 anos. E quando nós nos cruzávamos, me abraçava e dizia: - Te admiro muito! Este amigo já nos deixou há um tempo.


Após meu encerramento na atividade editorial, no início do milênio, mudo de atividade. Fui para o Turismo. Meu trabalho nunca foi elogiado por nenhum dos proprietários da empresa que dediquei quase 10 anos. Mas em compensação ouvi de vários dirigentes de empresas concorrentes, e até alguns executivos de Cias. Aéreas, o reconhecimento deles. A cada evento, ouvia pessoalmente uma palavra de admiração por parte deles. Este trabalho que desenvolvi chegou até um ponto, que meus colegas me chamam até hoje de ‘mestre’.


Esse reconhecimento não me atinge o ego. Não me torna orgulhoso, prepotente, metido. Não me vanglorio fortuitamente. Encaro naturalmente. Provavelmente seja reconhecimento pelo bom trabalho que fiz (faço). E com certeza seja fruto do resultado de quem gosta de fazer aquilo que lhe foi designado. Trabalhar no que se gosta acaba virando um prazer. E atualmente estou muito feliz com os resultados que fiz ou faço. 



Entretanto o que me levou a esses relatos onde o principal assunto foi, ‘admiração’.

Massagem de ego? Já disse que não me importo. Voltemos ao primeiro caso de admiração que comentei. Aquele senhor que faleceu. Pois muito bem. Fui ao velório daquele amigo que perdemos. Chegando lá me senti perdido numa mistura de tristeza, perdas, vazio… Por mais que sejamos lapidados a entender a passagem deste plano físico para o espiritual, somos atingidos por um choque muito forte. Realmente não sabemos o que fazer. Procurei me acalmar e me prostei ao lado do caixão e iniciei uma oração. Foi inevitável. As lágrimas se irromperam. Deixei fluir. Naquela hora nos tornamos abençoados pelo Pai. Sentimentos bons são necessários neste instante. E me veio à memória do dia que fiz a primeira palestra na Casa do Caminho. 

Lá estava ele. Na primeira fila. Quando encerrei, vieram as palmas. E de repente, aquele homem que tanto eu o admirava, se levantou, me cumprimentou e disse: - Gostei, Jorge. Sua palestra foi muito boa. A partir de agora temos mais um palestrante da Doutrina Espírita de Kardec. Parabéns, finalizou. 


Em seguida a partir deste dia se solidificou uma grande amizade entre nós. Respeito e admiração, mútuos. Agora que ele partiu, peço que me oriente e inspire a intuir nos futuros trabalhos da causa espírita. Sei que estaremos sempre conectados. Vá com Deus, amigo Gregório.