sexta-feira, 22 de maio de 2020

As máscaras da minha vida.

Hoje resolvi fazer uma viagem no tempo. 
Peguei minha máquina do tempo imaginária e marquei a data para viajar. 15/06/57, estou com seis anos de idade.
Quem é o meu primeiro mascarado que conheço? 
O Fantasma (The Phanton) com sua amada, Diana Palmer, Herói, seu cavalo, Capeto, seu lobo (cachorro) e seu fiel escudeiro, Guran, o pigmeu.
Esses personagens permaneceram em toda a minha infância e adolescência. A decepção foi quando fizeram um filme fracassado com Billy Zane, nos anos 2000, decepcionante.

Outros mascarados nos gibis
Vieram mais dois mascarados cowboys, Durango Kid e o Zorro (Lone Ranger) com o índio, Tonto e o cavalo, Silver.
Mais tarde, apareceu outro Zorro (da Disney), o D. Diego de la Vega, com o Sargento Garcia e o mordomo mudo, Bernardo. Convivi com estes personagens do mundo da fantasia cinematográfica por décadas. 
Através dos gibis, continuei a ver outros mascarados, tais como, Batman, Homem Aranha, The Flash, Spirit e por aí vai.


O Fantasma da Ópera. Divulgação
Outros mascarados nos cinemas.
Mais tarde, já em S. Paulo, como estudante pré-universitário começo a ver no cinema, um dos maiores personagens mascarados, Darth Vader, com os primeiros filmes de George Lucas, Guerra na Estrelas, nos anos 70.
Outros mascarados nesta trilogia apareceram, porém com elmos, máscaras de ferro medievais. Os guerreiros Jango e Bobba Fett, que defendiam o lado negro da força. Estes personagens foram desenhados com inspirações nos gladiadores medievais.
Mais tarde outros foram colocados na fase nova da trilogia no começo do século XXI, Kilo Ren, filho de Hans Solo, a vilã prateada stormtropper, Phasma e a variação de filmes separados do segmento principal, Guerra nas Estrelas, com o guerreiro, The Mandalorian. E bem recentemente vimos outros estilos de máscaras no filme, 50 tons de Cinza, máscaras sensuais e indutoras de jogos sexuais entre o casal. 

Por que os personagens são mascarados?
Uma fórmula genial para que o filme faça sucesso, é introduzir um personagem mascarado. 
Quer saber? Veja estes personagens no cinema. Nos filmes de terror inventaram alguns, o fascinante médico Dr. Hannibal, os cruéis Jason, Pânico e Halloween. Nos filmes de super-heróis temos, Maskara (chatíssimo), Homem de Ferro, Pantera Negra, Robocop, Doutrinador, Magneto (X-men), e o anárquico V, de Vingança.
No teatro, o Fantasma da Ópera ficou décadas em cartaz, tremendo sucesso. 
V, de Vingança. Divulgação

Nos jogos de hóquei sobre o gelo ou patins, futebol americano, todos os atletas usam protetores, mas que são máscaras. Os torcedores adoram e compram souvenirs, tanto como a camiseta do time. Por que tamanha sedução?

Máscaras são atrações?
Creio que as máscaras de personagens que mexem com a misteriosa sensação das pessoas em ficarem no anonimato para satisfazerem as suas fantasias, pode ser explicado pela psicologia, quem não se lembra da Feiticeira e Tiazinha?
Outros lutadores de Telecatch utilizam as máscaras e a platéia fica alucinada por eles. As TVs e as produtoras fizeram um contraponto na música com as mulheres-frutas, mas se bandearam para o erótico, acabou ficando naquela safra dos anos 2005.
Mas o que vemos na mídia é a necessidade de fomentar a audiência e procurar instigar os expectadores a consumirem essas fantasias e gerarem lucros para os produtores e responsáveis pelos programas, personagens e filmes.

E as máscaras atuais?
Saindo da fantasia e caindo na realidade atual. E as máscaras contra o Covid-19? Usar ou não? Fico pensando e a dúvida bate em nossa mente. Por que tanta recusa em se colocar a máscara que nos protege contra o coronavírus?
Agora que seria o momento de se valer desta proteção contra uma doença que pode nos matar, justamente quando devemos respeitar os protocolos de saúde sanitária, fazemos justamente ao contrário.
Fica muito difícil entender, né, rebeldes sem causa, porque não virar os black-blocks do bem?

Antes de desligar a máquina do tempo.
Caminhando para o final desta crônica, me preparando para desligar a minha máquina imaginária, paro de repente num período, acho que em 1967, não lembro bem.
Começo a ouvir no meu radinho de pilhas, made in Japan, uma musiquinha que não me sai da cabeça há tempos.
"Tanto riso,
Oh! quanta alegria,
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão!

Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou e te beijou, meu amor
Na mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto

Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval"
*(Máscara Negra, composição de Zé Keti-Pereira Mattos)

Uma letra simples, própria das marchinhas carnavalescas, porém de uma singeleza ímpar. Lá, fala em usar a máscara negra, que apesar de estar no rosto, querendo matar a saudade, o sujeito a tira e beija a amada. Apenas com mil palhaços no salão. 
Mas podemos adaptá-la para os dias de hoje em não tirar a máscara para beijar, porém com os mais de mil palhaços, só que em Brasília.
Esperemos o próximo carnaval, porque este último, nos fez colocar a máscara negra, a da vergonha.
Desligandooooooooo. 

     

terça-feira, 12 de maio de 2020

Marketing: lembranças e lambanças.

Nestes tempos de isolamento social o que não faltou foi tempo. Tempo para tudo. Até para cozinhar, um de meus hobbies preferidos e mais intensos. Apesar de tudo, sobrou mais tempo, um deles permitiu fuçar no meu drive externo de 1 Tb. E parece que essa garimpagem fez bem para os meus quase 250 amigos, ex-colegas da Gapnet (2001-2014).

Comecei a postar no grupo do FB, as fotos que eu havia guardado, pois como responsável pelo marketing da empresa, além de promover os eventos, organizava e via de regra, colhia os flagrantes dos mesmos.
Também a minha mania de registrar tudo, enriqueceu este acervo. Pois bem, após os primeiros posts, o grupo aumentou de interessados e de segunda a sexta-feira, fui aquecendo a memória destes antigos amigos.

Muitos viajaram no tempo, e uns até agradeceram essa minha iniciativa de contribuir com a alimentação do túnel do tempo. Cheguei a ouvir a expressão, "Divã virtual", pois nessa temporada de horrores do Covid-19, mostrar coisas boas, é um alívio aos nossos pesares.

Soma-se aos comentários, as iniciativas de outros ex-colegas em postarem suas fotos, também tornaram essas lembranças mais ricas, fazendo o efeito da cloroquina nas amarguras desses instantes. Já passa quase um mês desses posts no grupo e confesso que já estou vendo com uma certa tristeza, pois o acervo está se acabando e o isolamento parece que vai se alongar e talvez, tornar-se um lockdown. 

Como vamos enfrentar essa realidade? Como se reinventar? Talvez escrever, que é o que faço agora ou descrever esses momentos. Criar um podcast? Novos grupos de Wapp? Já que sou a pessoa das ideias, da criação. Muitos me apelidaram de mestre. Vou ter que me reinventar e aceitar mais este desafio.

Nas buscas das fotos também fui tocado pelas recordações. Sou um cara sentimental, me emociono muitas vezes, em algumas palestras fui "atrapalhado" pelo choro emocional.
Lembro-me de Buenos Aires, 2007, ao fazer o balanço de nosso evento dirigido aos diretores e gerentes, me peguei engasgado ao finalizar minha apresentação. 
Em 2010, em Bragança Paulista, no evento de Final de Ano, no encerramento, ao falar de 'Crises de Relacionamento e Conflitos' na análise SWOP, falando das perdas de Oportunidades, me emocionei de novo. 

Enfim, ainda hoje em minhas palestras no Centro Espírita Caminho de Damasco, colegas e frequentadores, percebem as minhas emoções se manifestarem. Mas nada me tocou tanto quanto em duas ocasiões na Gap. Talvez, uma terceira, mas esta, a do meu acidente foi trágica, e falarei em outra ocasião. Voltando para as duas maiores emoções.

Seo Flor, o predestinado, minha mais forte emoção.
1a. A Festa 12 anos da Gapnet, meados de julho 2007 no salão de eventos do Circolo Italiano. Cume do evento, no sorteio das 5 mil Eurekas, moeda virtual que utilizávamos para premiar clientes e o nosso público interno.


Após os sorteios menores, me dirijo aos colaboradores e diretoria, presentes no local. Peço uma oração, o momento final, no clímax, convido a pessoa mais singela de todos, o nosso faxineiro (odeio essa palavra), o nosso encarregado pela limpeza do final de expediente, sr. Floriano, o querido seo Flor, para vir e sortear o felizardo.
Ele tira o papel com o número. Me entrega e eu leio, nesta momento tenho uma lista correspondente do nome da pessoa e o seu respectivo número. Pausa. Susto. Emoção, e digo o nome... o premiado nada mais é do que o próprio seo Flor. Não é preciso dizer mais...

2a. Aproximando-se para o final de ano de 2011, nas discussões do planejamento dos eventos de encerramento daquele ano. Já tínhamos atingido o número de quase 500 colaboradores. Fizemos estudos para variar as formas de premiações. 
E uma das sugestões foi fazer um concurso cultural interno para premiar os funcionários (com a moeda virtual, Eurekas) com uma redação dos filhos. 

A melhor redação ou desenho, segundo um juri independente, seria a premiada. Naquele ano, esse tipo de ação servia para comemorar a data de fundação da moeda virtual, era Outubro, e serviria para esquentar as ações para o final daquele ano.
Desenho da filha de nossa copeira, Val. Minha segunda maior emoção.

Após apuração e discussões, apareceu a maior surpresa. Um desenho de uma criança, filha da nossa ajudante de copeira, Lembro-me dela, Valdenia, a querida Val, que mais tarde, se tornou recepcionista, fruto de seus esforços para melhorar sua condição na empresa, esforço pessoal e familiar, que já havia sido notado na mensagem daquela criança.
Carlão, chefe da expedição com o moto-boy premiado
Segue a reprodução da arte feita pela criança. Esses dois exemplos me tocaram muito. 

Por isso, é que me lembro bem dessas coisas que desenvolvemos na empresa. Sinto orgulho desse legado que deixamos. Marketing feito com emoção, que mais tarde, os gurus começaram a classificar e sub-classificar. Storytelling, conteúdo, emboscada,  isso e aquilo. Desculpem-me, isso já era feito há muito tempo, simplesmente como técnicas de endo-mkt.

Quem não se lembra do concurso cultural para os moto-boys que iam e viam na Gapnet, entregando Op's e retirando Tkt's, quando ainda não havia o sistema digital?
A melhor redação do moto-boy ganhava um super-jaleco para proteger-se do frio, vento e caídas.

sábado, 9 de maio de 2020

Hoje, segundo domingo de maio, Dia das Mães.

Por certo todos nós temos ou tivemos mães e neste dia nos dirigimos a elas com mensagens de carinho e amor. Porém hoje quero me dirigir à minha esposa, Inês. Não temos filhos, portanto ela não tem a experiência de ser mãe. Então este dia não seria dedicado a ela?

Claro que é. Mães, naturalmente são pessoas que pariram seus filhos! E vocês já ouviram aquela máxima, que mãe e pai, é aquele que cria, não necessariamente os que geram, não é?

Pois então, minha mulher hoje é merecedora do título de ‘mãe’. Mãe de filhos que ela não gerou. Ela é mãe de seus sobrinhos, dos netos biológicos de suas irmãs, de filhos de amigas, que por vários motivos em alguma ocasião, não conseguiram cuidar deles. E aí entrou a mãe colaboradora, a mãe solidária, a mãe parceira, enfim uma mãe substituta a uma lacuna momentaneamente especial. 

Além disso, o que dizer de uma pessoa generosa, como dizem, em coração de mãe cabe de tudo, e no coração dela, então cabe o mundo todo. 

Cabe tanto que ela se tornou minha mãe, além de companheira, parceira, educadora, tudo que envolve dedicação e atenção. Sou um privilegiado. Tenho sua atenção permanentemente, durante 24 horas. E neste período de isolamento, somos totalmente grudados um ao outro. E mais, o que dizer dessa mãe de nossas criações. De nossos bichos de estimação. No caso, nossos três gatos. Filhinhos amados por ela e por mim, é claro. 


Portanto, querida Lili, receba de todos a quem você destinou o seu carinho e atenção. Todos aqueles, crianças, adolescentes, adultos, bichos, que você amparou, receba a nossa homenagem de amor e respeito, neste Dia das Mães. Você merece um mundão de beijos e abraços. Te amamos muito e para sempre receba a nossa admiração. Viva este Domingo, ele é inteirinho teu. Parabéns.