sábado, 7 de janeiro de 2023

Minha ligação com o futebol vem de há muito, poucos sabem.

Aquela frase “Senta que lá vem estória”, do premiado programa infantil, Castelo Rá Tim Bum, da TV Cultura SP, condiz com o que contarei aqui neste novo post.

Sou nascido de uma família que teve o futebol na veia. Já escrevi muito sobre essa faceta familiar. Meus tios, irmãos de meu falecido pai, Hatim, jogaram futebol na década de 40 no principal time da cidade de SJ do Rio Preto, o Palestra Esporte Clube, eram chamados de Salinzão (Jorge) e Salinzinho (Elias), e o meu pai foi juiz de futebol. Mais tarde, se tornou dirigente, foi representante local do futebol amador, foi representante da FPF, arrecadador da mesma entidade paulista, dirigente da CCE, entidade membro integrante do COB sob a presidência à época de Sylvio de Magalhães Padilha. Tudo isso foi um mix muito rico na minha vida de adolescente.



Mais tarde ao me domiciliar em S. Paulo, capital, me vi participando de organização de eventos esportivos, fui ligado à Federação Paulista de Volleyball, organizava muitos torneios, inclusive sul-americanos. Foi quando conheci o Sr. Carlos Arthur Nusmann e a empresa de marketing esportivo Traffic, do rio-pretense J. Hawilla nos anos 80.


Acabei me envolvendo em vários eventos esportivos de algumas modalidades. É claro que o carro-chefe era o futebol, mas chegamos a organizar até um rodeio nas dependências da Associação Portuguesa de Desportos, a querida Lusa, do Canindé em 1980. Criei uma empresa para dar esses tipos de suportes para a Traffic. Nasceu a Âmbar Produções. O que mais me deixou satisfeito e realizado foram duas criações minhas. Os mascotes da Copa América na Argentina em 1987 e no Brasil em 1989. Criei o menino Gardelito para os argentinos e o sabiá Tico, para os brasileiros. Posso afirmar que o Tico, inicialmente pensado como um canário, e que por motivos comerciais, virou sabiá, seja o precursor do mascote atual da CBF, o canário Pistola. 




Com criação minha e desenhado por um colega do estúdio, Gilmar Godoy, antigo aluno da Faculdade de Comunicação Metodista, que mais tarde se tornou nosso estagiário. Creio que o melhor de todos seja o Gardelito, o argentino. Pois sei que até hoje nos corredores da Conmebol, ele é comentado como o mais completo, na essência do conceito mascote de um evento futebolístico. Outro fato curioso, é que fiz o caderno de encargos para a candidatura do Brasil para a Copa de 94, que acabou sendo escolhido os EUA. Fomos preteridos por razões financeiras e falta de apoio do governo brasileiro.


Conheci nessas duas oportunidades grandes jogadores em plena atividade. Maradona, Gallardo, Falcão, Zico, Francescoli, Júnior, Zamorano, Salas, grandes atletas sul-americanos com destaque mundialFora os que já estavam fora do gramado e faziam comentários nas TVs como Passarela, Kempes, Gerson, canhotinha, Rivelino, Jairzinho, Leão, Clodoaldo, e alguns mais. Além de técnicos de futebol e vôlei, Vanderlei Luxemburgo, Sebastião Lazzaroni, José Roberto Guimarães, José Carlos Brunoro, Bebeto de Freitas, dentre outros. Também tive oportunidade de conhecer pessoalmente o Sr. João Havelange e à época seu secretário na FIFA, o suíço Joseph Blater, que mais tarde o substituiu na presidência.


Essa experiência me tornou um aficcionado por futebol. E santista que sou, um adepto do futebol arte e bem jogado. Por ser contemporâneo de grandes astros como Gilmar, Zito, Edu, Coutinho, Pepe e o maioral, Pelé, recentemente morto. Posso me considerar um privilegiado por ter assistido o Rei, o grande Santos, bi-campeão mundial, a nossa seleção pentacampeã, os astros como Garrincha, Didi, Vavá, Nilton Santos, Tostão, Sócrates, Zagalo, Amarildo, Romário, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, e algumas dezenas de outros astros nacionais e porque não, mundiais. 


Só vi campeões pela Argentina de 78, 86 e agora recentemente em 2022, os ingleses de 66, os italianos de 82 e 2006, franceses de 98 e 2018, os alemães em 74, 90 e 2014, os espanhóis em 2010. Apesar de já ter nascido, sou 1951, só tinha 3 anos quando a Alemanha ganhou seu primeiro título em 1954. Só vivenciei a partir da conquista de 1958 pelo Brasil de Pelé e Cia. A partir deste período, junto de meu irmão, Hatim Jr, comecei a devorar tudo sobre futebol. Tenho um belo acervo de publicações como revistas, álbuns, livros, pôsteres e objetos relacionados com essas antigas conquistas, que irei brevemente doar ao nosso museu do futebol em S. Paulo no estádio do Pacaembú.

 

Bem amigos, como diria o Galvão, este é um pequeno histórico desse que vos escreve. Me tornei um publicitário da área de marketing para desenvolver minha vocação profissional. Fui professor universitário no período de 1976 a 1985, mesclando o trabalho profissional em agências, estúdio próprio, e mais tarde como empregado em várias empresas e associações. Hoje, aposentado, registro minhas memórias. E afirmo com toda força de uma pessoa que passou por grandes emoções. Faria tudo de novo, com muita certeza. O futebol corre forte em minhas veias de 71 anos. Viva o futebol, viva o esporte. Viva a vida.