segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Um legado de 65 anos. O que trago das vidas passadas?

Hoje venho processar minhas marcas desta vida. Vida que já é relativamente longa, pois conto com mais de 65 anos. Mas, segundo a Doutrina Espírita, é mais uma das vidas que carrego em busca do desenvolvimento espiritual.
Resolvi enumerar os marcos que cumpri nesta etapa da existência atual. Serei didático através de anotações com ciclos de começo e fim. Marcarei os anos que julgo importantes.

1951 - Nascimento em S. J. do Rio Preto. Uma infância super feliz. Meus pais, Hatim e Odete, meu irmão mais velho e eu. Hoje, apenas minha mãe e eu, permanecemos encarnados. Passei minha infância na rua Prudente de Moraes no bairro Boa Vista.
Eu com o primeiro cão, Zague e meu irmão, Hatim Jr.

1957 - Primário na Escola Estadual Professor Ezequiel Ramos. Nunca fiz o 'prézinho', fui direto para o primário. Lembro-me dos nomes de meus professores: dona Lavínia, dona Sebastiana, dona Alzira e a do quarto ano, perdão, me esqueci. Fila, antes de adentrar na sala de aula, cantávamos o Hino Nacional na sexta-feira. Arriscava tomar sopa na merenda, mas não era aluno carente, fui mais tarde descoberto e retirado. Tinha prazer em almoçar com a garotada mais humilde. A escola ficava cinco quadras da casa onde morava. Meu pai me acompanhou só na primeira semana, depois ia sozinho. Virava um ser independente. Pelo menos, era o que aquele menino dentuço achava.

1961 - Ginásio, hoje ensino médio. Ginásio Estadual da Vila Ercília (GEVE). Ia a pé até o terminal de ônibus e de lá rumava para o Ginásio. Era longe pra dedéu.
Cerca de 30 minutos, entre sair de casa e chegar na sala de aula. Isso tudo, de manhã. Fizesse sol ou chuva. Para as aulas de educação física levava sempre uma muda de roupa e tênis, era um tal Conga cor azul. Hoje parece que estão desativando essas aulas de Educação Física do currículo escolar do ensino médio.

1967 - Colégio, o local mudaria. Ficaria mais perto de casa e eu iria a pé, era apenas cinco quadras, que chamávamos de quarteirões. Instituto Monsenhor Gonçalves, hoje Colégio Monsenhor Gonçalves, ainda passo por ele quando vou até uma antiga sorveteria, Alaska. 
Lá, além de estudar, jogávamos futebol de salão, fomos vice-campeões estaduais, descobri minha veia para as artes, e além das plásticas, também fiz teatro amador. O embrião do
Festival de Teatro da cidade, teria seu começo com Humberto Sinibaldi, nosso professor. Acabei fazendo apenas dois anos, o último, completei em Ribeirão Preto, Colégio São José, em 1970. E de lá segui para S. Paulo, capital. Tentei Arquitetura e Engenharia pelo concurso da época, Mapofei (sigla das faculdades, Mackenzie, Escola Politécnica e FEI). Não passei. Nessa ocasião um primeiro sinal me aparece, fui fazer propaganda (e publicidade), primeiro tentei, comunicações na Alvares Penteado e mais tarde a ESPM, onde ingressei.
Engajado nos anos 70, confundido como hippie.
Recém formado, lá pelos idos de 1976, acabo sendo chamado para ser professor na FIAM, na área de Comunicações. Mais tarde, o complexo educacional é incorporado pela FMU, vira Fiam/FMU. Saio de lá e sou convidado pela Metodista (IMS) em São Bernardo do Campo. Leciono por mais de 12 anos. Nesta época, contabilizava dois casamentos com um filho, o primogênito nascido em 1980 do primeiro enlace e fazia pós-graduação Lato Sensu, quesito obrigatório para lecionar na universidade.

1988 - Já descrente de lecionar, faço uma aposentadoria compulsória na faculdade e retorno ao trabalho de publicidade e propaganda com um pequeno estúdio. Cheio de clientes, realizo um grande evento no turismo para uma agência famosa na época, 'Florida Free Emotions' para a Dimensão Turismo, hoje extinta, marcando meu ingresso no segmento de operadoras de turismo.
Nasce minha filha, já do segundo casamento. Passo a ter dois filhos, um casal, porém crias de mães diferentes.


1990 - Afundado em dívidas pelo Plano Collor, consigo ingressar na Abras. Monto uma equipe de jornalistas e designers. Desenvolvo um grande projeto em editoração, SuperHiper, a maior revista de setor no Brasil e participo da organização de eventos, uma das maiores feiras de distribuição do país no Riocentro, Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Lá permaneço até 1999.

2001 - Recém desiludido de uma aventura em marketing esportivo, entro no setor de turismo, desenvolvendo uma área de marketing inédito. Não havia nada referencial naquele setor. Acabo me reerguendo paulatinamente, financeira e profissionalmente.

2003 - Fracasso no segundo casamento, acidente na estrada prejudicando os movimento de um dos braços, frustrações em vários projetos que desenvolvia e mergulhado na adversidade, acabo abraçando definitivamente o Espiritismo de Allan Kardec. Um amigo me leva ao centro Perseverança, Vila Santa Clara, zona oeste.
Vou em busca das respostas para as coisas que não davam certo, e ai começam os sinais. Surgem as maiores oportunidades no trabalho, sucesso no comando e criações de 'cases' que marcam nosso trabalho na empresa.
Um experiente velhote sempre feliz em qualquer situação

2007 - Reencontro a minha alma gêmea. Reato um relacionamento dos idos de 1974, que perdura até hoje, graças a Deus. Vejo que nada acontece por acaso. Sigo minha trilha incansável pelas respostas e passo a frequentar com maior assiduidade os centros espíritas e começo a me aprofundar nos livros mais importantes da Doutrina.

2014 - Ínicio a minha reforma íntima. Encontro respostas quase que diariamente. Inspiração e solidariedade. O ser humano precisa ser generoso. Fomos criados a imagem e semelhança de Deus, como está no Gênesis (1:26-27), significando que devemos fazer como Ele. Deus é infinitamente bom e generoso. 
“Teus mais íntimos pensamentos são ímãs vigorosos trazendo-te ao roteiro as forças que procuras”. (Emmanuel - Chico Xavier - Livro: Irmão)

2016 - Intensifico minhas atividades no estudo da Doutrina, eu e minha esposa, passamos a ser voluntários e participantes ativos no centro espírita. Devoramos livros e mais livros, assistimos e participando das palestras, fazemos parte de grupo de estudos, evangelização, discussão e esclarecimentos. 
"Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo."
ESPÍRITO DE VERDADE - Paris, 1860

Não há limites para onde se pretende chegar. Mas uma coisa é certa, seguirei no caminho do Evangelho de Cristo, buscando em sua infinita bondade, exemplos para poder ajudar nossos amigos e irmãos. Desde já, ficando ciente que nada sei, mas ao fazer algo para o próximo, deixarei de ser igual ao que fui ontem e que, melhorando mais, serei por certo outro amanhã.
Que assim seja, graças a Deus.