terça-feira, 12 de maio de 2020

Marketing: lembranças e lambanças.

Nestes tempos de isolamento social o que não faltou foi tempo. Tempo para tudo. Até para cozinhar, um de meus hobbies preferidos e mais intensos. Apesar de tudo, sobrou mais tempo, um deles permitiu fuçar no meu drive externo de 1 Tb. E parece que essa garimpagem fez bem para os meus quase 250 amigos, ex-colegas da Gapnet (2001-2014).

Comecei a postar no grupo do FB, as fotos que eu havia guardado, pois como responsável pelo marketing da empresa, além de promover os eventos, organizava e via de regra, colhia os flagrantes dos mesmos.
Também a minha mania de registrar tudo, enriqueceu este acervo. Pois bem, após os primeiros posts, o grupo aumentou de interessados e de segunda a sexta-feira, fui aquecendo a memória destes antigos amigos.

Muitos viajaram no tempo, e uns até agradeceram essa minha iniciativa de contribuir com a alimentação do túnel do tempo. Cheguei a ouvir a expressão, "Divã virtual", pois nessa temporada de horrores do Covid-19, mostrar coisas boas, é um alívio aos nossos pesares.

Soma-se aos comentários, as iniciativas de outros ex-colegas em postarem suas fotos, também tornaram essas lembranças mais ricas, fazendo o efeito da cloroquina nas amarguras desses instantes. Já passa quase um mês desses posts no grupo e confesso que já estou vendo com uma certa tristeza, pois o acervo está se acabando e o isolamento parece que vai se alongar e talvez, tornar-se um lockdown. 

Como vamos enfrentar essa realidade? Como se reinventar? Talvez escrever, que é o que faço agora ou descrever esses momentos. Criar um podcast? Novos grupos de Wapp? Já que sou a pessoa das ideias, da criação. Muitos me apelidaram de mestre. Vou ter que me reinventar e aceitar mais este desafio.

Nas buscas das fotos também fui tocado pelas recordações. Sou um cara sentimental, me emociono muitas vezes, em algumas palestras fui "atrapalhado" pelo choro emocional.
Lembro-me de Buenos Aires, 2007, ao fazer o balanço de nosso evento dirigido aos diretores e gerentes, me peguei engasgado ao finalizar minha apresentação. 
Em 2010, em Bragança Paulista, no evento de Final de Ano, no encerramento, ao falar de 'Crises de Relacionamento e Conflitos' na análise SWOP, falando das perdas de Oportunidades, me emocionei de novo. 

Enfim, ainda hoje em minhas palestras no Centro Espírita Caminho de Damasco, colegas e frequentadores, percebem as minhas emoções se manifestarem. Mas nada me tocou tanto quanto em duas ocasiões na Gap. Talvez, uma terceira, mas esta, a do meu acidente foi trágica, e falarei em outra ocasião. Voltando para as duas maiores emoções.

Seo Flor, o predestinado, minha mais forte emoção.
1a. A Festa 12 anos da Gapnet, meados de julho 2007 no salão de eventos do Circolo Italiano. Cume do evento, no sorteio das 5 mil Eurekas, moeda virtual que utilizávamos para premiar clientes e o nosso público interno.


Após os sorteios menores, me dirijo aos colaboradores e diretoria, presentes no local. Peço uma oração, o momento final, no clímax, convido a pessoa mais singela de todos, o nosso faxineiro (odeio essa palavra), o nosso encarregado pela limpeza do final de expediente, sr. Floriano, o querido seo Flor, para vir e sortear o felizardo.
Ele tira o papel com o número. Me entrega e eu leio, nesta momento tenho uma lista correspondente do nome da pessoa e o seu respectivo número. Pausa. Susto. Emoção, e digo o nome... o premiado nada mais é do que o próprio seo Flor. Não é preciso dizer mais...

2a. Aproximando-se para o final de ano de 2011, nas discussões do planejamento dos eventos de encerramento daquele ano. Já tínhamos atingido o número de quase 500 colaboradores. Fizemos estudos para variar as formas de premiações. 
E uma das sugestões foi fazer um concurso cultural interno para premiar os funcionários (com a moeda virtual, Eurekas) com uma redação dos filhos. 

A melhor redação ou desenho, segundo um juri independente, seria a premiada. Naquele ano, esse tipo de ação servia para comemorar a data de fundação da moeda virtual, era Outubro, e serviria para esquentar as ações para o final daquele ano.
Desenho da filha de nossa copeira, Val. Minha segunda maior emoção.

Após apuração e discussões, apareceu a maior surpresa. Um desenho de uma criança, filha da nossa ajudante de copeira, Lembro-me dela, Valdenia, a querida Val, que mais tarde, se tornou recepcionista, fruto de seus esforços para melhorar sua condição na empresa, esforço pessoal e familiar, que já havia sido notado na mensagem daquela criança.
Carlão, chefe da expedição com o moto-boy premiado
Segue a reprodução da arte feita pela criança. Esses dois exemplos me tocaram muito. 

Por isso, é que me lembro bem dessas coisas que desenvolvemos na empresa. Sinto orgulho desse legado que deixamos. Marketing feito com emoção, que mais tarde, os gurus começaram a classificar e sub-classificar. Storytelling, conteúdo, emboscada,  isso e aquilo. Desculpem-me, isso já era feito há muito tempo, simplesmente como técnicas de endo-mkt.

Quem não se lembra do concurso cultural para os moto-boys que iam e viam na Gapnet, entregando Op's e retirando Tkt's, quando ainda não havia o sistema digital?
A melhor redação do moto-boy ganhava um super-jaleco para proteger-se do frio, vento e caídas.

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