quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Admiradores raiz se vão e nos restam os digitais, os nutelas .

Hoje resolvi lembrar de alguns admiradores meus. Não foi nada fácil. Antes de mais nada, vamos entender o que significa o vernáculo admiração.

Trata-se de um substantivo feminino

  1. 1. ato ou efeito de admirar.
  2. 2. disposição emocional que traduz respeito, consideração, veneração.  

Muito bem, isto posto, vamos seguir o meu relato sobre o assunto.


Desde pequeno conheci este sentimento nobre. O ato de admiração. Não é pré-julgar e nem orgulho por parte de um indivíduo para com o outro. No começo de tudo sabemos que o sentimento parte de nós aos nossos entes próximos. Quem não admira o pai ou a mãe, o avô, o primeiro professor, e por aí vai.


Nutrimos esse sentimento naturalmente. Espontaneamente. É uma empatia que os indivíduos expõem ao próximo. Eu diria que é o principal combustível de relacionamento do ser humano do bem. O contrário vira um negócio ruim que chamamos de ‘antipatia’, que muitas vezes nos levam a inveja, o pior sentimento que um indivíduo pode ter.


Recentemente tive uma notícia triste. Há dias atrás me avisaram que um conhecido nosso havia desencarnado. Um senhor, com 89 anos. Ele era trabalhador no Centro Espírita que frequento há uns anos, depois que me mudei para o bairro da Lapa. E me recordo que foi ele, quem me deu as boas vindas quando lá chegamos. Sempre sorridente, nos ensinava como tratar alguém, mesmo que não se fossem íntimos. Aprendi com ele a me tornar uma pessoa melhor. Seu espírito delicado despertava a admiração de todos.


Aí vocês vão dizer. Ah, Jorge, você o admirava? Nada disso. O fato de ser admirado ou admirar outrem, não entra em pauta agora. Volto aos anos 90 quando trabalhava numa redação de um entidade de classe, fiz como editor de uma famosa revista mensal mais de 136 capas. E lá havia um diretor, vou me reservar não citar o nome, mas que exigia que a primeira revista finalizada, fosse enviada pra ele, antes de todos. Mais tarde tocava o telefone, era ele me dando uma nota. E assim foram quase 10 anos. E quando nós nos cruzávamos, me abraçava e dizia: - Te admiro muito! Este amigo já nos deixou há um tempo.


Após meu encerramento na atividade editorial, no início do milênio, mudo de atividade. Fui para o Turismo. Meu trabalho nunca foi elogiado por nenhum dos proprietários da empresa que dediquei quase 10 anos. Mas em compensação ouvi de vários dirigentes de empresas concorrentes, e até alguns executivos de Cias. Aéreas, o reconhecimento deles. A cada evento, ouvia pessoalmente uma palavra de admiração por parte deles. Este trabalho que desenvolvi chegou até um ponto, que meus colegas me chamam até hoje de ‘mestre’.


Esse reconhecimento não me atinge o ego. Não me torna orgulhoso, prepotente, metido. Não me vanglorio fortuitamente. Encaro naturalmente. Provavelmente seja reconhecimento pelo bom trabalho que fiz (faço). E com certeza seja fruto do resultado de quem gosta de fazer aquilo que lhe foi designado. Trabalhar no que se gosta acaba virando um prazer. E atualmente estou muito feliz com os resultados que fiz ou faço. 



Entretanto o que me levou a esses relatos onde o principal assunto foi, ‘admiração’.

Massagem de ego? Já disse que não me importo. Voltemos ao primeiro caso de admiração que comentei. Aquele senhor que faleceu. Pois muito bem. Fui ao velório daquele amigo que perdemos. Chegando lá me senti perdido numa mistura de tristeza, perdas, vazio… Por mais que sejamos lapidados a entender a passagem deste plano físico para o espiritual, somos atingidos por um choque muito forte. Realmente não sabemos o que fazer. Procurei me acalmar e me prostei ao lado do caixão e iniciei uma oração. Foi inevitável. As lágrimas se irromperam. Deixei fluir. Naquela hora nos tornamos abençoados pelo Pai. Sentimentos bons são necessários neste instante. E me veio à memória do dia que fiz a primeira palestra na Casa do Caminho. 

Lá estava ele. Na primeira fila. Quando encerrei, vieram as palmas. E de repente, aquele homem que tanto eu o admirava, se levantou, me cumprimentou e disse: - Gostei, Jorge. Sua palestra foi muito boa. A partir de agora temos mais um palestrante da Doutrina Espírita de Kardec. Parabéns, finalizou. 


Em seguida a partir deste dia se solidificou uma grande amizade entre nós. Respeito e admiração, mútuos. Agora que ele partiu, peço que me oriente e inspire a intuir nos futuros trabalhos da causa espírita. Sei que estaremos sempre conectados. Vá com Deus, amigo Gregório. 

4 comentários:

  1. Meu espanto e decepção ao chegar no velório e não ter nenhum, repito, nenhum amigo, colaborador ou frequentador do Caminho de Damasco, entidade que se não me falha a memória, foi um dos fundadores. Triste pelos ausentes e sentimento de admiração a essa pessoa que tanto se doou a entidade e as pessoas que o conheceram.

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  2. É isso aí Jorge, admiração não se compra, se conquista. Deus te abençoe amigo. Eu e você sabemos que o Sr. Gregório conquistou muitos admiradores ao logo de seus préstimos como trabalhador no Centro Espírita Caminho de Damasco. Amigo , cordial, prestativo são apenas alguns de seus predicados. parabéns Jorge pela merecida Homenagem.

    Seu amigo Waldir

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  3. Linda homenagem! Vou mostrar para meu pai. Ele ficou muito triste com a partida do sr. Gregório que foi um exemplar tarefeiro da Seara Espírita. Com certeza os amigos do Caminho de Damasco que já foram para a verdadeira Pátria, estão recebendo com muita alegria e carinho nosso querido Gregório.
    Parabéns pela linda homenagem!

    Eduardo Govato

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  4. Muito bonito o seu relato..Realmente o Sr Gregório sempre foi muito amoroso, muito gentil e sempre nos ensinou com prazer, tudo o que sabia..Foi meu amigo, meu conselheiro e espero que um dia nós nos encontremos iutra vez..
    Só tenho a agradecer por ter aprendido com ele e com a Dona Juracir, o que hoje em dia sei...

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