sexta-feira, 4 de abril de 2014

Selfe-se quem puder.

Choque de paradoxo.
Parece besteira, mas tem coisa estranha no ar. 
São tantas informações que não conseguimos observar e chegar a conclusões óbvias. Nem demoradamente e muito menos rapidamente. Mas uma coisa já tenho certeza. Nem uma velocidade de 500 megabits por segundo faria o papel de compreender o nosso tempo. 
É preciso inteligência natural, emocional, intuitiva, cognitiva e não artificial. 
A experiência, o saber adquirido ao longo dos tempos está perdendo lugar para o imediatismo, para versão mais barata. Busca-se tudo por resultados imediatos.
E infelizmente não sabemos onde ir. Onde isso vai acabar?  E essa correria, nos deixa cegos. 
Busca-se soluções sem previsões ou planejamentos satisfatórios. Fracassos e fracassos estão sendo contabilizados e não se tem a fórmula da salvação. 
Não vou aqui enumerar, mas casos recentes de fracassos do Big Brother, programas de auditórios, coberturas do tipo carnaval, invenções como do Thiago Leifert, de apresentador esportivo em horário alternativo, vira apresentador de programa enlatado, e é colocado para ser comentarista, colocar figurões do passado e misturar gente nova, no caso da Globo, não deu certo, pelo menos na cobertura carnavalesca.
Por quê? Hei você? O mundo mudou! Quem não conseguir a "receita mágica" vai ficar paradão na história, nos negócios, na estrada digital, vai ficar a ver navios...
Recentemente um selfie patrocinado pela Samsung no Oscar movimentou 25 milhões de comentários e compartilhamentos. O nosso carnaval, informa o Olhar Digital, movimentou 125 milhões de interações no Facebook.
O PT, se depender das redes sociais, já era. A Dilma não implaca a reeleição. Hoje é mais fácil criar rejeições do que soluções. O povo incrêdulo é a mistura fina para o caos. 
As instituições falidas são trilhas para os desmandos e terreno fértil para os aproveitadores. 
As primaveras árabes, os governos sírios, ucraniano, argentino e venezuelano, sentiram que não podem mais sufocar a opinião pública, e as janelas ficaram escancaradas. 
E países que se fecham como Coréia do Norte, China e Cuba, uma hora dessas vão ver o clamor da massa silenciosa, sufocada, pronta para bradar e explodir.
Será que tem gente observando tudo isso, analisando e tirando alguma conclusão, encontrarão a tal receita? E o mundo corporativo? Está sabendo e vai seguir as tendências mundiais do mundo tecnológico? A velocidade dos anos 60 foi atropelada nos anos 80 e 90 num processo muito lento aos padrões de hoje. A era do milênio engoliu tudo e a todos. O que se fazia como resenha, virou piadinha quando se repete a informação. Hoje é necessário estar permanentemente conectado. Acabou a escrita impressa em meio de papel (jornais e revistas). Acabou a cultura de se ver a informação repetida relatada nos pormenores, salvo um fato muito relevante, impactante, tipo um evento mundial. Passando uns três ou quatro dias, some. Vejam o caso do voo MH370. Acontece, sabe-se no dia e pronto, vai-se para a próxima e assim sucessivamente. Tudo é efêmero. A TV que era a toda poderosa, hoje  não detém mais que 30% da audiência cativa de expectadores. Somos online, individualistas e tribal na mesma vipe.
Esse é o paradoxo, viver fechado na necessidade de ser antenado, mostrar-se e ao mesmo tempo que é visto (selfie), buscar os créditos dessa individualidade, alojar-se numa ilha e acenar para um transatlântico cheio de amigos e seguidores, que passa por perto.
Enfim, quem conseguir ler a bola de cristal virtual, vai se dar bem.
Você arrisca algum palpite para os próximos países que sucumbirão ao clamor popular desgostoso e insatisfeito? Arrisca a algum palpite para as eleições no Brasil? Será que alguém sabe o que vai acontecer no Brasil após a Copa? E durante?
Você está sintonizado? Você está preparado para o Day After? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário