sábado, 6 de novembro de 2021

Morrer? Não, é viver.

Causa estranheza ver uma pessoa com 26 anos morrer. Não a forma de morrer. Um acidente aéreo. Mas por ser uma criatura jovem. Em plenas condições de aproveitar a vida. A fama. Um enorme mundo de fãs. Um ser querido por todos. Uma unanimidade nacional. É isso que nos deixa muito tristes. Decepcionados. Até questionamos o Pai criador. Por quê?

Lembro de outras mortes precoces. Ayrton Sena, os Mamonas, Cristiano Araújo, Gabriel  Diniz, todos em sua plenitude da jovialidade e fama pelo destaque em suas atividades. 


Também lembro-me de uma resposta que  saudoso médium Chico Xavier deu quando foi perguntado sobre o dia em que morreria? Ele respondeu sem rodeios. Irei desencarnar quando a população brasileira estivesse muito feliz, alegre. Sua morte ocorreu em meados de 2002. Dois ou três dias após a seleção brasileira ter conquistado o pentacampeonato no Japão. Portanto, a nação estava com a sua autoestima elevadíssima. 



Digo isso em paralelo ao que se passou com a nossa querida e saudosa, Marília Mendonça. Vimos em todos os canais de comunicação brasileiro, através de matérias veiculadas recentemente. Marília dizia em todas reportagens, posts nas redes sociais, que estava mais feliz do que nunca. Dizia que sua felicidade era por estar amando seu companheiro, amando sua mãe e filho, Léo, de quase dois anos de idade. Amando os seus projetos musicais. Amando as parcerias comerciais, enfim uma enorme viabe positiva. Clima geral de felicidade. E o melhor de tudo. O país estava feliz com ela e por ela. 


Sua conduta como pessoa era admirável. Uma mulher engajada nas conquistas femininas no país. Seu talento não ficou apenas nas letras de suas músicas. Sua voz rouca. Sua postura em defesa da mulher que vive sendo tratada violentamente pelos homens. Era uma batalhadora do empoderamento da mulher brasileira. 

Mas acima de tudo era um ser humano cheio de luz. Uma estrela iluminada com luz própria. Fez de sua fama um canal de ajuda ao próximo. Ajudou inúmeras entidades carentes. Ajudava a todos em seu estado, Goiás. Nos seus shows fazia de sua performance uma ferramenta poderosa de inclusão. Foi a primeira cantora em usar a linguagem de libras em suas apresentações nas lives em plena pandemia. 


Portanto, não estranho seu desaparecimento trágico. Não estranho que morreu sem ter o corpo dilacerado. Sabemos que nesta hora o desligamento do fluido vital ocorre segundo antes do impacto do avião no chão. Um ser humano de luz deste porte não sofre ao se desencarnar. Um ser desses, não precisava mais cumprir seu destino de forma mais demorada. Cumprida a missão, partimos. Parece estranho para nós vivos. Mas existem razões maiores que sobrepujam aos nossos conhecimentos. Até hoje não se compreendeu a morte de Jesus Cristo. Ainda não sabemos lidar com a partida dos bons espíritos. 


Façamos o seguinte. Oremos, vibremos, pensemos no bem, no amor, na caridade, façamos o bem. Amemos o próximo, sejamos luz. Cumpra a sua passagem nesta vida de forma plena. Será a melhor homenagem que poderemos prestar à Marília Mendonça, e todos que viveram brevemente conosco. 

5 comentários: