sábado, 25 de abril de 2020

Alegria e gratidão.

Hoje tive uma manhã maravilhosa. Após o café da manhã, arrisquei a furar um pouquinho só, a nossa quarentena de isolamento.

Tinha que buscar um remédio de uso contínuo, tenho a receita para não pagar na farmácia popular. Mas a farmácia fica muito longe. E furar a quarentena, torna-se arriscado demais. Então fui comprar na drogaria que fica mais próxima. É baratinho, não mais que R$ 6,00. 

Já que havia saído, estava com máscara, aproveitei e me dirigi ao sacolão que fica nos baixos do viaduto. Havia levado uma sacola. Coloquei algumas frutas para comer na semana que se inicia. E pra não perder a viagem, sigo para o restaurante ao lado do sacolão, compro duas marmitex para almoçar com minha esposa. 

Primeira surpresa.

Ao sair, vejo na janela do prédio próximo ao viaduto, os meus queridos amigos, Sr. Romeu e esposa, da. Neide. Ele com os seus 93 anos junto a sua patroa, que também tem idade próxima a dele. Sorriram para mim. Mesmo com máscara, ele me reconheceu. Aproximei do estacionamento em frente do apartamento deles e os saudei. Um arrepio passou por mim. Prazeroso, diga-se de passagem. Este homem é um iluminado. Foi meu professor no centro espírita que frequento. E atualmente é meu amigo e vizinho. Fico feliz sempre ao encontrá-lo, ou pelo menos, vê-lo. E hoje não foi diferente. Foram poucos instantes de olhares, bem menos do que uma simples conversa. A distância de onde eu estava até a janela, no 2o andar e com a máscara, minhas palavras foram poucas e quase inaudíveis. 

Mas ficaram os gestos, sem saber da linguagem de libras, mandei muitos beijos e abraços com demonstrações de carinho e respeito mútuo. Entendi até quando ele perguntou sobre o estado de minha esposa. Foi um encontro rejuvenescedor. Tive um enorme sentimento de bem-estar. Dei uma saudação de até breve e segui rumo ao meu apartamento. Mas não, sem antes, passar no mercadinho ao lado da entrada do meu edifício. E aí acontece o segundo encontro que transformou meu dia. 

No retorno, a segunda alegria.

Já me considerava um privilegiado ao ver o Sr. Romeu, meu ex-professor, e eis que me deparo com a filha e o neto, do meu atual professor, Sr. Waldir. Ele, por causa desta quarentena, está em local afastado, longe de sua filha e neto. E de novo, ao me aproximar do netinho, Noah, falei pra ele que eu era amigo do vovô. A emoção nos aproximou. Sorrisos e lembranças gostosas e em seguida um adeus, nestes tempos não é recomendável ficarmos muito próximos. Fiz as compras necessárias e em seguida volto para casa. 


Eu e o Covidinho-19, esse danadinho.
Ao chegar, comunico minha esposa dos encontros que tive, enquanto me cuido da higienização dos trajes e calçados, por causa do bichinho causador destes afastamentos. 

Isolamento social.

Covid-19, a epidemia que separa os velhos e novos amigos. Que separa os mestres professores, dos filhos, netos, familiares, dos alunos, enfim. Mas não afastou a alegria dos encontros fortuitos e é por isso que sou grato pela vida, esta vida que momentaneamente está desarrumada pela pandemia. Porém, nos reservando surpresas maravilhosas, graças a Deus. Por tudo isso, sou muito grato. Deveras, muito grato, especialmente neste momento presente.

Imaginem quando acabar esse isolamento? Quero dar um abraço bem demorado nos dois mestres e seus familiares. Que assim seja.






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