O dia em que a Gapnet quase parou! 31 de maio de 2003.
Um sábado a tarde, tipo 17 horas. Um grupo de amigos da Gapnet fretou um ônibus da Viação Itapemirim para levá-los até Niterói, no Rio de Janeiro. A razão era nobre. Um casamento entre um de nossos colegas que trabalhava na Gapnet (matriz) com uma moça moradora de Niterói. Lá iam os padrinhos, amigos e convidados.
A cerimônia seria na noite do sábado, portanto a saída de ônibus seria pela manhãzinha do mesmo dia.
6 horas da manhã, todos no ponto de encontro, muitos tomando um cafezinho com pão na chapa, uma última tragada no cigarro e lá fomos. Antes porém, fizemos uma volta pela Penha, pois o tal motorista queria levar a sua princesa, palavras dele, mas não sem antes, com a aprovação de todos os passageiros. Afinal quem era a tal princesa? Nada mais, nada menos do que a sua esposa amada.
Começava aí a nossa triste sina. Já no começo da viagem na via Dutra, fomos parados pela Guarda Rodoviária, pois segundo o policial os dois ônibus, o nosso e um outro fretado, estavam "disputando" um racha particular, passando ou ultrapassando o outro, fazendo com que a viagem não fosse tão monótona para os condutores.
Acalmados os nervos, seguimos viagem. Os 39 passageiros, em sua maioria funcionários da GAP, dentre eles, Paulo Bispo (comercial), Wilson, Odemir e Ronaldo (todos do administrativo-financeiro), e uma dezena de outros colaboradores que atuavam na expedição, OP's, TI, atendimento e eu. Além destes, estavam lá o Eduardo, o português que comercializa anéis, relógios que o trade, todo mundo conhecia a figura, junto com a sua esposa, participariam como padrinhos do noivo. José Ribeiro, esposa e filho, amigos e padrinhos. Uma cliente, agente de viagens, Cris e marido, Dino.
Enfim uma turminha alegre que rumava para o Rio de Janeiro e de lá para Niterói. Após a parada para o almoço no restaurante Clube dos 500, antes da Serra das Araras. Seguimos para o destino. Mas o outro destino quis que no retão, onde meses antes o Claudinho, da dupla Claudinho e Bochecha, havia se acidentado e morrido, que tivéssemos também a nossa tragédia. Nosso motorista distraído com a conversa com sua princesa, lembram-se?
Não estava atento, e naquela disputa com o outro ônibus, aquele que foi a causa da primeira advertência do guarda rodoviário, continuavam a disputa particular e insana, não percebeu o descuido do nosso motorista numa diminuída de velocidade, e este atrapalhado por um fusquinha muito lento, atingiu a nossa traseira jogando o ônibus no guard-rail da ponte e este acabou caindo ribanceira abaixo. Foi uma sensação terrível. Ninguém acreditava, aquele ônibus caindo e virando do contrário, gente gritando, enfim um verdadeiro inferno. Resultado, ninguém morreu.
Ótimo, a maioria ficou com o tremendo susto. Uns 15 ficaram levemente feridos, outros 10 nada tiveram. Mas eu, fraturei o úmero (braço-ombro) esquerdo. José Ribeiro e esposa, rosto e omoplata, respectivamente. O Dino rascou as costas de leste a oeste, 55 pontos. Foram os mais prejudicados.
Então, agora vocês estão perguntando se teve casamento? Sim. Apenas eu quem não participou. Ficou faltando um padrinho. Mas a maioria foi e se divertiu bastante.
Retornei no dia seguinte, viajei de VASP. E fiquei mais de cinco anos e três cirurgias para recuperar os movimentos do meu braço esquerdo. E o que restou? Uma bela cicatriz, dezenas de radiografias, três grandes cirurgias, sessões de fisioterapia, alguns parafusos e haste definitiva no úmero, uma indenização e um sentimento de que Deus nos deu uma nova oportunidade para ser melhor com as pessoas.
Algumas situações curiosas observei neste acidente. Um na ocasião de minha batalha judicial contra a Itapemirim. Lembro que fui ríspido e sarcástico com o advogado da Itapemirim na frente do juiz. Foi quando ele disse: Esse senhor está querendo ficar rico com o valor pedido. E eu disse: – Quer ficar com esse dinheiro e me dar o seu braço sadio? O juiz na hora pediu reservadamente que ele se calasse. Acabei recebendo a indenização. Mas realmente trocaria tudo para não ter o braço prejudicado e passar pelo que passei nos anos seguintes. Finalmente outro fato curioso que participei, foi que na mesma noite quando estava saindo da clínica, onde fizeram a minha imobilização para que eu pudesse descansar e voltar para S. Paulo, ouvi no telefone celular do noivo. – Você quer fechar a Gapnet? Foi o que um dos sócios disse no pé do ouvido.
Uma outra coisa que este acidente me proporcionou. Minha habilitação permite que eu adquira veículos automáticos com isenção de impostos federais e estaduais, também isenção de IPVA, permissão em vagas de deficientes nos shoppings e logradouros públicos, circular na cidade em dias de rodízio. Legal não? Quer trocar de braço comigo?
Salim, sucesso com seu blog, sou seu fã rapaz.
ResponderExcluirNão sabia desta história, eu que trabalhei nesta empresa contigo praticamente dois anos e meio.
Bom saber que não houve vítimas fatais e que você está recuperado.
Boa sorte, muito sucesso.
Abraço, se cuida
Obrigado, Edu. Somos parceiros. Valeu.
ResponderExcluirAbraços
Desculpe-me Carlos, não sei porque escrevi Edu. Mil desculpas.
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