sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Em busca da evolução espiritual no pessoal e no corporativo.

Depois de deixar o meu último emprego de trabalho em 2014, fiquei pensando no que eu faria.
Voltar a rotina, procurar se recolocar ou iniciar um período sabático?
Optei para a segunda. Havia tido uma intervenção cirúrgica que carecia de um bom período de repouso e assim fiz. Além disso foi período da Copa do Mundo FIFA no Brasil, tudo ficou estagnado e logo em seguida vieram as eleições, aquela de Coxinhas X Ptralhas, que causaram danos irreparáveis ao país dos quais padecemos até hoje, quatro anos após.

Mas ao ficar na meditação, vi que era hora de crescer espiritualmente. Busquei várias opções na literatura e aprendizado espiritual. Cristão que sou de convívio e educação familiar, busquei conhecer outras formas de valorização espiritual. Seicho-no-ie, Hinduísmo, Budismo, Kardecismo e outros "ismos". Li bastante, pelo menos, os indicados como básicos para cada um deles.

Frequentei cultos, palestras e vi muitas apresentações no YouTube. E para as respostas de minhas perguntas encontrei mais coerência no Espiritismo de Kardec. Abracei livros, cursos, que ainda faço até hoje e também não me afastei de buscar mais respostas, como Arquimedes, sempre para saber mais. O que notei é que quanto mais estudamos, concluímos que nada conhecemos. O que sabemos é pouco, o que não sabemos é imenso.

"Estamos tão distantes de conhecer todos os agentes da Natureza e seus diversos modos de ação, que será pouco filosófico o negar a existência de fenômenos, unicamente porque sejam inexplicáveis no estado atual de nossos conhecimentos." (Laplace)



Também me vi sedento de saber mais, ou aprender tudo que não fiz nestas quase sete décadas de vida e me senti incapaz, pois o fator primordial do Espiritismo é que temos várias vidas para nos aperfeiçoarmos e não é na primeira (não sei quantas tive) encarnação que haveremos de saber tudo.
Devemos sim, estudar, viver, ter conduta ilibada, moral elevada, trabalhar e viver amando e perdoando o próximo, sendo solidário, caridoso, filantropo, voluntário, generoso, compreensivo, cúmplice do bem, enfim fazer o Bem. Cumprindo assim a nossa missão nesta vida para que nas próximas voltemos ainda melhores. Mais evoluídos, mais elevados buscando o ideal de ser mais parecido com o que Jesus nos deixou nos Evangelhos.

Dentro desse caminho de buscar a melhoria espiritual, passei de apenas estudioso, a trabalhador da Doutrina Espírita. Voluntário, aluno, palestrante, parceiro de trabalhos na casa espírita, contribuinte de ações filantrópicas e divulgador da doutrina.

Procuro mais ser feliz do que ter razão. Sigo a procura da habilidade de liderar conscientemente do que exercer o poder de mandar fazer e ponto final.
Acabei vendo nessa linha uma forma de elaborar alguns trabalhos em forma de palestras no mundo corporativo, onde o viés espiritual seja o motor principal da conduta de excercer o trabalho.

Não sou o primeiro, sei que há tempos temos gurus no mundo do 'business', muita gente que abordou essa temática. Daniel Goleman (Inteligência Emocional), James Hunter (O monge e o executivo), Jack Welch, Bill Gates, Steve Jobs, Osho, Sri Pem Baba, Sri Ravi Shankar e por ai vai.

Sem antes lembrar que ser humano já busca essa ligação com o misterioso há muito tempo.
Mas só para citar exemplos, lembro que os Beatles, em pleno sucesso mundial deram uma guinada para o caminho espiritual quando foram para Índia e seguiram um mestre indiano, recentemente falecido, Maharishi Mahseh Yogi. Há quem diga que a grande mudança pessoal de cada um dos integrantes do conjunto foi pela descoberta na linha espiritual e que causou a separação deles. Hoje entendo essa mudança de comportamento e porque cada um seguiu carreiras 'solo'.

As pessoas em contato com as diversas linhas da espiritualidade se transformam e acabam se desapegando dos bens materiais e se tornam pessoas que valorizam as ações de ajuda própria e ao próximo. Notem que John Lennon virou pacifista. Mc Cartney virou vegetariano e humanista. O que na verdade aconteceu lá nada sabemos, mas a busca pela meditação transcendental os transformou.

E é isso que acontece quando nos aprofundamos na linha do desapego, da reforma íntima, do autoconhecimento e outros aprendizados que acabamos nos envolvendo.
Kardec diz no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 17 em Sedes Perfeitos: 'O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza".
E complementa dizendo: Tem fé no futuro, e por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Com tudo isso, vendo que poderia fazer uma mescla desses ensinamentos, observando o que no mundo corporativo temos pessoas envolvidas no conjunto, entendemos que é importante trabalharmos o lado espiritual desse colaborador.
O fundamento para as pessoas que dirigem atualmente no campo de Recursos Humanos que hoje exerce gestão de pessoas de forma geral e complexa, deveria intensificar essa mudança para o lado humanitário, lado este que valoriza o ser humano. Um funcionário motivado faz mais para empresa do que um sujeito tratado com uma peça, como vemos em Tempos Modernos de Chaplin.

A professora e gestora de RH, Zenaide Carvalho completa: Espiritualidade corporativa não necessariamente relaciona-se com religião, mas com valores como ética, compaixão, altruísmo, solidariedade e, por que não dizer também o entusiasmo, a motivação e as demais sensações positivas que devem ser afloradas no ser humano.

Dai extraímos que o mundo corporativo está mudando, devemos introduzir o saber espiritual nas pessoas trabalhadoras, nos nossos colaboradores nas empresas. Devemos entender que a mudança de comportamento no ser humano, passando para o melhor entendimento das relações humanas, necessariamente passa por esta transformação.

"O cliente é quem mais nota se a atmosfera está viciada ou não, porque ele chega de fora. Devemos fazer os clientes sentirem que o recinto é realmente agradável. 
Incluem-se aí as atitudes das pessoas, a sua fisionomia alegre, a sua bondade, a disposição dos móveis, etc", palavras do mestre fundador do Seicho-no-ie, MasaharuTaniguchi, comprovam que a exigência e a excelência vem de fora do ambiente, vem da sociedade.

Tudo acaba convergindo para uma única linha de pensamento, a espiritualista, quer no Espiritismo, Hinduísmo, Budismo e outras seitas e religiões no mundo, e que através dos tempos, durante essa evolução que é dita sobretudo em Kardec, as guerras, as disputas, as conquistas acabam sendo canalizadas para o centro das coisas que Deus criou.

Agir e viver através do Bem. Temos duas asas da Vida, a do Conhecimento (Sabedoria) e da Moral (Bem), ambas devem estar niveladas e iguais para que possamos voar. O desequilíbrio de uma delas, não nos permitirá voar para a evolução da vida. Não fazer isso seria o atraso, a estagnação, a pura perda de tempo. E isso ninguém quer. Nem o mais materialista dos patrões.

Por fim, após toda essa reflexão, como havia dito, acabei elaborando algumas palestras para discutirmos ou levarmos às empresas essa forma de encarar o trabalho e apresentar aos colaboradores um novo olhar para seguirmos o nosso caminhar para o futuro.
Precisando conhecer melhor este assunto, me coloco a disposição dos interessados.

Que assim seja, graças a Deus.

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