quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Darwin: ainda somos primitivos.

Dia 12 de fevereiro, fiquei sabendo que era um dia que muito celebrado nos EUA e Reino Unido, o Dia de Darwin. Charles Darwin (1809-1882) foi um notável cientista do Séc. XIX, e o autor da teoria da evolução das espécies através da seleção natural. É dele a famosa frase: "Não é o mais forte que sobrevive. Nem o mais inteligente. Mas o que melhor se adapta às mudanças". 
Pois então, fui até a editora FTD no bairro do Jabaquara, buscar um livro de Matemática para a minha filha caçula, Micaela. Longe para dedéu pra quem mora na Lapa. Diria que sairia do extremo da zona oeste para ir até o extremo da zona sul. Pensei muito antes de sair. Que tipo de viagem optaria? Carro? E o caos do nosso trânsito? Arriscaria nesta quinta-feira, véspera de muitos apressadinhos que querem viajar para o período de momo. Decido que não irei de carro. 
Vou até o Google Maps e traço o caminho. Previsão via transporte público, entre trem da CPTM e trens do Metrô, Linhas vermelha 3 e azul 2. Tempo: 01h10m. O trajeto de carro, segundo a previsão era de 01h05m. Só se fosse de táxi andando nos corredores de ônibus, pois só na marginal a essas horas, nem daria para chegar ao centro com pelo menos 1 hora. Duvidei e optei para os trens. Após feito isso, regressei depois de 03h15m, e se descontarmos a parada no MacDonalds para uma refeição básica por 20 minutos e na editora até achar a srta. Viviane para retirarmos o livro, mais 15 minutos. Total do trajeto já descontados os tempos extras, ficou com 02h40m entre ida/volta. Se dividirmos, fica-se com 01h20 para cada perna da viagem. Dentro dos conformes. Dentro da previsão do Google Maps. Parabéns.

O imprevisível acontece quando menos esperamos

Mas o que de interessante podemos narrar sobre essas duas introduções que fiz. O que o Darwin tem a ver com o trânsito caótico ou com a opção de transitarmos de automóvel ou trens metropolitanos ou ainda com livro de matemática da Micaela? Será que somos macacos em eterna evolução? Não é assim, mais pode ser. Só que não! É que algumas coisas extraordinárias acontecem sem que a gente prepare ou espere. Eu, por exemplo, usava a minha mochila que estampa o distintivo do meu glorioso alvi-negro da Vila Belmiro, o nosso Santos F.C. Estava sentado no assento destinado aos idosos, de frente para as pessoas, no canto e ao lado das portas de entrada/saída. Já estava retornando do meu périplo, quando na estação S. Judas Tadeu, o nosso santo milagreiro, adentram alguns passageiros e dentre eles, dois que me chamaram a atenção. Um provavelmente torcedor da Sociedade Esportiva Palmeiras. Sua mochila com o distintivo em destaque, trajava roupas verdes; a camiseta, a bermuda e o tênis, aliás quando ele se agachou, via-se a cueca, era verde igualmente. Fanático? Bote fanático então no outro. Torcedor do Sport Clube Corinthians. Esse estava com a camisa do clube e da torcida organizada Gaviões da Fiel, boné e a bermuda pretos com os símbolos tradicionais. E na batata perna direita tatuados uma águia (talvez um gavião) e o distintivo com os dois remos, âncora e a bandeira paulista ao centro do círculo. Pensei naqueles dias em que as torcidas se enfrentam no metrô. Mas eram 14h50m. Não vai ter jogo. Estamos em plena 5a. feira. Talvez ensaio de carnaval, pois a Mancha Verde e a Gaviões irão desfilar amanhã no sambódromo paulista? Deverão descer nas estações próximas do parque Anhembi. A viagem iria durar umas 10 estações ainda. Eu no meio, um palmeirense pra um lado e um corintiano pro outro. 
O campeonato paulista bem representado. Só faltava um bambi, ops, desculpem-me, um tricolor. Mas não entrou nenhum. E nem deu quebra-pau. Desci na Luz. 


Ainda somos primitivos
Foi ai que me lembrei do Darwin. Aquele cientista da Teoria da Evolução. Derivamos do macaco e hoje somos homo sapiens. Só que não. Ainda somos primitivos. Aposto que se tivéssemos três ou quatro torcedores de cada um destes clubes de futebol, o pau ia correr solto. Os fatos recentes provam isso. Basta formar um bando e partem para a caça, embate, briga e confrontos violentos. Não por isso que o UFC é a modalidade de esporte que mais aficionados tem. Gostaria que o encontro amistoso desta minha viagem de metrô de hoje, fosse generalizada, e que paz reinasse nos corações dos torcedores. Sempre! Pena que o Darwin seja lembrado: "O homem ainda traz em sua estrutura física a marca indelével de sua origem primitiva".

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