sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Uma saudade que dói. Novembro ficou marcado.

Dia 08 de novembro próximo faz sete (07) anos que o meu "comandante" partiu para outra dimensão. Meu irmão Hatim Salim Júnior a quem apelidei de comandante. Desde pequeno queria ser policial. 


Jorginho, Hatim Júnior e Antonio Carlos
Primeiro foi uma paixão arrebatadora em ser policial rodoviário, moto, jaqueta de couro marrom e um cachorro pastor alemão ao seu lado, influência do seriado brasileiro do policial rodoviário, Carlos Miranda e o seu fiel cão Lobo. Depois falava em ser piloto da FAB. Quis o destino que uma moléstia conhecida pelo nome de encefalite 
(Encefalites são infeções agudas do cérebro, comumente causadas por um vírus, como o vírus da gripe, ou bactéria. Acontecem em certas infestações parasitas e protozoárias, como toxoplasmose, malária, ou meningoencefalite amébica primária), que o afetou provocando uma febre alta seguida de uma forte convulsão, deixando 17 dias em coma no hospital São Paulo, hoje federal, na Vila Clementino. Ao voltar a si, nos deixou felizes, pai, mãe, irmão, familiares, porém voltou com severas sequelas neurológicas. Neste momento uma juventude toda acabava por ser condenada a um tratamento contínuo. Embora muito bem atendido por especialistas, nunca voltou a ter a mente normal. Tinha momentos de convulsões de epilepsia, mesmo medicado, mal que o condenou a ficar alijado do convívio social normal. Mudava de humor a toda hora e acabou em sua vida adulta a permanecer em casa com os meus pais. Meio confinado em casa, às vezes se rebelava e saia célere para a rua e voltava tempos mais tarde mais sereno e assim levou a vida até os 63 anos, quando veio a falecer em 08 de novembro de 2007. 


Rettinho, Rett Salim e Jorginho
Guardo boas lembranças de meu querido mano, que tinha um apelido originado do apelido de meu pai, Rett, e ele Rettinho com dois "t". Se tornou torcedor fanático inicialmente pelos Santos FC. Conheceu quase todos os jogadores daquele esquadrão bi-campeão. Gylmar, Carlos Alberto, Mauro, Zito, Dorval, Mengalvio, Coutinho, o rei Pelé e Pepe. Mas tarde virou casaca, pois um tio palestrino doente, "comprou" sua preferência pelo Palmeiras. 
Família Salim unida: Jorge, Odete, Hatim pai e Hatim Jr.

Pessoa prejudicada pela condição estabelecida pela doença, viveu cercado de amor e atenção 24 horas pela nossa mãe Odete e zelado à distância pelo nosso pai, Hatim. Nada lhe faltou, carinho, dedicação, mimo total. Em seus aniversários, os jornais da cidade, as emissoras de rádio locais, anunciavam a sua efeméride todos os anos seguidamente e ele se tornava o cara mais feliz do mundo. Nosso telefone não parava, era gente de todos os cantos cumprimentando-o. Conforme a idade avançava, suas decisões em dizer o que queria comer e por consequência o que todos nós deveríamos comer igualmente, inspirou-nos em conceder o apelido definitivo de comandante. 

Era um intransigente defensor dos preceitos e dogmas da Igreja Católica Apostólica Romana. Até hoje temos um quadro enorme da imagem de Cristo em nossa sala da casa onde a minha mãe ainda vive em S. J. do Rio Preto.
Em minhas idas à Rio Preto a cada mês, ainda encontro uma coisinha que me faz lembrá-lo quer no quarto, nos armários, na edícula, no quintal, enfim a presença dele ainda é sentida. Mano querido, onde esteja, fique bem, fique com Deus, nós aqui na terra continuamos sentindo a tua falta e oramos por você e pelo papai. Tenham bastante luz. Aguardem a gente, um dia desses iremos nos encontrar. Beijos.  

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