domingo, 2 de novembro de 2014

História ou estória? Duque de Caxias ou Rogério Ceni?

Falta cultura, falta conhecimento geral. Falta cultura geral. Outro dia postei uma frase emblemática nas páginas de uma Ong que dirijo. Dizia o Marquês de Maricá: "Os velhos invejam a saúde e o vigor dos moços, estes não invejam o juízo e a prudência dos velhos: uns conhecem o que perderam, os outros desconhecem o que lhes falta." 
O que podemos extrair dai é que nem a rapidez das técnicas de hoje, habilidade dos jovens sem a constância da sabedoria e experiência dos mais velhos, servirá para que sejamos pessoas capazes. O bom disso é que ainda podemos se valer da mistura, ou seja, de alguém jovem com uma baita experiência. Impossível? Claro que não. Bastaria ler, estudar, ter as tais 10 mil horas de treinamento, ou simplesmente não se acomodar. Ficar permanentemente estudando, se aperfeiçoando, não ficar na zona de conforto. Curtição de happy hour, final de semana com os amigos, churrascada, pescaria, bebedeira, papo furado, desistências em dar continuidade nos cursos de especialização, ficar até tarde no trabalho, chegar mais cedo por 10 minutos e tirar as pendências da frente. Lembrem-se que o Rogério Ceni atingiu o auge da profissão, conquistou recordes e recordes com atleta de futebol com treinos e treinos. Após o treino geral com os colegas, lá ia o Rogério treinar sozinho a bater faltas. Era ele e o seu treinador de goleiros. O resultado todos sabem. E hoje ele é o "velho" goleiro, mas não tem nenhum jovem com previsão de atingir ou superar os seus feitos. Vai demorar! Mas se você, que deseja atingir o sucesso, ficar sentado esperando a oportunidade lhe bater à sua porta? Creio que lhe faltará tudo, provavelmente tu serás um jogador ou um profissional medíocre, desculpe-me, ficastes ofendido? Não quis dizer nada mais além de ser mediano, como a média, o tal (medío)cre, certo? 
Voltando a tal cultura geral, diria, se pretendes continuar com o seu trabalho das 9:00 às 18:30 horas com uma parada breve para o almoço, pois bem, tu serás mais um na multidão. Quer se destacar, continue a estudar? Ler, fazer cursos de aperfeiçoamento, ou se não tiver condições financeiras, busque conquistar bolsas de estudos, faça um projeto de vida e batalhe em busca de financiadores. O que não dá mais para aguentar é o chororô, é o mimimi, é se debruçar nas mídias sociais e ficar fofocando, postando baladas, malhação, cultivar corpo (é saudável, há dúvidas), não é um consenso geral, mas não deixe de estudar línguas, aprendeu uma, parta para outra, veja exposições, adquira mais conhecimento, viajando e visite museus, não faça compras nos shoppings.Tenha um bom livro na cabeceira e antes de dormir, desligue o smart-phone e leia um pouco mais. Fale com os mais velhos e extraia a conversa as experiências dele e viaje na imaginação. Ler de tudo lhe trará conhecimento. Hoje um guri de 18 anos não sabe quem foi Gandhi, Churchil, Charles De Gaule, Ben Gurion, Getúlio Vargas, aliás até poderá dizer, De Gaulle é o aeroporto de Paris, Getúlio Vargas é a estação no Rio de Janeiro, JFK é o aeroporto em New York, Ben Gurion também e por aí vai. Aliás de há um tempo eu já previa esse final, que os jovens acabariam sabendo muito de técnica de Photoshop, Illustrator, mas não o que levou a tudo isso ser uma ferramenta de facilidade na tecnologia, quando se fazia tudo à mão, retoques em filmes, máscaras e contra máscaras (hoje layers), desenhos e gravuras feitos à mão, misturas nas tintas de pinturas, telas preparadas antes com o esboço a crayon, as inspirações dos impressionistas que saíram do estúdio e foram para os parques em ruas francesas, holandesas, européias enfim. Ah, me lembro que o Da Vinci é aquele cara do código do escritor Dan Brown e o Van Gogh é uma conta de bacana no Santander, né? Upalelê, quanta sabedoria. Finalizando cito uma estória antiga vivida por mim no ônibus da antiga CMTC, hoje SPTrans, que possuía uma linha circular chamada de Estações, números 45 e 46, ambos que circulavam em sentido contrário passando pelas estações da antiga Rodoviária, hoje cracolândia na região central, Júlio Prestes, Luz, descia a rua das noivas, cruzava a rua Oriente e indo até o Brás na estação Roosevelt (sabem quem foi?), no Largo da Concórdia e subia novamente as ruas da região do Mercado Central, atingindo a avenida Ipiranga e seguindo até o Largo do Arouche e voltava através da avenida Duque de Caxias (de novo pergunto quem foi?) e repetia o caminho circular. Porém certo dia lá dentro do ônibus, ouvi um molequinho, que vendo aquele monumento enorme e frondoso erguido em homenagem a Caxias, na avenida Rio Branco com a avenida Duque de Caxias, gritou para que todos o ouvissem: " Mãe, olha o Zorro!" E esta envergonhada, o corrigiu prontamente: – Cala boca, menino não tá vendo que é o D. Pedro!
É! O tempo passou e muita coisa continua na mesma. 
A população elegeu maciçamente o comediante Tiririca.

Um comentário:

  1. Infelizmente esta é a educação dos jovens hoje. O importante é o TER e não o SER.
    Os pais se preocupam em compensar sua presença com tecnologia cada vez mais avançada, e não em aproveitar seu parco tempo livre com a cultura. O presente hoje é um celular d ultima geração e não um bom livro que jamais será substituído por outro mais novo. Que pena !

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