sábado, 9 de agosto de 2014

Dia dos Pais, com ele ausente, dói mais. Acreditem!

Os meus 56 Dias dos Pais. 
Ao lado de meu querido pai foram provavelmente uns 18. Ainda estava em casa, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
Depois quando sai em 1970, São Carlos um ano (o primeiro), depois São Paulo até hoje, foram, enquanto ele era vivo, uns 36 ou 37 anos, encerrados em 2008. Durante este período, pouquíssimos segundos domingos do mês de agosto pude estar junto dele, em casa (lá em Rio Preto), ou ele aqui em Sampa. Na maioria das vezes o telefone era o nosso elo. Poucas palavras, pois a emoção tomava conta e não conseguia completar o discurso, ou as lágrimas molhavam o bocal, ou as mãos trêmulas não conseguiam segurar o aparelho, enfim algumas coisas me atrapalhavam a completar a missão de cumprimentá-lo. Houve uma época que eu enviava cartões de felicitações, mas se atrasasse ou chegasse cedo, lá eu ia telefonar. Ou reafirmava o que havia escrito ou justificava o atraso da entrega. Não me lembro do primeiro Dia dos Pais, mas jamais me esquecerei do último ou o que deveria ser o último. Explico: não houve tempo de comemorar o último. Ele veio a falecer a 2 de julho, um mês antes. Portanto o último tinha sido quase um ano antes em 2007, e foi por telefone. 
Pai! O que dizer hoje? Passados esses anos (sete) sem a tua presença. Só lembranças. E lembranças que ainda doem. Sinto muito a tua falta. A tua ausência. Volta e meia me pego escrevendo sobre você. Postando fotos tua do tempo que era político, dirigente esportivo, diretor do serviço de trânsito, da Prefeitura, dos amigos leais. Quando se fala em coerência, atitudes, retidão, me pego citando o teu exemplo. Quando se fala em um pai dedicado a família, pai educador, pai incentivador, pai zeloso com o filho doente, homem de exemplo firme na conduta com os amigos, parceiros políticos, pessoa dedicada à cidadania, me pego falando sempre de você, paizão!
Penso tanto em você que me lembro da poesia de Carlos Drummond de Andrade: 
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim. 

Então, neste final de semana vamos para mais um segundo domingo do mês de agosto. Mais um Dia dos Pais. Eu volto a chorar. Volto a lhe dizer que "naquela mesa está faltando ele, a saudade dele está doendo em mim" - (Sérgio Bittencourt, música feita para o seu pai, Jacob do Bandolim).

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