quinta-feira, 1 de maio de 2014

O Ayrton Senna da Silva que eu conheci.


Hoje 1o. de maio de 2014, acordo depois de passar quase a semana inteira acompanhando as reportagens sobre os 20 anos da morte de Ayrton Senna. A última ontem, dia 30 no SBT vi a matéria do Cabrini, que segundo algumas pessoas do círculo íntimo do Ayrton, era o repórter mais próximo dele. Fui dormir e sonhei de novo com aquele herói brasileiro que me fez fazer do horário das nove horas de domingo, o mais importante de minha vida. Tanto que as corridas no lado de cá do continente  americano, como Canadá, EUA, Brasil e Argentina, que era às 14 horas, não fosse tão importante, faltava algo, pois as manhãs vinham acompanhadas de pijama e um café super rápido. Acordo hoje cedo, depois de uma noite mal dormida, minhas pedras nos rins me maltratam, depois de sonhar com o Ayrton, ligo a TV e vejo no SporTV2 a sensacional corrida de Portugal, 21 de Abril de 1985 e vejo o carro número 12 da Lótus preta e dourada, singrando aquela pista molhada de cabo a rabo, o nosso herói vencer o grande prêmio e Ayrton ganha a primeira corrida de sua vida debaixo de um temporal. Não pude deixar de entrar no túnel do tempo e sentir as mesmas emoções. Vi um Galvão Bueno mais comedido, narrando simplesmente a corrida. O Reginaldo Leme meio inseguro nos comentários. Vi nomes de escuderias que não mais fazem parte do nosso dia a dia como, Tyrrel, Alfa Romeo, Ligier, Brabham, Arrows, marcas de produtos como Olivetti, Longines, Elf, Olympus, e por aí vai. Nomes de pilotos como Michele Alboreto da Ferrari, Patrick Tambay, Elio de Angelis, Nigel Mansell, Stefan Bellof, Derek Warwick, Stefan Johansson, Niki Lauda e Alain Prost na época a dupla da McLaren, Andrea de Cesaris, Nelson Piquet na Brabham, Thierry Boutsen, Martin Brundle, Keke Rosberg, Jacques Laffite, René Arnoux e Gerhard Berger no começo de carreira. 
Fiquei sentado no sofá (de pijama) e vibrei da mesma maneira como de há quase 30 anos.
E chorei como há exatos 20 anos. Lembro-me como se fosse hoje. Fiquei apreensivo com as notícias de 
sexta-feira nos treinos quando o Robinho decolou com a sua Jordan, no sábado não acreditei na morte do piloto Ratzenberger, e neste dia fui numa agência de um amigo buscar os vouchers, pois naquele sábado à noite iria viajar pela United para Oceania, Nova Zelândia e Austrália, com um pit stop na costa oeste, Los Angeles na ida e San Francisco na volta. 
Viajei a noite de sábado para domingo, parte do dia e quando cheguei em L. Angeles, a primeira coisa que fiz foi ligar para o Brasil e saber do resultado. Eram 12 horas, horário local e quase cinco da tarde aqui. Minha sogra foi lacônica. – O Senna morreu. Largei o telefone público no aeroporto, minha esposa na época, ao ver a cena, pensou em algo terrível, talvez com alguém da família. Pegou o telefone que eu deixei cair e perguntou para mãe dela, o que havia acontecido, e ela repetiu o que havia dito para mim. Caímos num choro interminável. Recebi pêsames de todas as pessoas que viram o nosso estado emocional. O curioso foi quando cheguei em Sydney, o funcionário da alfândega ao ver o meus documentos, lamentou a perda do Ayrton dizendo: The greatest F1 driver in the world. My condolences. Era isso aí. Ayrton Senna da Silva era nosso ente querido, aliás sempre será. Que seja eterno, Beco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário