sexta-feira, 28 de março de 2014

Você segue as regras?

O cotidiano e o tal do by the book.
O termo cotidiano significa aquilo que é habitual ao ser humano, ou seja, está presente na vivência do dia-a-dia. Cotidiano também pode indicar o tempo no qual se dá a vivência de um ser humano; também pode indicar a relação espaço-temporal na qual se dá essa vivência.
Tenho relatado muitas experiências por ser usuário dos transportes públicos urbanos onde a grande massa se vale.
Utilizo mais o Metrô, a Praça da República fica há menos de cinco minutos do local de meu trabalho (até o próximo dia 30 de abril ficarei na GAP), mas nesses últimos 13 anos me vali muito deste transporte coletivo.
Ora uso ônibus, o terminal da Lapa fica também há cinco minutos à pé de minha residência. Desde quando fui morar lá a partir do ano de 2009. O trem da CPTM também uso de vez em quando, desço no Metrô Barra Funda, baldeio e sigo para as plataformas de trens. Tudo num só local. O ponto da estação da Lapa é ao lado do Terminal de ônibus. Tudo junto e misturado. E às vezes quando viajo de avião saindo por Guarulhos, uso o shutlle que circula pela Barra Funda ou Praça da República. Táxi nem sempre, porém a serviço da empresa, me valho muitas vezes. Estou dizendo tudo isso, por uma simples razão. Andar de transporte público me dá muitas estórias do cotidiano, me enriquece na parte humana, me mostra contrastes do cotidiano e isso me deixa muito vivo, deveras muito vivo. O que presencio é enriquecedor. Vou contar algumas delas. Vou separar. Chamarei de viagens de ônibus primeiramente, depois de viagens de táxi, viagens de Metrô e viagens de trem. Todos sabem do meu acidente no ônibus da Itapemirim. Deveria ter medo, né? Pois então, não me importo e viajo sempre para S. J. do Rio Preto com a Viação Cometa. Às vezes pego avião. Viajo de TAM, quase sempre, pois tentei de Azul e Passaredo, mas não há saídas por Congonhas. Gosto de ir à noite, geralmente no último voo na última sexta-feira do mês. A TAM tem o melhor horário.
Mas voltando ao assunto transportes rodoviários. Vi nessa última viagem, voltando de Rio Preto um pequeno tumulto causando por uma família notadamente de pessoas simples. É sabido que se deve preencher os dados pessoais no corpo dos bilhetes rodoviários. Inclusive os aéreos também. Lá estão os campos; nome, endereço, telefone e número do documento de identidade. Pois então, uma família toda, composta por pai, mãe e quatro crianças pequenas, suponho que a menina tivesse uns dez anos, e os três guris, com aproximadamente sete, o maior, uns cinco o do meio e o menor talvez uns três anos. Nenhum dos bilhetes estava preenchido. Nem eles, os menores, estavam portando documentos de identidade. E o que aconteceu? Em pleno horário de saída do ônibus, um dilema se formou. - Ninguém viaja sem documento! – brada o motorista, todo cheio de razão, seguindo o tal "by the book". O fiscal da rodoviária, pede maior agilidade, pois a plataforma deve ser desocupada, pois existem outros ônibus de outras companhias querendo estacionar e pegar os passageiros, e assim seguir a rotina de uma estação terminal de ônibus, popularmente chamada de rodoviária.
O que fazer? Os outros passageiros querendo sair logo, tem horário para chegar, gente que vem buscar no destino final, trânsito e congestionamentos na estrada podem atrapalhar. E aí. Vamos sair ou não? Depois de um momento conturbado, o bom senso impera. A mãe preenche toda zelosa as seis passagens. Fala ao pé do ouvido do motorista, este sorri e lá vamos nós. O que será que ela balbuciou? O pai as pegas bagagens, as despacha e volta passando pelo corredor, encaminhando a prole toda, se acomodam lá no fundo do ônibus. E eu sentado bem na frente, poltrona de número 04, fico curioso tentando ouvir o que rola lá fundo.
Chegamos em S. Paulo, já é noite e eu desço na primeira parada, antes da rodoviária, num posto da polícia perto da ponte do Piqueri na Marginal Tietê, lá minha esposa me aguardava e seguimos para casa.
– Mas o que a tal mulher falou pro motorista, hem? E assim a vida segue.Todos chegaram sãos e salvos.

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