quarta-feira, 26 de março de 2014

Oi, eu vivo na caixa, é claro.

Marcas originais X nomes de domínio público, quem vence?
Programa Hoje em Dia (Record) com o patrocínio da Vivo, o repórter Celso Zucatelli pergunta pra sua colega, Chris Flores no estúdio, se ela sabia da promoção, e a mesma responde: – Claro! 
Nomes substantivos e/ou adjetivos são geralmente confundidos com a palavra no sentido literal. Mas apesar de serem nomes comuns, são marcas registradas. Caixa, Vivo, Oi, Claro, Gina, Cisne, Puma, Sadia, Seara, Vânia, Mônica, Magali, são nomes que se confrontam com marcas como Bradesco, TIM, HSBC, Adidas, Nike, etc.
Vocês se lembram daquela montadora chinesa que veio para o Brasil com o nome de Chana Motors? Teve que mudar para Chang depois de muita gozação. São furos de marketing.

Quem estuda, cria e trabalha em branding adora cases especiais. Afinal marcas são identidades formais da imagem corporativa de instituições, empresas globais ou nacionais de porte.
Se formos analisar os nomes em outras línguas, aí a coisa complica. Apple, Good Year, Shell, Hering, Windows, Playboy podem fazer parte de alguma construção gramatical e confundir algum interlocutor. – I bougth an apple. O que se comprou? A fruta, o celular ou o tablet?
Mas brincadeiras à parte, vamos às marcas. Por que o resto é hábito que às vezes nos leva ao equívoco, tema do nosso título, é claro que eu tenho um vivo.
A questão de mexer com marcas leva ao fato de se fazer a gestão de vários sistemas interdisciplinares que visam o estabelecimento de imagens, percepções e associações com as quais o consumidor se relaciona com um produto ou empresa. 
O guru Marc Gobé, fundador da Emotional Branding e autor do livro A Emoção das Marcas, acredita que a publicidade tradicional passa por um momento de transformação. Se antes ela representava a ponta final da comunicação com o público, hoje ela indica apenas o início da conversação.
Hoje o consumidor exibe o status do bem adquirido e interage com o produto, a marca, notem os usuários de produtos Apple. Aquele consumidor que vai até o Starbucks e faz um selfie com o nome dele no copo. Isso é marketing de conteúdo. Hoje a web veicula isso e transforma o mundo numa aldeia global*.
* O conceito de "aldeia global", criado nos anos 70 pelo sociólogo canadense Marshall McLuhan, quer dizer que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia. McLuhan foi o primeiro filósofo das transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações.
Separei algumas marcas do tipo nomes comuns, além das citadas anteriormente na introdução, sem a preocupação metodológica de um expert, porém para apenas os desavisados e curiosos notarem e na próxima vez tomar o cuidado para não escorregar na Hellmann's.
Marcas conhecidas com nome de domínio público: Natura, Gol, Terra, Abril, Perdigão, Porcão, Fogo de Chão, Globo, Tic-Tac, Pão de Açúcar, Fogo de Chão, Havaianas, Doriana, Amélia, Corona, Condor, Esfera, Jesus, Confiança, Pague menos, Azul, Invicto, Tatú, Peixe Urbano, Maestro, Moça, 3 Fazendas, 51, Cavalinho.  

Nota de rodapé: Tudo isso foi movido pelo fato de ter ouvido aquela conversa um tanto descuidada do programa na televisão e também porque hoje li uma matéria no New York Times sobre o design americano Milton Glaser com 83 anos (foi minha fonte de inspiração no tempo de estudante na ESPM) e ainda trabalhando em sua prancheta. 
Isso é que me dá força para continuar. A você Milton, peço sua benção, a você toda a minha reverência e fé. Para quem não o conhece, foi quem criou a marca "I love NY" até hoje uma das maiores obras mundiais de um publicitário.

Link do Milton no NYTimes  
http://www.nytimes.com/2014/03/07/arts/design/mad-men-enlists-the-graphics-guru-milton-glaser.html?_r=0

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