terça-feira, 18 de março de 2014

Meu louvor a São José.


Dia de São José - 19 de março.
Apesar da minha descendência árabe por parte de pai e meio espanhola e meio portuguesa por parte de minha mãe, desde criança fui criado em lar cristão, e por força de minha época de estudo ter aulas de religião em escola estadual, acabei fazendo primeira comunhão e seguir a Igreja Católica Apostólica Romana. Nasci em S. José do Rio Preto, e desde guri me acostumei com as festas do padroeiro da cidade, dai a forte predileção por São José, sem no entanto ser seu devoto. Deveria ser do outro santo, o São Jorge, cassado por Paulo VI. Porém nutro uma devoção especial por São José e o motivo não é apenas religioso. É por causa de uma guloseima italiana de nome Zeppole*. Na década de 90 conheci esta delícia na Doceria Confital na Avenida Brigadeiro Luís Antonio com rua Major Diogo, em frente o antigo Hotel Danúbio, na Bela Vista. E além do prazer de degustar o doce, Zeppole, fiquei apaixonado pela história que cerca o doce italiano e sua comercialização. 
Na Confital só havia uma fornada do doce. Vendeu, acabou! Acabou mesmo. Se quiser mais, só no próximo ano. Por isso os fregueses levavam de baciada. E eu por ser néscio no assunto, comi apenas um.  Dolorosamente fiquei sabendo que havia acabado naquela tarde, quando voltei para comprar mais uns. Mas foi o suficiente para me apaixonar. Ficou a lembrança e esperança para o ano acabar logo e a torcida para o ano começar já em março. Contava os dias, sonhava com aqueles doces chamados com nome estranho, Zeppole.
Os anos foram sucedendo e lá ia no dia 19 de março comprar uma dúzia, logo cedinho. Me garantia. Porém numa bela manhã de 19 de março, estaciono, saio do carro na rua Major Diogo. Sigo para esquina, e tenho um tremendo susto. 
A doceria havia fechado (veja a foto). O que houve? Afinal eu passava por lá uma vez por ano. E no intervalo de 365 dias muita coisa acontece. E aconteceu. A Confital fechou!. Lá vai o desânimo em pessoa. Uma tremenda frustração. Onde é que eu vou encontrar o doce Zepolle? Fiquei a ver navios um bom tempo. 
Em 2006, passando por acaso na avenida Vieira de Carvalho, entro num local tipo praça de alimentação e logo na entrada observo a doceria Dulca, creio que era dia 16 ou 17 de março, vejo um cartazete no balcão de doces e salgados. Dizia "Dia 19 de março, dia de São José. Temos Zepolle. Compre aqui". Loucura, voltou tudo! Babei, estrebuchei, chorei, ri, enfim depois da excitação veio a pergunta. – Quando? Como faço? Deixo pago, agora? Devo encomendar? Resposta lacônica. – Venha comprar, mas venha cedo. Não é preciso dizer o que fiz. Anos mais tarde a situação muda. Já nos dias próximos da data santa estão à venda e duram até alguns dias após o aniversário de São José, benditas fornadas e isso perdura até hoje. Graças a Deus, graças a São José. Viva São José.
Ah, tem uma outra história de devoção por São José e é sobre comida mais uma vez. É a Festa de São José na Vila Zelina. Mas isso é motivo para outro post. Hoje já estou com a água boca, afinal amanhã é dia de comer Zepolle.
*A zeppola (singular de zeppole) ou, alternativamente, zeppoli, bolo de São José ou Bignè di S. Giuseppe, é um pastel de massa folha típico das regiões de Roma e Nápoles. Também servido na Sicília, o doce é um típico artigo de pastelaria da cozinha italiana.

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