quinta-feira, 13 de março de 2014

Comida em lugares antigos, um prato cheio.

Restaurantes na região em que trabalho há mais de 40 anos.
Está aí uma coisa espetacular. Os nossos restaurantes, lanchonetes, bares e cafés da nossa região central. Circulo na região desde os anos 70, quando cheguei do interior e fui morar no Bloco D do Edifício Copan.
De lá pra cá, nunca deixei essa região central. Quer para morar, quer para trabalhar e às vezes quando fui morar e trabalhar em outros bairros de Sampa, nunca deixei de vir até essa parte exótica e surpreendente da vida paulistana.
Sempre estive entre o quadrilátero cercado pelas praças da República, Roosevelt, Dom José Gaspar; entre o Largo do Paissandu, Largo do Arouche; os viadutos Major Quedinho, Do Chá, Santa Efigênia e as avenidas S. João, Duque de Caxias, Rio Branco, Ipiranga,  Consolação, Brigadeiro Luis Antonio e Elevado Costa e Silva. Neste emaranhado de vias e viadutos. Nos quase cinco ou seis quilômetros de perímetro, temos preciosidades como o Bauru do Ponto Chic, o chopp do Bar Léo, a Rabada do Marajá, a Feijoada e o Nhoque da Fortuna do Gato que Ri. 
Também encontramos os pratos da culinária italiana do Carlino, Gigetto, Famiglia Mancini e Circolo Italiano. As churrascarias de preços nunca abusivos como Churrasqueto (tão longevo quanto o Carlino) e Boi na Brasa. 
Dos novos como o Bar da Da. Onça, a invasão dos japas, o Bistrô fundado pelo nosso amigo Eduardo Bittencourt, aos vegetarianos Apfel e Nutrisom. 
As praças de alimentação da Vieira, antigo espaço da confeitaria Dulca, temos uma meia dúzia de self-service, essa moda que acabou com o charme dos restaurantes de guardanapo de pano e garçons impecavelmente vestidos de branco.
Dos mais antigos como La Casserole e Bar Brahma e os extintos como Um, Dois, Feijão com Arroz, Parreirinha, Paddock, Franciscano, Café Vienense, Leiteria Suíça, Eduardo's, Bar Cinzano, Baiúca, Massa D'oro, Jack in the Box, Costa do Sol, Casa Ricardo, Ferro's Bar e Snoopy (point de LGBT), Cantina Amico Piolin, Salada Record, Café Mocambo, o 1o. em servir café expresso. O Galeto's e o Rubaiyat que mudaram para outras regiões.
Dos sobreviventes como o Estadão, o melhor sanduíche de pernil do mundo, Marajá, Paribar, Chamon, Sujinho, Califórnia, Da Giovanni, Planeta's, Almanara, Amigo Leal, Bar Léo e alguns botecos com serviço nota 10.  
Dos étnicos como Rinconzito Peruano, o Biyou'z (africano), La Farina, Habib Ali, todos entre as avenidas S. João e Rio Branco, próximos da famigerada região da cracolândia.  
Os que ocuparam pontos de antigos restaurantes como o Chopp Escuro, 7 Grill, os renovados Chamon e Paribar, do Planeta's, Almarara, Da Giovanni, Califórnia, que continuaram nos mesmo locais.
Como esquecer dos cafés, como o Canelinha na D. José, do Tiradentes (Copan), do Magrão na Marconi e outros novos, Suplicy na praça da Biblioteca e outra infinidade nos quatro cantos da Av. S. Luís. 
Pois é, nestes 44 anos que circulei nesta cidade, sinto que muita coisa mudou, mas nada mudou no sentido que a cada dia, a cada semana, a cada mês e a cada ano, a vida se renovou mesmo ficando no mesmo lugar.  
A metamorfose ambulante passeia em nossas mentes. E a gente lembra que vai envelhecendo, mas nunca ficando velho.  
(Reprodução)

Nenhum comentário:

Postar um comentário