quinta-feira, 16 de março de 2023

Senta que lá vem história.

Muitos já me conhecem em meus posts, tipo crônica do cotidiano. Já escrevi quase uma dezena sobre as situações que ocorrem no transporte público, via de regra em ônibus, já que uso mais vezes do que o Metrô, trens da CPTM e carros por aplicativo.

O que se passa nos ônibus, é digno de um roteiro para novelas, a cada viagem observo tudo, pois minhas viagens, do bairro da Lapa até o ponto final no centro da cidade, tem pelo menos, 10/15 pontos e durante 30/45 minutos tudo me fascina. Não é rotina. A cada passageiro, a cada um que sobe ou desce, tudo pode acontecer. Surpresas boas ou decepção geral. 


Há um tempo, já não relato “novidades”, as tais surpresas das quais eu tenho citado. Atualmente, como já se fez um hábito. Almoço com alguns amigos a cada semana ou quinzena. Esses velhos colegas, de empresa, ou parceiros de trabalho no segmento do turismo e outros amigos que a vida me apresentou. Sempre escolho um dia da semana para nos encontrarmos e falar sobre as novidades e porque não, relembrarmos de antigas situações da rotina do nosso antigo trabalho.


Marcos, Paulo, Dênis, Roberto, Luiz, Héctor, Rafael, Rogério, Oscar e outros mais, são os caras que me atualizam sobre o trade do turismo. Eles ainda permanecem trabalhando já todos são bem mais novos do que eu. É a hora do mestre, como eles me chamam, reaprender com os pupilos. 

É, a vida dá voltas. E isso é maravilhoso. Muito rico. É o maior combustível que poderia ser utilizado. Sou muito grato. 





Como havia dito. Utilizo os ônibus. Às vezes, o caminho de volta também é através de ônibus. E acabo pegando em pontos específicos. Às vezes no ponto inicial no centro velho de Sampa. Outras vezes, como neste dia de hoje, em um ponto próximo do escritório do amigo, Dênis. Rua Rego Freitas, próximo da rua da Consolação e da Igreja de Na. Sra. do mesmo nome. Ônibus de número 879A - Perdizes. Os horários em que adentro neste ônibus são sempre os mesmos. Após o almoço, ainda paramos para um café na região da Av. Ipiranga e Av. 

S. Luís. Depois seguimos a pé e finalizamos os papos que inicialmente começaram antes de chegarmos aos restaurantes. Aliás uma coisa que sinto, é a saudade da qualidade dos restaurantes e cafés desta área em que atuei e permaneci por anos. Creio que primeiramente de 1984 a 1989 e depois no meu retorno no turismo em 2001 até 2014, ocasião em que acabei me afastando do trabalho diário e fixo.


Por ser quase sempre no mesmo horário, notei como de outras vezes, que o motorista parava num determinado lugar, abria a porta da frente sem ser para descer algum passageiro. E quem descia era a cobradora. Aquela mesma que vi em outras oportunidades. Só que hoje, desconfiado fui ver o que se passava, pois após alguns minutos, ela voltava com dois copos de plásticos com café. Assim, beberam aquele gole quentinho e seguiram a viagem.


Não sei se isso é permitido ou comum para outros motoristas e/ou cobradores. Mas no mínimo é interessante ou curioso. Me lembrei da caminhada que fiz com meu amigo, depois de almoçar e seguir de volta. Eu e meu amigo, privilegiados com tempo para parar num café cheio de gente bonita, café acompanhando de um petit four, água gaseificada, um naco de sorvete ou um teco de chocolate. Do outro lado, um motorista de ônibus sujeito ao stress diário do tráfego, buzina de carros, desvios de motoqueiros costurando as faixas, passageiros mal educados, nervosos ou revoltados que acabam descarregando no pobre profissional, que arrumou um jeito diferente e inusitado de saborear “um momento único”, ali naquele trecho da viagem. 


Saúdo essa atitude dele e de sua parceira de trabalho, a cobradora. Peço por mais “jeitinhos” de se relaxar nos caminhos destas estradas de Sampa. Outro dia vimos um motorista vestido de Papai Noel, dirigindo um ônibus caracterizado com o tema natalino. E foi despedido por pura intransigência regulamentar das empresas que se preocupam em cumprir determinações ultrapassadas. 


Precisamos caminhar com olhares cheios de ternura. Eu vi duas pessoas especiais neste dia de hoje. Eles me fizeram sorrir. Gostei.

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