sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Quem é campeão, mesmo?

 Certificado de garantia de produto.

Lá está estabelecido que existe a certificação da origem de tudo. Da criação até a finalização propriamente dita. É assim a existência de uma representação de algo que será realizado. Por exemplo, quando o desportista europeu, Jules Rimet, francês, idealizou um torneio de repercussão mundial, inspirado nos Jogos Olímpicos de 1928, e que mais tarde foi chamado de Campeonato Mundial de seleções das nações com a Taça de Ouro puro. A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930, no Uruguai. O então presidente da Federação, Jules Rimet, ordenou que fosse feito um troféu, em ouro. Para a confecção da taça Coupe du Monde foi contratado o artesão francês Abel Lafleur, ficando pronta em abril de 1929. Nesta oportunidade ficou estabelecido que a seleção que vencesse três vezes, ficaria com o troféu em definitivo. Fomos tri-campeões, com conquistas em 1958, 1962 e 1970. 


Encurtando essa breve história, uso esse fato futebolística para ilustrar o que chamo de critério genuíno de origem, regulamento,  planejamento e finalização. Digo isso e rogo aos torcedores que vivem de ilusões de campeonatos ou torneios conquistados. Será que todos esses campeonatos tiveram origem, regulamento, planejamento e execução?


Os campeonatos dos estados como o paulista de futebol, tiveram várias taças. O nome original não mudou, mas os troféus, sofreram muitas alterações e mudanças. Numa rápida pincelada lembro de algumas, porém parece que foram 8 modelos. Mas uma coisa é certa. O campeão que recebeu o troféu, foi considerado o campeão daquele ano. Esse é o registro. Tem origem. 


O pano de fundo que desejo esclarecer é que se formos considerar que tudo tem origem, o regulamento é feito pela entidade desportiva. O tal pai, o criador. Quem criou a Copa do mundo? Foi a FIFA. Quem criou o campeonato paulista? Foi a FPF. Entidades fundadas, com estatutos, regulamentação e outros penduricalhos de praxe. Quem fundou a Conmebol? Foram as confederações de futebol da América do Sul, assim como as mesmas confederações europeias, fundaram a UEFA. A Concacaf nas Américas do Norte, Central e Caribe. Segue-se as outras, africana, asiática e oceânica.


Consideramos que os eventos esportivos realizados por estas entidades, são torneios oficiais e tais quais com origens, regulamentos, planejamentos e realização, aprovadas por dirigentes destas entidades. E o que é mais importante, o aspecto da continuidade. Torneios e campeonatos possuem continuidade, sequências, anuais, bi-anuais, de quatro em quatro, caso das Olimpíadas e Campeonatos Mundiais de seleções e clubes. E mais ainda, se perpetuam. As Olimpíadas criadas em 1.900 só foram interrompidas pelas guerras mundiais, assim com a Copa do Mundo na 2a. Grande Guerra. 




Seguindo esse raciocínio, chego até um evento esportivo, realizado no Brasil, precisamente no Rio de Janeiro. Os dirigentes do futebol Brasil, cariocas da antiga CBF, hoje CBF, decepcionados com a derrota do Brasil no Mundial de 1.950, criaram a tal Copa Rio no ano seguinte do vergonhoso “maracanazzo”. Um torneio meia-boca de clubes. E o time do Palmeiras venceu. Em seguida, nos anos seguintes tivemos o Fluminense em 52, Vasco da Gama em 53, o Corinthians em 54 e o S.Paulo em 55. 

Depois teve a sua continuidade interrompida retornando em 1.960 com Bangú e 62 com o América FC do Rio. Nunca mais realizaram esse torneio sem o menor prestígio e respeito internacional. 


Os campeonatos continentais que sempre permaneceram ativos todos os anos, foram a Libertadores da América e a Champions na Europa. Sequência e continuidade com grandes clubes se tornando campeões. Inclusive com a gravação dos campeões através de placas no suporte da taça e nada de ficar com a posse definitiva do troféu. Apenas sua exposição anual e uma réplica em definitivo para a galeria.


Nos anos 60, surgiu um torneio entre os campeões dos dois mais importantes campeonatos entre países sul-americanos e europeus. De 1960 até 1979, a competição foi organizada por meio de uma parceria entre UEFA e CONMEBOL e os jogos eram disputados nos países dos respectivos campeões continentais, em dois jogos, no sistema de ida-e-volta. Chamavam esse torneio por vários nomes. A saber, Taça Intercontinental, Torneio entre os campeões da Conmebol e UEFA, Taça Europeia/Sul-Americana. E mais tarde com apenas um jogo, a Copa Toyota, realizada sempre no Japão.


Por isso tudo, finalizo perguntando: devemos considerar a seleção do Uruguai tri-campeã mundial? Afinal ela conquistou o Torneio Mundialito organizado pela FIFA em 1.980, quando se comemorava os Cinquentenário dos Campeonatos Mundiais.

E esse raciocínio serve para a Copa Rio. Será que devemos considerar os campeões deste torneio, campeões mundiais de clubes? A resposta fica com vocês, torcedores. Há divergências, muitos não consideram, porém alguns não, principalmente os uruguaios. Ah, os palmeirenses também.

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