segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Avenida S. Luiz, a meca das Cias Aéreas.

Nos nos 70/80, bastava passar nos poucos 500 metros da avenida S. Luiz, no centro de Sampa que você poderia estar a um passo do mundo.

Lá estavam as lojas das maiores Cias. Aéreas do Brasil e do mundo. Bastava entrar e escolher o destino, pagar embarcar e pronto. Os voos saiam do nosso e tradicional Congonhas na zona sul, o de Guarulhos não estava nem em projeto. Mais tarde, alguns viriam a voar de Viracopos em Campinas.
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Pelo Brasil poderíamos nos servir da saudosas Cias. Aéreas como Varig, Rio Sul, Vasp, Cruzeiro do Sul e TransBrasil. Pelas estrangeiras lá estavam com lojas imensas e lado a lado. Air France, Alitalia, LAB (Lloyd Aéreo Boliviano) se não me engano no mesmo local que tinha a loja da Braniff (empresa americana extinta), Aerolíneas Argentinas, TAP, KLM, Lufthansa, Lan Chile e Swiss.
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Próximo do cruzamento com a avenida Ipiranga e S. Luiz, do lado oposto ao edifício Itália, encontrava-se a loja da British Caledonian, que mais tarde viria a ser a British Airways. 
Por ser a mega das Cias Aéreas, as agências também fincaram-se nas imediações. Desde as poderosas operadoras Stela Barros, Nacional, Dimensão, Monarck, Ati, Panexpress, Casa Faro, etc... Também as locadoras, lojas de Seguro-Viagem e câmbio completavam as opções para os passageiros.

O grande ponto de convergência foi o moderno edifício, lançado em 1962, que tinha como novidade um enorme centro de compras com lojas de todos os tamanhos e restaurantes, além de uma cinema. A Galeria Metrópole era essa referência que permanece até hoje, bem ao lado da Praça D. José Gaspar, praça esta, com a maior biblioteca de América Latina, a biblioteca municipal Mário de Andrade.

Do outro lado da avenida, o Hotel Eldorado dava um toque de luxo, hoje está com outra administração e outro nome, creio que chama-se Boulevard e também o edifício garagem Zarvos com muitas lojas, lanchonetes, cafeterias e livraria, completava o quadrado mágico da meca do trade turístico da região.
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Esse núcleo de não mais de mil metros de raio, faziam S. Paulo exalar um cheiro europeu nas imediações. Hoje, por causa da degradação do centro, cruzamos com mais gente marginalizada nas cercanias da praça e a decadência do local, com poucas lojas e restaurantes de Self-service.

Hoje triste pelo fato de ter vivido uma época de ouro, de charme, quando S. Paulo era a meca de grandes empresas aéreas brasileiras, onde a concorrência era sadia, onde as pessoas se vestiam de forma elegante, respeitavam uma as outras, pois erguia-se o chapéu para cumprimentar as outras. Quantas vezes se cruzava com pessoas vestidas com sobretudo, guarda-chuvas empunhadas como bengalas e sapatos de cromo alemão legítimo, devidamente lustrados pelas engraxates que ainda permanecem espalhados por lá.

Feliz por ter essas lembranças e imaginar como seria comentado nas redes sociais de hoje aquela musiquinha da propaganda de rádio, que dizia: "Voe pela Cruzeiro do Sul. Estamos na Avenida S. Luiz em frente a Varig, Varig, Varig". Os memes seriam difundidos com grande maldade, não é? 
Até a próxima, amigos.

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