domingo, 24 de julho de 2016

Resgatar o passado é bom? Há controvérsias.

Desde que comecei a publicar as minhas memórias do período em que fui professor universitário, intitulando a série como, "Resgates de Atos do Passado', muitos amigos, amigos estes da época recente, não faziam ideia do período em que ministrei aulas.

Está sendo muito estimulante para mim. Não dimensionei que esses relatos fariam tamanho sucesso. O que imaginei ser uma espécie de desabafo ou registros de atitudes, que por sinal, hoje as reprovo, viriam a ser comentadas e de certo modo, virarem temas para discussões.
Pode o professor universitário, com formação mais elaborada se tornar um sujeito cruel? Perseguir aluno é um ato repugnante e como tal deve ser banido do nobre ato de ensinar. Pois é, naquele tempo não haviam Redes Sociais, o tal politicamente correto e outros. 
E se fosse hoje? Bem, com a experiência de vida de hoje, não cometeria nenhuma daquelas atitudes de represálias e/ou acossamentos. 

Mas voltemos ao passado. Não agi somente de forma autoritária. Notem que em meus relatos sempre tirei uma lição, mesmo cometendo atitudes não tão recomendáveis. Busquei o lado positivo, mesmo agindo de maneira rude.

A Sandra, que outrora foi penalizada com notas baixas a ponto de ter que sair do curso e faculdade, mudou seu entendimento de vida após estudar noutro país. Às vezes sair da zona de conforto, acaba transformando aquela pessoa, lhe proporcionando outras descobertas.

Exemplos de humildade e paciência ao próximo, transformam o interlocutor, no caso do ex-aluno Severo, que ficava bebendo no bar e jogando truco. No caso da ex-aluna, Lucy, foi perseguição mesmo. Me arrependo. 

Mas tivemos outras passagens boas. Por exemplo, fui convidado a ser padrinho de casamento de um casal de alunos, Jânio e Rita. E a coisa ficou tão séria que fui convidado a ser padrinho de batismo da criança, Leonardo, que nasceu daquela união. Fui convidado a ser paraninfo da turma de PP dos cursos da manhã e noturno na Metodista.

Me casei duas vezes com alunas que frequentavam as minhas aulas. Brinco com as pessoas dizendo, que se continuasse a lecionar, estaria fazendo rodízio de casamentos. Ainda bem que, após o segundo casamento, larguei as aulas e não a aluna (risos).
Amigos da Abras. A Soninha está à frente.

Criei uma boa relação com ex-alunos. Sou amigo de muitos até hoje, em especial um casal encantador, Felipe e Sandra. Fundei com ele, Felipe Marques, um estúdio de arte, Kyron, que hoje poderíamos considerar um escritório de web-design. Sonia Salgueiro, jornalista, chegamos a trabalhar juntos por vários anos na redação da revista SuperHiper, da Abras. E hoje, nos encontramos algumas vezes com os ex-colegas da Abras para relembrarmos aquela época e jogar conversa fora em botecos espalhados por S. Paulo.

Às vezes cruzo com ex-professores pelas ruas de Sampa. É o caso do professor Mário, da Fiam, um dos mais antigos. Colegas da Metodista ainda cruzam comigo em restaurantes, museus, teatros, etc...Caso do Fernandy Ito, responsável por me levar na Metodista. Gylmar Godoy, que começou como monitor e foi efetivado mais tarde como professor. 

Criei a figura do monitor de classe na Fiam/FMU, quando ainda não era chamado de professor-auxiliar, que mais tarde foi oficializado desta forma. A função não era remunerada, mas sempre estava lá me ajudando e super motivado. Foi o caso de um ex-aluno e amigo, José Abdo. Anos mais tarde, o vi na Câmara Municipal da cidade de S. Paulo, como assessor parlamentar.

Criei há mais de 30 anos na Metodista, juntamente com os professores Antônio Moura e Rogério Cadengue, um jornal experimental, 'O Rudge Ramos', uma espécie de jornal laboratório para os alunos do curso de jornalismo, hoje jornal de circulação na cidade e com uma versão on-line. 
Reprodução

Passaram por lá, estudantes que se transformaram em jornalistas conhecidos como Fernando Rodrigues, da Folha e UOL. Zileide Silva, hoje cobrindo pela TV Globo, a capital federal, Brasília. Ana Maria Donato, hoje da empresa Imaginadora Mkt, super conhecida no segmento de turismo. Começou na editora Panrotas, também do mercado de turismo brasileiro.

Pois é, amigos, leitores de minhas memórias. Ter histórias para contar é muito bom, deixar um legado é auspicioso. Ter amigos que me acompanham desde então, é maravilhoso.

Sou muito feliz por estar aqui escrevendo, mantendo viva a nossa memória. Saber que as experiências passadas nos serviram para poder crescer humanisticamente.

Comentei nestes dias com minha esposa: – Sabe, Lili, aquele ditado que diz: "Plantei uma árvore, escrevi um livro e fiz um filho, agora já posso morrer!", não está com nada. É furado. O negócio é continuar vivendo, escrever mais, mesmo que não seja um livro, plantar árvores, isso deve ser contínuo.

Não podemos parar. Ativar é o verbo a ser conjugado. Atividades e mais atividades. Serviços voluntários, ajuda aos que mais precisam, devemos manter a chama da vida, super acessa. Neste período atual estamos vendo uma jornada da chama da Tocha Olímpica. Que isso sirva de aprendizado no geral, depois que as Olimpíadas chegarem ao seu final.
Que assim seja, Graças a Deus.

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