sábado, 30 de janeiro de 2016

Tudo isso é culpa do Aedes Aegypti? É claro que não!

O Aedes tem culpa? Claro que não!
Pronto, escolheram o vilão do momento. Trata-se do Aedes aegypti.
Mas eu pergunto.
Quando um motorista imbecil invade e transita impunemente a faixa exclusiva dos ônibus, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando uma pessoa jovem na plenitude de sua saúde e vigor físico, ocupa inadvertidamente o assento preferencial nos meios de transportes, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando uma pessoa que não seja deficiente ou idoso, ocupa uma vaga especial no estacionamento, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando um grupo político cria uma rede de corrupção para roubar o erário, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando um grupo de arruaceiros a serviço de um partido obscuro quebra tudo nas manifestações de rua, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando juízes de alçadas superiores favorecem altas autoridades e são favorecidos com indicações de apadrinhados, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando igrejas e pastores religiosos, tem renovadas as suas vantagens de não pagarem impostos, passaportes diplomáticos e ainda açambarcam quantias fabulosas de seus fiéis, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando mais de 53 mil candidatos tiraram nota zero na redação do Enem, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando um ex-operário de nove dedos, oriundo do sindicalismo, se torna, junto de seus familiares, uma das pessoas mais ricas do seu país, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando um sistema eletrônico de votação é manipulado e não aceita nenhum tipo de auditoria externa quando é colocado em suspeição, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando o sistema de saúde e educação é delapidado, criando um verdadeiro cemitério de vidas e mentes humanas, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando as contas públicas do governo brasileiro tem o maior rombo da história, é culpa do Aedes? Claro que não. 
Quando um país investe em eventos desportivos mundiais destinando vultuosas verbas, deixando de fazer a devida obrigação em outros setores, onde a população necessita, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando um país leva um militar da aeronáutica para um programa espacial e fazer uma semente de feijão germinar num pedaço de algodão umedecido, é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando o salário de um professor ou soldado é equivalente a 10% dos proventos de um motorista ou garçom do Congresso, é culpa do Aedes? Claro que não.
Enquanto os advogados criminalistas recebem volumosos honorários para encobertarem as mazelas dos corruptos, os nossos juízes e promotores, recebem salários, isso é culpa do Aedes? Claro que não.
Quando uma figura nacional de proeminência política se auto-proclama o mais honesto de todos e sai cantando "Hoje é festa lá no meu apê...", é do Aedes? Claro que não.
Esqueçam o Aedes aegypti, é claro que devemos nos prevenir dos males que ele nos causa. Mas é fundamental cuidar muito mais do Aedes Brasiliam, este sim é do mal. 

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