quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Let me try again, fellows...

Voltar a circular no mundo do turismo era algo que eu não queria e nem imaginava. Quando me desliguei da Gapnet, deixei muito claro que não gostaria de voltar ao turismo. Nem após fazer um período sabático me traria a vontade de trabalhar no que fiz por longos 13 anos. Quando me afastei imediatamente mudei as minhas prioridades, vou seguir a minha vontade, o que o coração mandar. "A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que ele ganha com isso, mas o que ele se torna com isso" (John Ruskin). 
Pois bem, decidi, escolhi e fui selecionando alguns parceiros e montei o Instituto Vital. E vejam, não é fácil montar uma ONG, ainda mais com foco nos idosos, target que designei para a atuação do Vital. Já se passam quatro meses, tive a fase inicial um pouco prejudicada pelas minhas duas cirurgias e o período da Copa do Mundo. Pegar no breu mesmo foi nesse começo de agosto. Redes sociais e blog, atividades que me tomam o tempo do Vital. Negociações finais de estabelecimento da ONG junto aos órgãos oficiais e planejamento para o lançamento, também me ocupam. Período de tarefas novas e diferentes para o meu universo, já que fiquei mais de 40 anos na comunicação, passando de professor, empresário e executivo nas áreas de marketing e propaganda, não imaginei o trabalho que isso me daria. Porém estamos no caminho certo, embora no ritmo que eu não gosto, mas compreendo. Nesse período fui muito procurado, assediado e até questionado, o porquê não seguir na linha que vinha fazendo. Dizia aos meus interlocutores, que já bastava, e o que eu havia decidido trilhar um novo caminho. Procurei me espelhar em Madre Teresa de Calcutá: "Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota". E seguirei no que decidi fazer. Transformar o Instituto Vital em uma realidade, custe o que custar. Mas voltando aos que me procuram e questionam porque deixar de lado a minha experiência e legado (e provei nestes 42 anos), jogando na prateleira o currículo tão vasto e cheio de realizações na prateleira da vida, mofando. Aqui eu me recordo de alguns comentários: – Você é muito novo ainda para pendurar as chuteiras. Ou – Tu és um dos coroas mais atualizado e antenado com a tecnologia e nem aparenta a idade que tens. Digo que tudo isso não foi o suficiente para me fazer retornar a luta. Entretanto outro dia desses, almoçando com um velho amigo de estrada, o conheci em 2004 num evento em que eu promovi pela Gapnet e United, numa concessionária Chevrolet (Nova Veículos), quando iríamos sortear um veículo dentre os clientes, agentes de viagens. Ele era repórter do jornal Brasilturis, Paulo Atzingen, vindo do estado do Pará, cheio de ideias para o trade em São Paulo. E mais tarde, há quase 10 anos fundou o Diário do Turismo, o primeiro jornal e-diário de turismo do Brasil. 
E como todo sonhador, ralou muito no começo e até hoje luta para se firmar num mundo ainda impregnado pelo gosto duvidoso da mídia impressa, já que os responsáveis que decidem pelas campanhas, anúncios e patrocínios, ainda são da velha guarda e julgam importante aquilo que sai no papel. Não discordo, mas acho que é uma realidade que as mídias eletrônicas vão superar com as próximas gerações de dirigentes, aquilo que ainda é impresso. Neste item, me lembro que fui professor nas décadas de 80/90 em algumas universidades justamente neste quesito, artes gráficas. Mais tarde fui editor da revista SuperHiper e deixei este mundo em 1999, por não concordar com a utilização do papel, de forma ideológica e politicamente incorreta, por visualizar que a tendência mundial era se afastar lentamente do papel. Concordo que saí muito cedo, pois o Brasil, como qualquer país colonial sul americano, será um dos últimos a aderir aos defensores da ecologia (verdes). Ainda teremos décadas de uso do papel na imprensa e na publicidade. Creio apenas que os e-books é que livraram, desculpem o trocadilho, o setor das publicações de livros com a onda digital de aparelhos digitais que baixam os títulos de autores. Mas já é um sinal, um novo e longo caminho. 
Enquanto isso, vejo com enorme alegria o surgimento de empresários e empreendedores que acreditam no admirável mundo tecnológico. A natureza agradece. 
Voltando ao assunto do Paulo e do seu e-diário, desde a minha saída de cena, nunca ficamos sem manter o nosso relacionamento, ele me acompanhava em meus posts e eu, recebendo diariamente seu jornal eletrônico e trocando e-mails. Até que dias destes, após conjugarmos nossas agendas opostas, marcamos um almoço de cordialidade mútua. Dentre os assuntos mais variados, surgiu uma questão muito relevante. O Paulo necessitava de algumas ideias para intensificar a atuação de sua empresa, precisava de planejar a comemoração dos seus 10 anos de vida (em maio de 2015), rever a estratégia das redes sociais e ampliar sua atuação de B2B para B2C. Falar com o público maior, manter uma relação com o trade e também com o mundo comercial em boa parte. E foi aí justamente que falou mais alto a minha vocação para a comunicação. Como não ajudá-lo? Como não voltar a respirar turismo e comunicação novamente? Vamos fazer uma nova parceria. Posso perfeitamente fazer duas coisas ao mesmo tempo, até três, poderia. Por isso, caros amigos do trade, por enquanto, voltarei a respirar os ares do quadrilátero da avenida São Luís, Sete de Abril, Consolação, Ipiranga e arredores. O velho Frank Sinatra diria: Let me try again...afinal o próprio Frank, o Pelé e o Cassius Clay (Mohammad Ali) que retornaram, depois de um período de afastamento temporário voluntário ou uma aposentadoria compulsória. Os usei sem a menor pretensão comparativa de seus talentos, apenas e tão somente como figura de linguagem. Verei os meus amigos do turismo pelas calçadas do centro. Até lá, amigos.


2 comentários:

  1. #Sucesso.
    Vc ainda tem muitooo o que transmitir a todos.
    Conte sempre comigo.
    Fiquei feliz com a notícia.

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  2. Obrigado pelas palavras. Vamos caminhar e com certeza nos cruzaremos muito.

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