sexta-feira, 27 de março de 2020

Rio Preto inventou o moto-services.

Estamos em 1979*.
S. J. do Rio Preto, minha cidade natal. 
Não sei bem a razão, mas a minha querida cidade, fica de repente uma referência no país pelo uso monstruoso de motocicletas. Lembro vocês que a onda de fazer as romarias com veículos de duas rodas começou lá. 
Havia um padre, apelidado carinhosamente por ‘padre-motoqueiro’, que multiplicou o hábito de andar com motocicletas como veículo de locomoção mais ágil e de custo barato para o bolso. Além do mais, motos não pagam pedágios. Tanto nas romarias quanto na circulação entre os cidades, o veículo escolhido foi a magrela motorizada. Houve um evento que permanece até nos dias de hoje, que começou há 44 anos, a Missa dos Motociclistas. Na época iniciou com cerca de 70 motos e hoje é um evento de números gigantescos. Esse fenômeno se multiplicou pelo interior todo e depois se alastrou país afora.

Não importa se fosse uma 50 cc, 125, 180, e por aí vai. O que ocorreu foi uma verdadeira revolução no ‘modus vivendi’ dos rio-pretenses. Homens em sua maioria, mas pasmem, as mulheres também assumem corajosamente o seu espaço pelas ruas, se igualando lentamente aos machos.

Não demorou tanto, para que, em sua maioria, as mulheres ultrapassassem os homens. E tornaram a cidade conhecida em todo o país pelo número de usuários dentre os dois sexos.
Mas a razão de escrever essa pequena introdução histórica, é dizer que lá em Rio Preto, vi na década de 90, algumas coisas que hoje são utilizadas aos montes, e que muitos dizem que é a maior novidade do mundo. Os entregadores das compras feitas por aplicativos de delivery nas plataformas como IFood, Uber Eats, Rappi, Loggi, Liv Up e demais.

Digo que isso não é verdade. Esse serviço diferenciado de motoqueiros fazendo serviços que por alguma razão não conseguimos realizar, ainda mais nos dias de hoje com a quarentena imposta pelo Convid-19.
Lembro que nasceu o serviço de moto-taxi lá pelas bandas de Rio Preto. E nesse trabalho, a corrida poderia ser sem passageiro. Bastava pedir ao moto-boy para ir ao chaveiro, levar uma carta nos Correios ou pegar um remédio na farmácia. É claro sem aplicativos. Era um chamado por telefone fixo ao moto-boy com novo tipo de serviço. Cartão de visita era a referência para se pedir o serviço a ser feito. A relação de confiança era tamanha, que o meu pai, Hatim, que não podendo ir até uma agência bancária pedia que o moto-boy fizesse algumas tarefas, entregando-o o cartão do banco com senha e tudo, para retirar dinheiro no caixa-eletrônico. 

Hoje com a liberação por leitura digital esse serviço não seria feito, mas o que quero dizer, é que tudo já foi feito em algum tempo no passado, e o que se faz hoje, é aperfeiçoamento através da facilidade dos aplicativos e a utilidade que a informática enseja. Nada se cria, tudo refaz e com um upgrade para o bem estar das pessoas. 

Atualmente com todos estarem em quarentena com o isolamento social, esses serviços irão estourar de crescimento, tão exponencial como a pandemia do Covid-19. 
(*) Os acontecimentos não ocorreram necessariamente neste ano, as minhas lembranças, sim.

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