sábado, 5 de janeiro de 2019

Primeiro post de 2019 - Metáforas e metonímias à parte.

Recentemente a nossa ministra pastora, sra. Damares, provocou um reboliço na mídia e fez com que todos ficassem falando desse assunto, provocando, por exemplo, um 'esquecimento' do Caso Queirós e o Coaf.
Isso me remonta ao tempo que eu era guri em Rio Preto e ouvia muitas metáforas de meu saudoso pai, Hatim, que era político, tinha sido vereador naquela cidade.
Dentre muitas que ele dizia, e eu sempre as ouvia, me marcou uma que para o meu entendimento, tinha 12 anos de idade, não fazia sentido.

Contava ele, à época, quando via alguém, geralmente homens, com conjuntivite ou alguma infecção ou irritação ocular, que certa vez ouviu de um médico dizer ao seu paciente, que ele não tinha nada nos olhos, e sim, que estava grávido.
Nossa! A primeira coisa que o paciente fazia era colocar as mãos na barriga. E o médico, concluía, sim, coloque as mãos em qualquer lugar, menos nos olhos. 

A infecção era transmitida pelas mãos ao alcançarem os olhos. Nada de ficar cutucando os olhos com as mãos, pois piorava a infecção. E ao colocar as mãos na barriga, deixaria de manipular a irritação nos olhos, em tese, o problema ficaria sob controle. Aquilo me deixava encucado. Hoje percebo que esse comentário é bem parecido, na forma de analogia, ao assunto de hoje.

Desviar a atenção. Colocar o bode na sala. Jânio Quadros, ex-presidente e ex-político, fazia muito bem esse tipo de conduta. Os 'factóides do Jânio' eram fantásticos. 
A imprensa se submetia tal qual como uma criança incrédula e repetia para todos o que encontrava. Afinal a imprensa precisa de conteúdo para comentar e levar avante os fatos mais novos, coisa batida de semana, não serve nem para requentar.

As técnicas de comunicação que aprendemos nos cursos superiores, dos quais os jornalistas tiveram nas faculdades de jornalismo e comunicação social, sabendo ou não (?) disso e acabam caindo nas armadilhas de quem deseja o desvio, para escapar de assuntos indesejados. As redes sociais ainda potencializam em forma geometricamente crescente através de memes e ai a coisa fica insuportável. Só se fala naquilo!

Eu sou do tempo do menino usa azul e da menina usa rosa. Convivi com uma série de amigos que faziam a inversão das opções. E daí, nada alterava em relação ao sentimento de amizade.
Divulgação


Eu sou do tempo que Azul e Rosa era a célebre pintura a óleo sobre tela do artista impressionista francês Pierre-Auguste Renoir, e eram duas meninas. Uma de cada cor. E estamos falando de 1881. 

Eu sou do tempo que a Escola de Samba Rosas de Ouro, que desfila com muitos meninos e homens na passarela do Samba.

Acredito no efeito dos 7 dias. Tudo cairá no esquecimento e teremos novamente outros fatos e factóides, outros fatos e fakes e a caravana irá passar. 

Virão outros Queirós, outros príncipes e princesas, e a imprensa vai seguir o seu trabalho de (des)informar ou confundir, dada a militância exercer o relato do fato de forma ética e isenta de posição pessoal do escriba ou pensamento do órgão ao qual trabalha (Carta Capital, Veja, Globo, Folha e Estadão).

Vamos seguir com os nossos filtros adquiridos na experiência de vida, de ter a consciência tranquila de tomar partido do lado que escolhemos e entendemos como mais adequado, porém respeitando o caminho escolhido de outras pessoas e da nossa sociedade.

A sociedade é diversa e a multifacetada em suas escolhas. Se existe as criaturas trans, porque não ter uma imprensa trans também. Não de pessoas que lá trabalham, mas nas ideologias. Esta mesma imprensa que prega a defesa das minorias, não exerce o discurso que prega internamente. Afinal, muitas ao longo dos tempos, foram afinadas com o status quo, por ideologia ou por dinheiro, quero dizer, verbas.

Grupos se sucedem. Lembro bem quando lecionava Jornalismo na Universidade Metodista, tive como alunos meus os filhos dos ex-proprietários do Diário do Grande ABC, que tinham uma formação ideológica e editorial diferente do atual proprietário do veículo. O dinheiro e os subterrâneos do poder alteram as vocações políticas e comerciais. E segue o jogo. 
Para finalizar, só na base da lembrança. O caso do Diário Popular que tinha uma linha editorial e mais tarde teve como proprietário o nosso ex-governador Orestes Quércia. 

É certo que a imprensa é o quarto poder, sim. Mas em mãos de independentes e idealistas, não importando se forem conservadores ou progressistas. Mas se forem manipulados, ai a coisa fede. Nesse caso me valho de uma metonímia encontrada na música "Que país é este?": ...[mas o Brasil vai ficar rico, quando vendermos todas as almas].

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